Prédios para desabrigados em Niterói têm rachaduras

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Por MARCELO GOMES
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Edifícios que estão sendo construídos com recursos do Programa Minha Casa, Minha Vida para desabrigados da chuva de abril de 2010 em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, já apresentam rachaduras e ameaçam desabar. Entre os futuros beneficiados, estão ex-moradores do Morro do Bumba, onde 47 pessoas morreram após um deslizamento que devastou diversas casas. Desde então, os desabrigados vivem amontoados e em condições precárias em três blocos do 3º Batalhão de Infantaria do Exército, há anos desativado, no município vizinho de São Gonçalo. O início da entrega dos apartamentos, previsto para abril, está adiado por tempo indeterminado.Os condomínios Zilda Arns 1 e 2 estão sendo construídos pela Imperial Serviços Ltda., no bairro do Fonseca, ao custo de R$ 26,6 milhões. Placas com logotipo do governo federal e da Prefeitura de Niterói afixadas no local informam que 458 famílias serão beneficiadas. As rachaduras surgiram em dois prédios do Zilda Arns 2, conforme noticiou na quarta-feira (20) o RJTV, da TV Globo. Em volta de um deles, o terreno cedeu e surgiu uma cratera. Cada prédio tem cinco andares (incluindo o térreo), com 40 apartamentos cada.Uma equipe da Defesa Civil Municipal, com engenheiros, arquitetos e geólogos, esteve nesta quinta-feira no terreno e vistoriou os prédios rachados. "Vamos fazer um relatório relatando o que vimos, apontar as possíveis causas do problema e fazer recomendações para saná-lo. O documento vai dizer se os prédios precisarão ser demolidos ou se é possível a realização de obras de reforço estrutural", explicou Bianca Neves, diretora operacional da Defesa Civil.Waldemar Neto, engenheiro da Imperial Serviços responsável pela obra, acompanhou a vistoria. Ele não quis falar com a reportagem nesta quinta. À TV Globo, ele disse que as fortes chuvas recentes provocaram acumulação de água no terreno. Isto teria carregado o solo e causou as trincas nos prédios.Outro ladoEm nota, a Caixa Econômica Federal, gestora do Minha Casa, Minha Vida, informou que o novo prazo para entrega dos apartamentos ainda não está definido. Segundo o banco, como a obra não está concluída, caberá à construtora bancar a reforma ou reconstrução dos prédios trincados. "A retomada da obra será precedida de avaliação técnica na Caixa. Todas as liberações financeiras sempre ocorrem após vistoria da Caixa. Os profissionais da Caixa apontaram o problema tão logo houve a ocorrência", diz a nota. Já a Prefeitura de Niterói informou que é responsável apenas pelo cadastramento das famílias que receberão os imóveis.

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