Obama quer pressa no combate à crise econômica

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Por DEBORAH CHARLES E CAREN BOHAN
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O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, disse na sexta-feira que o país enfrenta um de seus maiores desafios econômicos, e prometeu enfrentar a crise de frente, tão logo tome posse, em 20 de janeiro. Investidores aguardam a escolha de Obama para o cargo de secretário do Tesouro, responsável pela recuperação, mas Obama deixou claro que não tomará decisões apressadas. "Quero agir com toda a pressa deliberativa, mas quero enfatizar o deliberativa tanto quanto o pressa", disse ele. Em sua primeira entrevista coletiva desde que foi eleito, na terça-feira, Obama lembrou que os novos dados oficiais mostram que outubro teve o desemprego mais elevado em 14 anos, com a perda de 240 mil postos de trabalho, acima do esperado. "Estamos enfrentando um dos maiores desafios econômicos da nossa vida, e vamos ter de agir prontamente para resolvê-lo", disse Obama, à frente de uma equipe de consultores que inclui empresários e economistas. A rápida coletiva em Chicago ocorreu depois de uma reunião com 17 consultores econômicos. Obama disse esperar que o Congresso, sob sólido controle democrata, aprove um novo pacote de estímulo para a economia, se possível antes da posse. Economistas prevêem que o governo Obama começará sob forte recessão. Num dia em que os fabricantes de automóveis divulgaram prejuízos de bilhões de dólares, Obama pediu ao governo Bush que acelere a implantação de um pacote para a compra de equipamentos, no valor de 25 bilhões de dólares, já aprovado no Congresso. As fábricas querem até 50 bilhões de dólares para evitar um colapso que poderia custar mais de 2 milhões de empregos. Em sua primeira declaração sobre política externa como presidente eleito, Obama defendeu um esforço internacional para impedir que o Irã adquira armas nucleares. Na véspera, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, enviou uma mensagem de congratulações em que pede de Obama uma política "mais justa" para o Oriente Médio. O novo presidente, que durante a campanha disse não descartar contatos diretos com Teerã, também disse que o Irã deve suspender seu apoio a organizações terroristas. Quanto à mensagem, disse que ainda está revendo o texto e que vai "responder adequadamente", mas não de uma forma "instintiva". "Acho que temos de pensar bem", afirmou. (Reportagem adicional de Ross Colvin, Donna Smith, Kristin Roberts e Andrew Quinn em Washington, Pedro Nicolaci da Costa em Nova York)

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