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Petroleiro sequestrado está ancorado na costa somali

Por ABDIQANI HASSAN
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O navio-tanque saudita sequestrado com um carregamento de petróleo no valor de 100 milhões de dólares, no maior caso de pirataria marítima já registrado, poderia estar ancorado na costa da Somália, disse na terça-feira a Saudi Aramco, gigante naval e petrolífera estatal. "Acredita-se que todos os 25 tripulantes a bordo estejam em segurança", disse a Vela Internacional em um comunicado. "Agora, a Vela espera obter mais contato com os piratas que controlam o navio." Segundo a Vela, há dois britânicos, dois poloneses, um croata, um saudita e 19 filipinos no navio. A Vela opera a Sirius Star, que é de propriedade da Aramco. O navio, que tem capacidade para transportar 2 milhões de barris de petróleo, foi sequestrado por piratas somalis no fim de semana. A pirataria tem elevado o custo dos seguros, além de obrigar algumas embarcações a contornarem toda a África em vez de usarem o canal de Suez, elevando os gastos com frete. Os piratas já obtiveram milhões de dólares em resgates nos últimos anos, e agora realizaram um dos ataques mais ousados e espetaculares da história marítima. O navio Sirius Star, que ia da Arábia Saudita para os EUA pelo sul da África, foi capturado cerca de 450 milhas náuticas a sudeste do porto queniano de Mombaça, muito distante do Golfo de Áden, cenário mais habitual desses ataques. A captura também aconteceu apesar de uma resposta naval na região, incluindo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e da União Européia, para proteger uma das mais importantes rotas marítimas do mundo. Navios de guerra dos Estados Unidos, da França e da Rússia também estão na área. A Vela não especificou onde o Sirius Star está ancorado. Andrew Mwangyra, coordenador da Associação de Marinheiros do Leste da África, havia dito que o navio poderia estar na costa de Eyl, vilarejo que é fortaleza dos piratas, na província semi-autônoma de Puntland. "O mundo nunca viu algo assim... Os piratas somalis tiraram a sorte grande", disse Mwangura, cujo grupo monitora a pirataria há anos. Uma pessoa ligada à pirataria em Eyl, que diz que seu nome é "Bashir", foi contactada pela Reuters por telefone. Ele disse que o navio estava a caminho da costa, mas não pôde especificar onde. Segundo ele, o navio pode parar ao sul de Eyl. (Reportagem adicional de Andrew Cawthorne em Nairóbi)

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