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Pancada de chuva ameniza fogo na Chapada Diamantina

Segundo capitão dos bombeiros, isso não resolve o problema, mas ajuda aumentando a umidade do ar

Por Tiago Décimo
Atualização:

O 11º Grupamento de Bombeiros Militares de Lençóis, Bahia, a 409 quilômetros a oeste de Salvador, informou que o avanço dos focos de incêndio o Parque Nacional da Chapada Diamantina - que já teve metade de seus 152 mil hectares queimados, segundo a administração do parque - está diminuindo por causa das pancadas de chuva que caem na área desde terça-feira, 11. "Elas não são suficientes para debelar as chamas, mas aumentam a umidade do ar, facilitando nossos trabalhos", afirmou o capitão Jean Vianey. Veja também:   Governo estadual garante ter controle na Chapada Diamantina Ministério envia 30 homens para combater fogo na Bahia Só chuva salva Chapada Diamantina do fogo, diz gestor Incêndio já atingiu metade do Parque da Chapada Diamantina   No início da semana, a umidade relativa do ar na região atingiu níveis críticos, entre 10% e 12%, segundo o governo baiano. A estiagem durou 120 dias. Chuvas fortes, porém, só são esperadas no fim da próxima semana. De acordo com Vianey, por causa das melhores condições climáticas, os focos de incêndio atingem, nesta quinta-feira, 13, 17 áreas da região - eram 31 há dois dias. Ainda não há, porém, controle sobre o fogo, nem uma leitura real do tamanho do prejuízo causado pelas chamas ao meio ambiente. "Só depois de acabarmos com os focos de incêndio faremos os estudos técnicos necessários para saber a dimensão dos danos causados à biodiversidade regional", afirma o diretor de Unidades de Conservação da Secretaria Estadual de Meio ambiente, Plínio Neto. A desaceleração da ação do fogo no parque trouxe um pequeno alívio para moradores e empresários da região. Ainda assim, a maioria teme o impacto da situação sobre o turismo na área. "Nos últimos dias, começamos a notar queda nas reservas dos hotéis", afirma a secretária de Turismo de Lençóis, Michelle Nonato. Ela não soube, porém, determinar o tamanho da diminuição da procura. A preocupação dos empresários na cidade é, principalmente, relacionada com a alta estação - que tem início em um mês. Nas agências de turismo receptivo, que realizam excursões pelo parque, a queda na procura por passeios já chega a 70%. "Tem gente que nem aparece nos passeios reservados ao ficar sabendo da situação", diz o empresário João Robalo Neto. "Cancelamos alguns roteiros, mas ainda há alguns trechos preservados e passeios sendo realizados. O problema é que o fogo está avançando." O secretário estadual de Turismo, Domingos Leonelli, porém, não acredita que o incêndio faça diminuir o fluxo turístico na área - cerca de 100 mil visitantes por ano. "Estamos criando compensações para equilibrar isso (a queda do turismo pelo impacto dos incêndios)", acredita. "Fui autorizado pelo governador a promover uma grande festa de réveillon em Lençóis, por exemplo". Só haveria festas do gênero em Salvador, Porto Seguro e Ilhéus.

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