21 de maio de 2012 | 21h35
O depoimento de Cachoeira é considerado chave pelo relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), já que ele é o principal alvo da investigação parlamentar.
Cachoeira deveria ter prestado depoimento no dia 15, mas conseguiu uma liminar, expedida por Mello, para não cumprir a convocação, argumentando que não teve acesso ao inquérito que o acusa de chefiar uma quadrilha que explorava jogos ilegais e que resultou na sua prisão desde fevereiro.
Nesta segunda-feira, Mello voltou atrás da decisão da semana passada ao analisar novo pedido da defesa de Cachoeira para adiar uma nova convocação feita pela CPI Mista.
O ministro levou em conta na sua decisão que a defesa do empresário teve acesso aos autos e mesmo assim consultou-os apenas em uma oportunidade. Além de negar a nova suspensão do depoimento, Mello também descartou o pedido da defesa para que a sessão da CPI marcada para terça-feira fosse adiada.
Porém, mesmo sendo obrigado a comparecer à CPI, a tendência é de que o empresário não responda aos questionamentos dos parlamentares, segundo seu advogado, o ex-ministro da Justiça do governo Lula, Márcio Thomaz Bastos.
A ida de Cachoeira à CPI pode impulsionar o trabalho da comissão que, após quase um mês em funcionamento, só colheu depoimentos de dois delegados da Polícia Federal encarregados das operações Vegas e Monte Carlo.
Foi o conteúdo dessas investigações policiais que deflagrou a criação da CPI, mas os parlamentares ainda não conseguiram aprofundar essas apurações.
Cachoeira é tido como chefe de uma quadrilha criminosa que explorava jogos ilegais e, segundo a PF e o Ministério Público, também figurava como sócio oculto da empreiteira Delta.
A construtora também é alvo da CPI, porque há suspeita de que Cachoeira usava a empresa para lavar dinheiro. Na semana passada, a comissão aprovou requerimentos pedindo a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico das filiais da Delta no Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins.
(Reportagem de Jeferson Ribeiro)
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