Museu de Nova York abre exposição sobre crise do crédito

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Por REBEKAH KEBEDE
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A crise econômica global continua, mas o Museu das Finanças Americanas já está documentando sua história numa exposição aberta nesta quarta-feira. A exposição "Tracking the Credit Crisis" traz uma linha do tempo dos acontecimentos que conduziram à recessão atual e traduz para o entendimento do leigo termos do jargão mais comum da retração econômica, como "securitização", "liquidez" e "derivativos". "Estamos ingressando no que pode muito bem ser a maior calamidade criada pelo homem nos tempos modernos --uma crise financeira global de dimensões, velocidade, interconectividade e complexidade sem precedentes", disse Lee Kjelleren, executivo-chefe do museu, acrescentando que espera que a exposição ajude o público a compreender os acontecimentos à medida que se desenrolam. A exposição registra os fatos ocorridos em Wall Street entre fevereiro de 2007 e fevereiro de 2009, destacando tudo, desde o anúncio feito pelo "The Concise Oxford Dictionary" de que vai incluir os termos "subprime" (usado para descrever empréstimos de alto risco) e "credit crunch" (arrocho do crédito) em sua próxima edição, até a falência do Lehman Brothers, em 15 de setembro de 2008. A última data na linha do tempo é 2 de março de 2009, quando a American International Group Inc. (AIG) anunciou um prejuízo de 60 bilhões de dólares no quarto trimestre de 2008 - o maior da história das empresas americanas. O museu ainda não cobriu a questão dos bônus controversos pagos pela AIG a seus executivos. "Não é possível documentar a história até um bom tempo depois dos fatos ocorridos", reconhece Leena Akhtar, co-curadora da exposição montada no museu, que fica a passos de distância da Bolsa de Nova York. O museu diz que sua missão é reafirmar o poder de uma economia aberta, democrática e de livre mercado, mas a exposição trata de alguns dos erros que levaram à crise atual. De acordo com Kjelleren, a ênfase sobre os grandes bônus pagos por instituições financeiras americanas e as expectativas de socorro dos bancos foram parcialmente responsáveis pela crise atual. "Se empresas se comportam de modo insensato, elas não devem saber de antemão que o governo está disposto a socorrê-las. No capitalismo, você tem a liberdade de fracassar", disse ele. "Nós, americanos, exportamos o capitalismo tóxico. O capitalismo é a galinha que botou um ovo de ouro, mas desta vez ela botou uma bomba."

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