
08 de março de 2010 | 18h25
"Meu apartamento no segundo andar alagou e fui para o de um amigo. Aqui, a água entrou pelo basculante da cozinha, que não fecha. Nos vizinhos, a água brotou por rachaduras nas paredes e pelos buracos para as lâmpadas", afirmou o síndico do Bloco 1, Thiago da Silva, de 25 anos. As rachaduras nas escadas de cinco blocos e em alguns apartamentos preocupam.
Orçadas em R$ 235 milhões, as obras em Manguinhos devem beneficiar 65 mil moradores com a construção de 1.774 unidades habitacionais, entre outras melhorias. A Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop) informou que as os técnicos foram ao local e que as rachaduras já estão sendo tratadas.
A professora Regina Bienenstein, do Núcleo de Estudos e Projetos Habitacionais da Universidade Federal Fluminense, alerta para o risco de degradação rápida. "Não se pode baixar o custo de um projeto habitacional em detrimento da qualidade. Até porque, se o morador não sair da condição de pobreza, ele não tem recursos para fazer a manutenção. Infelizmente, a tradição no país é a utilização de material de baixa qualidade", disse.
De acordo coma Defesa Civil do Rio, 3.048 pessoas estão desabrigadas. A situação é pior em São Gonçalo, na região metropolitana, com 3.015 desalojados - pessoas que podem contar com ajuda de vizinhos e familiares - e 33 desabrigados - as que perderam tudo e precisam dos abrigos públicos. O município ainda apresenta pontos de alagamento 48 horas após a chuva. No sábado, em cinco horas, choveu no Rio o equivalente ao índice pluviométrico do mês de março de 2009, que foi de 109,2 milímetros.
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