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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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10 min de leitura

Vida na cidade

Edifício Martinelli

Excelente a notícia sobre a revitalização de um dos ícones de São Paulo (Aos 100 anos, o ‘pai’ dos arranha-céus de SP procura ser revisitado, Estadão, 30/3, A14 e A15). O Edifício Martinelli passou por várias fases, do brilho arquitetônico à decadência e ao abandono, e agora ressurge, para alegria dos que amam o contato cultural com o passado e sua valorização.

Vera Bertolucci

São Paulo

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Esquerda brasileira

Vínculo de pertencimento

Sobre o editorial A rua da esquerda está deserta (Estadão, 30/3, A3), acho que o fenômeno identitário está passando por uma transição. A primeira manifestação do fenômeno identitário estava associada ao campo da esquerda e, sobretudo, ao das identidades marginalizadas: negros, homossexuais e mulheres. Agora, a energia identitária se transferiu para o campo da direita e para as identidades majoritárias, especialmente ligadas à religião e à nacionalidade. Acho que o bolsonarismo é, sobretudo – mas não só –, um movimento identitário ligado ao carisma do líder. No fundo, à esquerda e à direita, o que as pessoas estão buscando são esses vínculos de pertencimento.

Felipe Eduardo Lázaro Braga

São Paulo

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Corrupção na Petrobras

Confissão nos EUA

A empresa suíça de negociação de commodities Trafigura confessou a autoridades dos EUA ter pagado propina no Brasil para garantir negócios com a Petrobras, e terá de pagar US$ 127 milhões em multa. Mas o Supremo Tribunal Federal (STF) vai ter de avisar os EUA de que eles estão enganados. Aqui, a Lava Jato já foi julgada e concluiu-se que não houve corrupção. Para fazer justiça, a Corte já perdoou Lula e vai condenar Sergio Moro, assim fica tudo certo. A Justiça dos EUA tem de aprender com a nossa Justiça.

Aldo Bertolucci

São Paulo

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Sistema penitenciário

Falhas expostas

Há praticamente 50 dias dois fugitivos do presídio federal de segurança máxima de Mossoró estão em liberdade. Nunca se constatou tal irregularidade desde a inauguração das primeiras unidades, em 2009. As buscas para a recaptura mobilizaram mais de 500 agentes, entre Força Nacional e polícias estadual e rodoviária do Rio Grande do Norte, e consumiram até agora aproximadamente R$ 1,5 milhão. O governo federal acaba de anunciar eufemisticamente que as diligências entrarão em nova fase, na qual as providências relacionadas passarão a ser coordenadas pelos serviços de inteligência. Assim, a Força Nacional foi retirada da ação. Na prática, porém, tais novas decisões expõem as falhas do sistema carcerário do Ministério da Justiça, escancaram o constrangimento por não terem sido recapturados os evadidos e revelam a vulnerabilidade em relação ao crime organizado, que presumivelmente está pilotando a rota de liberdade dos dois perigosos ex-presidiários.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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‘Uma boa história’

Parapsicologia

Na Suécia, um museu preserva o inexplicável – óvnis, bruxas, fantasmas e vários fenômenos sobrenaturais (Estadão, 30/3, A19). Então, num país avançado como a Suécia, ainda há habitantes por lá que desconhecem a Parapsicologia? Triste.

Luiz Roberto Turatti

Araras

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Roberto Godoy

1949-2024

Foi com imenso pesar e surpresa que li a nota de falecimento do jornalista Roberto Godoy (Estadão, 30/3, A10). Godoy foi ligado à área de Material de Defesa da indústria nacional, com matérias completas e habilidosas que descreviam a criação de produtos. Foi grande incentivador de todos os aspectos dessa indústria. Rápido, pegava e relatava as implicações tecnológicas correlatas resultantes do esforço de um setor nascente no Brasil. À família e aos colegas jornalistas, meu profundo pesar e saudades de Roberto Godoy.

Flavio M. Bernardini

São Paulo

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Com grande tristeza me deparei com a notícia da passagem do grande jornalista Roberto Godoy. Tanto na TV Estadão quanto em outras, quando convidado, era extremamente didático sobre conflitos mundo afora. Seus artigos, muito ilustrativos, eram dos primeiros a ser lidos por mim. Que vá em paz deste mundo eternamente em guerra.

José Eduardo Zambon Elias

Marília

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

CONTRABANDO DE CELULARES

Segundo pesquisa da Associação da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), as vendas de celulares contrabandeados saltaram nada menos que 77% no Brasil em 2023, passando de 3,5 milhões de unidades, em 2022, para 6,2 milhões, no ano passado, representando expressivos 25% das vendas totais do mercado em 2023, ante 8% em 2022. A principal razão apontada é o preço, em torno de 38% mais barato do que um aparelho regularizado. Com a palavra, a polícia, sobretudo a federal, responsável pelas fronteiras do País.

J. S. Decol

São Paulo

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CELULARES ILEGAIS

Celulares ilegais já são 25% do mercado. Posso encher o peito e dizer que quem rouba um celular só quer um dinheirinho e, de brinde, te mata ou vende o celular, criando um novo e rentável mercado de trabalho? Ou, talvez, dizer, para ajudar Lula, que brasileiro adora levar vantagem, se é legal ou ilegal, aí é outra conversa.

Antônio José Gomes Marques

São Paulo

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A VISITA DE MACRON

Quem viu as fotos de Emmanuel Macron, presidente da França, em visita ao Brasil na semana passada, deu para imaginar como os franceses dos séculos passados visitavam o País. Distribuíam muitos presentes aos indígenas, com uma mão, e levavam embora nossas riquezas, com a outra. O próprio presidente Lula da Silva, que adora um badalo dos europeus, mais parecia um antigo cacique tupiniquim deslumbrado com a visita. Tanto é que praticamente doou nossa Amazônia ao sorridente Macron, enquanto o Congresso dorme.

Beatriz Campos

São Paulo

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LAMPEJOS DE LUCIDEZ

A respeito da visita de Macron e o encontro de Lula com o iluminismo, gostaria de salientar o que eles têm em comum, ou seja, odeiam Bolsonaro. Macron defende e ajuda militarmente e financeiramente à Ucrânia em sua guerra contra a Rússia. Lula é o oposto e faz elogios a Putin. Macron é totalmente contra o Mercosul, enquanto Lula é a favor. Macron doou 1 bilhão de euros, mais ou menos R$ 6 bilhões, para investimentos na Amazônia, e isso está mais parecido com uma esmola, pois Lula colocou R$ 16 bilhões do Orçamento para a Lei Rouanet. Quanto a Lula criticar Maduro, é coisa “para francês ver”, pois será que foi só agora que Lula percebeu o que acontece na Venezuela? Sua popularidade em baixa pode explicar melhor esse lampejo. Aliás, Macron também não anda muito popular lá, pela França, e nisso os dois têm muito em comum.

Nelson Falseti

São Paulo

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A AMAZÔNIA BRASILEIRA PRECISA DE AJUDA

A França entrou na corrida para salvar a Amazônia. O clima de lua-de-mel entre os presidentes Lula e Macron deve despertar ciúmes em outros líderes mundiais que também vão querer visitar a Amazônia com Lula antes da COP-30. O Brasil precisa de ajuda financeira e de ideias para acabar com o desmatamento e a mineração ilegal na floresta, precisa criar ações que gerem renda para os milhões de habitantes da região, respeitando e protegendo a cultura dos povos originários. A soberania nacional na região jamais foi contestada ou ameaçada, o maior risco para a Amazônia é continuar a deixar os criminosos da floresta agirem livremente, desmatando, envenenando os rios com a mineração ilegal, grilando as terras e ameaçando os povos originários. Defender a soberania nacional na Amazônia é tão inútil quanto defender a soberania brasileira na seca do Nordeste. Os pais da Pátria de plantão terão de arrumar argumentos melhores para não aceitar a ajuda internacional que está sendo oferecida sem qualquer ameaça à segurança e à soberania brasileira na região.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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GAFE

Na condecoração de Raoni, Lula se enganou e chamou Macron de Sarkozy. O chefe de Estado da França sorriu e disse que não se importava. E acrescentou que ele, assim como todos os franceses, sempre teve uma enorme estima pelo presidente Bolsonaro.

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

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HUMILDADE

A falta de humildade de Lula é gritante. Ele se considera o primeiro entre os iguais. Em entrevista concedida durante a visita de Emmanuel Macron, presidente francês, ao Brasil, declarou que, em 2018, Bolsonaro teria sido derrotado se no lugar de Haddad “tivesse um Lula”. Humildade pouca é bobagem!

José A. Muller

Avaré

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LULA, POPULARIDADE E A VENEZUELA

Tardiamente, Lula se manifestou a respeito da candidatura vetada por Nicolás Maduro na Venezuela. Por não querer contrariar seu ídolo, complicou-se no seu país vendo a queda na sua popularidade. Na tentativa de resgatar a confiança de seu povo, faz um aceno tentando mostrar que é contra a decisão de Maduro de inviabilizar qualquer pessoa que ameace o seu poder. Lula não se dignou a criticar Maduro por excluir Maria Corina e Corina Yoris do páreo. Soa falso e hipocritamente qualquer manobra para consertar um erro que sabia estava praticando, qual seja, apoiar um ditador. Agora o cidadão conhece o presidente deste país. Quando está nas alturas, ignora quem pensa diferente, quando cai, calça a sandália da humildade. Isso ainda funciona em pleno século 21? O tempo dirá.

Izabel Avallone

São Paulo

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A INFAME NOTA

É perfeita a análise que o cientista político Sergio Fausto faz no seu artigo A infame nota do PT sobre a reeleição de Putin (Estadão, 31/3, A8). Quando o PT ressalta que Putin foi eleito pelo voto voluntário de 87% dos votos, está dizendo aos brasileiros que não só aceita a mentira quando lhe convém, como ajuda na sua divulgação. Não é a primeira vez que o presidente Lula defende a Rússia. No início do seu mandato, chegou ao absurdo de culpar a Ucrânia pela invasão da Rússia. Ele sabe que sua vitória nas eleições de 2022 foi conseguida pelos votos daqueles que consideravam Bolsonaro uma ameaça à democracia do Brasil. Obviamente, não é possível reconhecer isso publicamente, mas é importante que ele e o PT saibam que, continuando a defender ditaduras, perderão os votos que conseguiram na eleição passada. Somemos a isso os acertos dos potenciais adversários, tais como Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado, entre outros.

Leonardo Sternberg

São Paulo

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GAZA: A GUERRA CONTINUA

Os motivos por que a guerra em Gaza criou uma vida própria são vários: o apoio incondicional e cruel de Joe Biden; a hipocrisia de todos – a matança na Ucrânia não pode, mas em Gaza pode; e a reação vergonhosa do Egito, que, para não ofender Israel, deixa as crianças palestinas, literalmente, morrerem de fome. Diante disso, Benjamin Netanyahu não dá importância para nada: sentença da Corte Internacional de Haia, resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas e até o conselho de Donald Trump para terminar a guerra porque Israel está “perdendo muito apoio”. A História nos ensina que os ditadores sangrentos que fizeram horrores semelhantes terminaram mal.

Omar El Seoud

São Paulo

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PARCIALIDADE NA CORTE DE HAIA

A parcialidade da Corte Internacional de Justiça no conflito de Gaza beira a irresponsabilidade. Enquanto dá ordens para Israel “garantir a entrega de ajuda humanitária” na região (comandada pelo Hamas, que provocou o conflito), nenhuma providência adota em relação ao referido grupo terrorista genocida (que assassinou quase 2 mil cidadãos israelenses e mantém mais de cem reféns). Omissa e seletiva, a Corte de Haia está mais para o Circo de Haia.

Milton Cordova Junior

Vicente Pires (DF)

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CONTRA

Para além da tragédia que acontece em Gaza, temos de ser também contra a ditadura na Venezuela e na Rússia. Contra as prisões, os assassinatos e as eleições fajutas na Venezuela e na Rússia, contra a invasão da Ucrânia e a morte de civis lá (inclusive mulheres e crianças). A indignação não pode ser seletiva, se não caracteriza preconceito e racismo. É preciso ser contra, por exemplo, no Brasil, quando, cada vez que chove, pessoas são mortas pela enxurrada. Contra a falta de saneamento – o índice do nosso país é um dos piores do mundo nisso (inclusive em São Paulo, Estado mais rico do País). Contra a educação pública de péssima qualidade, deixando as populações de baixa renda cada vez mais excluídas. Contra a falta de vagas na saúde pública. Contra o espantalho e a cortina de fumaça que colocam como preocupação número 1 do Brasil o que acontece do outro lado do mundo, sobre o que não temos a menor influência. Isso apenas traz ódio (traduzido em antissemitismo) e polarização aqui. No Brasil, por mais que a Globo diga que a economia está bombando, vemos diariamente a carestia de vida, o dinheiro que não chega ao fim do mês, os alimentos no supermercado subindo de preços dia a dia. A comida, o arroz e o feijão, caríssima. É preciso se contra, ainda, o extermínio dos povos originários daqui, que nunca cessou desde 1500. Nem agora, que foram criados um ministério e cargos públicos com valor e discursos simbólicos. Por fim, contra candidatos que, mesmo após eleitos, continuam eternamente em campanha: ao invés de divulgarem programas concretos e detalhados de governo, preferem ficar falando o tempo todo em inimigos reais ou imaginários (ou seja, chutando cachorro morto).

Ruth Rutman

São Paulo

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CASO MARIELLE

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, se diz preocupado com o precedente da prisão do deputado Chiquinho Brazão. Na verdade, sua preocupação deveria ser por causa de um membro da Casa que preside ter sido mandante do hediondo crime contra Marielle e Anderson.

Sylvio Belém

Recife

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O CALVÁRIO DE MORO

Sérgio Moro começa a ser julgado nesta segunda. O que está em jogo no TRE-PR? (Estadão, 31/3). Moro, outrora digno juiz concursado, respeitável por colocar criminosos na cadeia através da Lava Jato, inexplicavelmente abandonou a magistratura para se tornar um reles ministro de Estado. Hoje, perdeu a respeitabilidade e pode até perder o cargo de senador. Pobre fim de um ex-herói brasileiro, que foi do céu ao inferno por sua inexplicável falta de inteligência. E, quanto a ser um processo transparente, espera-se que sim.

Maurilio Polizello Junior

São Paulo

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1.º DE ABRIL

Coroando as festividades comemorando o enterro da Operação Lava Jato, que condenou injustamente centenas de pessoas honestas, incluindo o “mais honesto”, o nosso impoluto Poder Legislativo aprovou a toque de caixa uma lei instituindo neste dia 1.º o Dia da Honestidade – lei esta prontamente chancelada pelo Poder Executivo, conforme as suas prerrogativas constitucionais. Nada mais apropriado, considerando a honestidade inata em todas as nossas classes sociais, profissões e etnias.

Alfredo Franz Keppler Neto

Santos

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MENTIRA

Liberado o passaporte de Bolsonaro e encerramento das perseguições para prendê-lo. 1.º de Abril, dia da mentira!

Carlos Gaspar

São Paulo

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ADEUS A ROBERTO GODOY

Roberto Godoy, que faleceu na sexta-feira, 29/3, marcou época no jornalismo brasileiro, pela sua determinação de ousar, bem informar e por muito respeitado que foi como referência em assuntos de defesa. Ele nos brindou com seus inteligentes e providenciais artigos por muitos anos no Estadão. Meus sentimentos a familiares e amigos!

Paulo Panossian

São Carlos

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AGRADECIMENTO

A partida de Roberto Godoy deixa um imenso vazio na relação entre nosso cotidiano e as informações sobre o universo militar. Como leitor assíduo e apreciador de seu estilo narrativo preciso e agradável, expresso meu pesar pela sua perda, além do grato reconhecimento de sua contribuição ao enriquecimento intelectual de todos os seus leitores ao longo de sua profícua vida, sempre dedicada ao jornalismo.

Honyldo Roberto Pereira Pinto

Ribeirão Preto