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Plano de segurança dos EUA prevê mais vigilância de tráfego privado da Web

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Por Redação
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O governo dos Estados Unidos está expandindo um programa de segurança cibernética que vigia o tráfego de Internet dirigido a empresas de defesa e proveniente delas, a fim de incluir porção maior da infraestrutura privada e civil do país nesse sistema de vigilância. Como resultado, mais trabalhadores do setor privado do que em qualquer momento do passado, entre os quais os de grandes bancos, empresas de infraestrutura e companhias de transporte essenciais, terão seus e-mails e uso da Web vigiados como parte das precauções contra ataques cibernéticos. Sob uma ordem executiva que a Casa Branca promulgou no mês passado quanto à segurança cibernética, a vigilância será determinada por meio de informações sigilosas fornecidas por agências norte-americanas de inteligência, entre as quais a Agência de Segurança Nacional (NSA), sobre ameaças de espionagem e outras tentativas novas ou perigosas de ataques de hackers. Os chefes dos serviços de espionagem norte-americanos afirmaram em 12 de março que os ataques cibernéticos suplantaram o terrorismo como principal ameaça ao país. O Departamento de Segurança Interna recolherá os dados secretos e os repassará a um pequeno grupo de empresas de telecomunicações e de segurança na computação cujos funcionários têm licença de segurança do governo, informaram fontes do governo e do setor privado. Essas companhias se oferecerão para processar as comunicações via e-mail e outras transmissões de Internet dos clientes que operam porções críticas da infraestrutura nacional e optarem por participar do programa. Ao usar o Departamento de Segurança Interna como intermediário, o governo Obama espera trazer a formidável capacidade de coleta de informações internacionais da NSA para mais perto dos moradores comuns dos EUA, mas sem provocar protestos dos defensores da privacidade que há muito criticam as operações de escuta da agência de espionagem. As companhias de telecomunicações não reportarão o que descobrirem ao governo, a não ser na forma de estatísticas agregadas, disse um importante funcionário do Departamento de Segurança Interna, em entrevista concedida sob a condição de anonimato. "Isso nos permitirá prover informações mais delicadas", disse. "Forneceremos aos provedores de segurança a informação de que precisam para seu trabalho". A ordem prevê um prazo de seis meses para que procedimentos sejam estabelecidos. (Por Joseph Menn e Deborah Charles)

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