Travesti é acusado de estimular a prostituição

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Por PEDRO DA ROCHA E MARCELA GONSALVES
Atualização:

Na noite de ontem, a Polícia Militar (PM), após denúncia, encontrou uma residência, no bairro de Moema, na zona sul de São Paulo, em que 11 travestis, com entre 17 e 27 anos, viviam em condições precárias. Um dos moradores disse à polícia que era obrigado, também por um travesti, a se prostituir.Conhecido como Scarlat, o maquiador Haroldo Cirilo, de 26 anos, seria responsável pela casa. Ele é suspeito de ter trazido os travestis de outros Estados, entre eles Rio de Janeiro, Mato Grosso, Minas Gerais, Sergipe e Ceará, pagando-lhes a passagem para se prostituírem em São Paulo. Ele agendava os programas, que geralmente eram feitos fora da casa.Segundo a denúncia, Scarlat exigia que seus colegas de casa pagassem o dobro do valor da passagem para deixarem o local, e que os ameaçava de morte caso se recusassem a fazer um dos programas. Ele foi preso em flagrante por favorecimento de prostituição e tráfico interno de pessoas.Localizada na altura do nº 1.446 da Avenida Miruna, a residência foi alvo dos policiais após um amazonense, irmão de um dos travestis, procurar a Polícia Civil do Amazonas e fazer a denúncia, dizendo que o irmão dele havia sido agenciado via internet e que, em razão das condições financeiras, morava em uma casa e era obrigado, sob ameaças, a se prostituir para o aliciador.Segundo a coordenadora do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, Juliana Felicidade Armede, os travestis autorizaram a entrada dos policiais na residência. "No local encontramos restos de comida pelo chão, lençóis imundos, tábuas podres, condições de higiene precárias e ambiente lúgubre", contou Juliana.O advogado do acusado de cafetinagem, que acabou detido, declarou que o denunciante havia se desentendido com os colegas e com seu cliente, e por isso fez o que seria uma falsa denúncia. Juliana afirmou que o travesti que fez a acusação será levado para melhores acomodações, terá proteção policial, se requisitada, e o Estado o levará para o Amazonas caso esse seja seu desejo. O caso foi registrado no 27º Distrito Policial (DP), do Campo Belo.

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