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Mais de 90 mortos em massacre na Síria, dizem ativistas

Foi o pior ato de violência desde o início de um plano de paz das Nações Unidas; dezenas de crianças morreram

Por Reuters
Atualização:

BEIRUTE - Um ataque de artilharia na Síria matou mais de 90 pessoas, incluindo dezenas de crianças, no pior ato de violência desde o início de um plano de paz das Nações Unidas para estancar o derramamento de sangue da insurgência síria, ativistas disseram no sábado. Os corpos ensanguentados de crianças, alguns com o crânio aberto, aparecem em vídeo colocado no YouTube com a intenção de mostrar as vítimas do ataque na cidade de Houla, no centro do país, na sexta-feira. O som de choro e lamentos tomava conta do local. Os relatórios da carnificina, que não puderam ser confirmados por fonte independente, ressaltam o quão longe está a Síria de qualquer saída negociada para a revolta que leva 14 meses contra o presidente Bashar al-Assad. O ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, classificou a violência como "massacre" e disse que queria organizar um encontro em Paris dos Amigos da Síria, um grupo que engloba países árabes e do Ocidente interessados em remover Assad. A televisão estatal síria transmitiu algumas das cenas distribuídas por ativistas, afirmando que os corpos eram de vítimas de um massacre cometido por gangues "terroristas". Também mostrou vídeo de corpos que pareciam ter ferimentos a bala na cabeça, esparramados em colchões com manchas de sangue. Um grupo de oposição com sede em Londres, o Observatório Sírio por Direitos Humanos, disse que os residentes de Houla estavam fugindo com medo de mais ataques. O grupo informou que uma pessoa foi morta na cidade de Saraqeb, no Norte, quando forças de segurança abriram fogo ante um protesto contra o massacre. Ativistas distribuíram imagens de vídeo aparentemente mostrando protestos similares em Aleppo, a maior cidade no Norte do país.

(Reportagem de Josepf Logan)

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