Mortes por tuberculose são evitáveis e exigem ação, diz OMS

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Por STE
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Autoridades de saúde de todo o mundo devem aumentar seus esforços para combater a tuberculose, que matou cerca de 1,7 milhão de pessoas no ano passado, a maioria adultos não idosos na África e na Ásia, disse nesta quinta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS). A tuberculose pode ser curada em seis meses se detectada e tratada em seu início, mas pode se disseminar entre as pessoas que sofrem de subnutrição ou possuem HIV/Aids, afirmou a agência da ONU eu seu relatório anual, chamado de "Controle Global da Tuberculose 2010". "Ainda há 1,7 milhão de mortes todos os anos de uma doença que é perfeitamente curável em 2010", disse Mario Raviglione, diretor do departamento de tuberculose da OMS, em coletiva de imprensa. Houve cerca de 9,4 milhões de novos casos de tuberculose no ano passado, incluindo 1,1 milhão entre pessoas infectadas com o vírus HIV e que estão em sua maioria na África subsaariana, de acordo com a OMS. O relatório disse que os países precisam fazer um melhor trabalho para assegurar que pacientes tenham acesso a tratamentos e que os antibióticos sejam usados de forma correta, para que não haja desenvolvimento da resistência da doença, e que medidas de controle de infecção devem ser tomadas para limitar a disseminação da tuberculose. Novos medicamentos já estão sendo criados para lidar com o maior desafio, causado por variações da doença mais resistentes a remédios, chamadas MDR-TB, que acontecem pelo fato de que os pacientes muitas vezes não tomam os medicamentos de primeira linha, que são caros, disse a OMS. "Em termos de tratamento, possivelmente nos próximos dois ou três anos, teremos pela primeira vez, eu diria desde os anos 70, dois ou três compostos que são efetivos contra a tuberculose resistente a vários medicamentos. Então isso nos dará uma arma a mais", afirmou Raviglione. Os novos medicamentos incluem o nitroimidazol, do laboratório Otsuka, no Japão, e a diarilquinolina, da Tibotec, além de outros remédios que estão sendo desenvolvidos pela Aliança Global contra a Tuberculose. A variação MDR-TB infectou cerca de 400 mil pessoas em 2008 e estima-se que esteja mais disseminada na China, na Índia e na Rússia, mas apenas uma parte dos casos é reportada à OMS. Calcula-se que apenas 10 mil pacientes do MDR-TB realizem o tratamento correto, porém complexo, que demora de 18 a 24 meses e às vezes envolve internação. Isso ocorre porque as nações apresentam escassez de laboratórios para diagnóstico ou não testam a resistência aos medicamentos. "Esse é provavelmente o maior desafio de todos, e o desafio que os países, no momento, não estão combatendo da maneira que deveriam", afirmou Raviglione. A OMS traçou, no mês passado, um novo plano para combater a tuberculose. Ele custará cerca de 47 bilhões de dólares de 2011 a 2015.

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