MST fecha Ponte da Amizade, que liga País ao Paraguai

Movimento brasileiro se uniu a entidades paraguaias para protestar por soberania energética e reforma agrária

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Por Evandro Fadel
Atualização:

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) brasileiro e de movimentos populares do Paraguai uniram-se na manhã desta quinta-feira, 26, no meio da Ponte da Amizade, que liga Foz do Iguaçu a Ciudad del Este, para um manifesto pela soberania energética e pela reforma agrária. O trânsito no local ficou interrompido por cerca de uma hora e meia. A Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Federal acompanharam a manifestação, que foi realizada de forma pacífica.

 

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"É um momento histórico de integração dos povos", disse um dos líderes do MST no oeste do Paraná, Nildemar da Silva. Um grupo saiu de Foz do Iguaçu em uma marcha de 5 quilômetros e postou-se no meio da ponte. Do outro lado, integrantes do Conselho Nacional de Organizações Populares, Movimento dos Sem-Teto do Paraguai e Frente Social Popular também fizeram caminhada semelhante.

 

Ao se encontrarem, eles cantaram os hinos dos dois países, fizeram a troca de bandeiras e os líderes discursaram. "Com essa crise no mundo inteiro, a saída é a justiça no uso da energia e a reforma agrária", acentuou Silva. Ele não quis entrar na discussão sobre o pedido paraguaio pela revisão do Tratado de Itaipu. "O que queremos é a soberania popular energética", afirmou. "A energia tem que estar a serviço dos trabalhadores, da grande massa que fica desassistida."

 

Segundo o líder do MST, o Paraguai está vivendo um momento oportuno para que seja feita a reforma agrária. "É justo que seja feita a reforma agrária e é preciso pressionar para que o governo faça", disse. "As oligarquias brasileira e paraguaia roubaram a nação." A manifestação teve também como objetivo sensibilizar as pessoas que participam, em Foz do Iguaçu, do seminário Crise - Desafios e Soluções na América do Sul, promovido pelo governo do Paraná. "Colocamos a preocupação e queremos uma solução, é um bom programa para se discutir", propôs o líder sem-terra.

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