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Mantega: Banco do Sul será lançado em 2008

Ministro diz em Buenos Aires em ainda faltam detalhes, mas sede será Caracas.

Por Marcia Carmo
Atualização:

O ministro da Fazenda Guido Mantega disse que o Banco do Sul será lançado no primeiro semestre de 2008, mas reconheceu que ainda faltam muitos detalhes que precisam ser definidos para sua realização. Já está definido, segundo Mantega, que a sede da instituição financeira será Caracas, na Venezuela, com uma subsede em Buenos Aires. O ministro negou que a idéia do banco seja do presidente da Venezuela Hugo Chávez. E justificou: "A sede será em Caracas porque o presidente Chávez é um entusiasta da idéia". Mantega disse que o objetivo é que o Banco do Sul seja uma espécie de Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) da América do Sul, com recursos próprios para financiamento de "desenvolvimento e integração" da região. "Não tem nada a ver com o FMI. Será mais um banco de crédito como o Banco Mundial e o BID, mas com uma grande diferença, será controlado pelos países da América do Sul", afirmou. "Este banco vai aumentar a concorrência e poderá provocar a queda nas taxas de juros dos empréstimos para este fim (dos créditos para desenvolvimento e integração da região)", acrescentou Mantega. Estava prevista a presença do novo diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, na cerimônia de lançamento desta instituição financeira. A previsão é de que os presidentes de sete países da região assinem neste domingo a ata de lançamento do banco, que deverá ter 60 dias para definir, por exemplo, qual seu capital inicial e qual o percentual de recursos com que cada país entrará nesta sociedade financeira. Os países que participam desta assinatura são Brasil, Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador, Uruguai e Paraguai. O ministro Mantega disse que a exigência do governo brasileiro é que o banco não sofra influências ou pressões políticas de nenhum governo. O ministro explicou que, no caso do Brasil, os recursos sairão da "base orçamentária". Mas disse que também será possível a emissão de títulos para capitação de recursos no mercado financeiro. Segundo fontes do governo argentino, o banco deverá ter capital inicial entre US$ 3 bilhões e US$ 7 bilhões. Recentemente o embaixador argentino para a Integração, Eduardo Sigal, disse que Brasil, Argentina e Venezuela - nesta ordem - entrariam com a maior parte dos recursos deste banco. Mantega, porém, não deu detalhes desta proporcionalidade. O ministro lembrou que o estatuto do banco ainda será escrito com os detalhes do seu funcionamento. Inicialmente se sabia que a partir de agora os governos terão 60 dias para traçar estes detalhes. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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