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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
9 min de leitura

Agrishow

Feira de negócios

Idealizada por associações e empresas do agronegócio, a Agrishow se transformou na segunda maior feira da área no mundo, e a maior da América Latina. No alerta à preservação da importância e dimensão desse evento, o editorial O agro não precisa de Bolsonaro (1/5, A3) é muito oportuno. Na criação desse evento, ficou definido que seria uma feira essencialmente de negócios, menos política e mais técnica. E assim ocorreu até o ano passado, quando se iniciaram embates descorteses e desnecessários, tendo de um lado o presidente da República e seus ministros e de outro, os organizadores e integrantes do agro. Oportuno lembrar que cabe ao poder público gerir a política do setor, aí inclusa uma eficaz regularização e distribuição de terras rurais, desmotivando invasões, e aplicando a lei quando elas ocorrem. Aos empresários, cabe continuar o que já fazem, aliado à busca de alternativas que transformem as commodities atuais em produtos elaborados. Aderir ao oportunismo de candidatos e governantes só degrada os objetivos da Agrishow.

Honyldo Roberto Pereira Pinto

Ribeirão Preto

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Jair Bolsonaro

É muita má vontade não reconhecer a excepcional competência de Bolsonaro para desmoralizar a direita como opção de governo. Parece que a direita civilizada, liberal e preparada pelas melhores universidades do mundo foi extinta no País. Roberto Campos, Mario Henrique Simonsen, José Guilherme Merquior e Eugênio Gudin não deixaram sucessores. Sobrou para a direita ser representada pelo atraso.

José Tadeu Gobbi

São Paulo

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Governo Lula

Caminhar para trás

A coluna de Henrique Meirelles Para além da reforma tributária (29/4, B3) e o editorial As contradições de um governo gastador (30/4, A3) são ponderações que não deixam dúvidas de que o melhor caminho é uma ampla reforma administrativa, mediante consenso do Congresso. Se a esquerda, que governa o País, pretende deixar um legado positivo para as futuras gerações, deveria atacar de frente os gastos excessivos. Mas o que se observa é um reiterado caminhar para trás, que não consegue enfrentar seus mitos e fantasmas. O que a sociedade espera é a eficácia da prestação de serviço, da saúde à educação, da segurança à dignidade de viver. Estamos rumando para um poço sem fundo, caso o Congresso não tome para si a responsabilidade de colocar o País no rumo certo.

Paulo Chiecco Toledo

São Paulo

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Corrupção

Não pode ser normal

Ao longo de 70 anos assisti à vida pública no Brasil, com a relevância da corrupção e do propalado combate à corrupção. Assisti à vibração popular diante da propaganda contra a corrupção, mas também à corrupção sendo cantada desde Maria Candelária – ou muito antes. Os milhares de cargos de (des)confiança na administração pública, de agregados apadrinhados em gabinetes parlamentares municipais, estaduais e federais; o foro privilegiado contrariando a igualdade constitucional; os juízes imexíveis com interpretações constitucionais e sentenças morosas ou ao sabor dos clientes; os funcionários públicos, servidores e militares exercendo ou participando de atividades remuneradas particulares, conflitando com os interesses do Estado ou dividindo sua dedicação com a conivência de turnos de trabalho e outros meios; as aposentadorias privilegiadas à custa dos cofres públicos; tudo isso impossibilita o cerco à corrupção. Qualquer manifestação contra a corrupção nesse cenário se torna pontual e se desconfia da intenção (ainda que o propósito seja isento). A corrupção nada de braçada neste mar de desigualdades. Sua redução drástica e, sobretudo, o repúdio cultural pela sociedade com o desmerecimento das práticas de levar vantagem em tudo exigirão pactuar a ordem social na convocação de uma assembleia constituinte com finalidade específica e restrita para escrever a Constituição democrática, concisa, com os princípios para nortear a sociedade brasileira.

Fabio Gino Francescutti

Rio de Janeiro

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Meio ambiente

Sem plano B

Não tem plano B (Todos seremos vítimas, 1/5, A4). Isso já foi dito por Carl Sagan em seu livro Pálido Ponto Azul. Convém mais do que nunca afirmar essa realidade.

Henrique Massarelli

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

MINISTROS EM LONDRES

Seja lá o que tenha sido tema das palestras do 1.º Fórum Jurídico Brasil de Ideias ocorrido em Londres, com participação nebulosa de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), as pautas de temas jurídicos pulsantes na cabeça dos magistrados da mais alta corte brasileira devem ter sido algo mais ou menos assim: Mayfair, Knightsbridge, Kensington e Chelsea: os locais mais sofisticados de Londres e o uso do cartão de crédito black como prerrogativa do consumidor de luxo; Beluga, ossetra e sevruga: os mais sofisticados caviares do mundo e a regulação legal da pesca do esturjão; Champagne e seu Certificado de Registro da Denominação de Origem e Primeira classe em voos internacionais: o privilégio monetário como condição para suspensão do direito humano à igualdade. Enfim, enganam-se vossas excelências se acham que podem, com cara de paisagem, transmutar convescote nababesco em evento jurídico relevante. Os ministros do STF – mesmo usando vestes talares suntuosas e ternos italianos bem cortados – estão nus.

Túllio Marco Soares Carvalho

Belo Horizonte

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NÃO ADIANTA RECLAMAR

Os ministros do STF sempre reclamam dos apupos dos brasileiros de bem quando se intrometem nas decisões do Congresso Nacional. Aliás, recentemente, participaram de fórum na Europa pagos por organizadores privados, onde alguns deles são réus em processos bilionários. Na verdade, esses ministros deveriam limitar suas participações a eventos transparentes e que possam ser acompanhados pelo público – o que já é uma excrecência. Se não bastasse, omitem as audiências e agendas com políticos, mantendo o seu lado opaco e sigiloso. É difícil de engolir essas barbaridades praticadas pelo órgão máximo da Justiça no Brasil. Depois, não adianta reclamar!

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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POLÍTICA BRASILEIRA

Quanto mais eu leio no jornal sobre um governo gastador, sobre um Judiciário em excursão a Londres, sobre a falta da vacina da dengue, sobre a insegurança, sobre déficits públicos, sobre apoios a ditadores e terroristas e ainda vendo o rumo para o qual o País vai seguindo, percebo que Jair Bolsonaro não era tão perigoso assim.

Nelson Falseti

São Paulo

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REFORMA ADMINISTRATIVA

No artigo É hora de olhar não só para arrecadação, mas também para as despesas (Estadão, 29/4, B3), o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, está corretíssimo. Cortar a própria carne traria governabilidade e credibilidade ao governo. A reforma administrativa passaria por uma redução drástica do número de políticos do País, diminuição de seus vencimentos, e fim de mordomias e penduricalhos, extensivos ao Judiciário. Fim do pagamento imoral de emendas parlamentares, trocado por aprovação de projetos, o famigerado toma lá, dá cá. Ação mais enérgica dos tribunais de contas, no sentido de moralizar gastos públicos com compras e viagens. Normatizar o números de ministérios, via de regra inchados e inúteis. A implantação de uma reforma administrativa nestes moldes, infelizmente, é apenas um sonho. Trocar as fartas tetas do governo por uma proposta audaciosa que envolve amor ao País é praticamente impossível.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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NOVO CÓDIGO CIVIL

Em relação à matéria IA e conceito de família no Código Civil repaginado (Estadão, 29/4, C6-C7), por mais promissora que seja a iniciativa de atualizar o Código Civil, há que se baixar a expectativa com o Parlamento retrógrado que possuímos. As boas propostas iniciais correm o risco de ser modificadas e até desvirtuadas. Por outro lado, ainda o direito de morrer (eutanásia) e de ser dona do próprio corpo, no caso específico ao direito ao aborto, continuam de fora de tal ordenamento legal.

Adilson Roberto Gonçalves

Campinas

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TRANSPARÊNCIA

Um princípio constitucional chamado publicidade ou transparência ajudaria a garantir a democracia. Com tanto sigilo imposto pelo STF, parece que todo o artigo 37 da Constituição federal foi para o espaço, pois o acrônimo “Limpe” acabou, afetadas que foram a legalidade, a impessoalidade, a moralidade, a publicidade e a eficiência. O presidente da Corte, por sua vez, garante que o STF defende a Constituição.

Ary Braga Pacheco Filho

Brasília

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DISCURSO DE LULA

O presidente Lula não cansa de falar que sua política de governo é sempre para os pobres. Na verdade, é como ele pretende deixar quase todos os brasileiros. Tanto tempo de vida pública e não consegue mudar nem seus discursos demagógicos.

Luiz Frid

São Paulo

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CAMPANHA CONTRA FOME

Acabar com a fome, antiga promessa de campanha de Lula, parece ter caído no esquecimento. Pelo menos até a próxima eleição para presidente.

Maria do Carmo Zaffalon Leme Cardoso

Bauru

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RELAÇÕES EXTERIORES

O Exército anunciou que o grupo israelense Elbit Systems venceu a licitação para o fornecimento de veículos blindados de combate obuseiros, sendo o valor aproximado de R$ 1 bilhão. Em fevereiro deste ano, Lula desaprovou a ação de Israel contra o grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza. Chacina e genocídio foram expressões utilizadas por Lula, que foi considerado persona non grata pelo ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz. Lula poderá determinar que o Exército escolha o segundo colocado na licitação ou simplesmente esquecer as 30 mil mortes ocorridas no atual conflito. Lula, que tem a língua solta, poderá interferir nas negociações das Forças Armadas, sem necessidade, enquanto ignora sérios problemas que afetam diretamente o dia a dia do povo brasileiro.

José Carlos Saraiva da Costa

Belo Horizonte

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OFENSIVA DE ISRAEL

Mais de um milhão de palestinos, refugiados em Rafah, serão exterminados pelo exército de Israel por ordem de Benjamin Netanyahu, em sua determinação de eliminar o povo palestino do que sobrou de sua pátria. O Irã poderá atacar Tel-Aviv em retaliação. O mundo, em pleno século 21, assiste a uma guerra étnico-religiosa, como nos tempos das cavernas.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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MANIFESTAÇÕES ESTUDANTIS

As maiores manifestações estudantis, desde 1968, se espalham por dezenas de universidades nos Estados Unidos. Naquela época, a polarização era ser a favor ou contra a guerra do Vietnã e o envolvimento americano nos bombardeios. Agora, a polarização é mais complexa pois envolve um movimento pró-Palestina versus o apoio dos EUA ao excesso de legitima defesa de Israel com bombardeios na Faixa de Gaza, após os ataques perpetrados pelo Hamas em 7 de outubro do ano passado. Haverá grande impacto nas eleições presidenciais, extremamente polarizada entre Joe Biden, Donald Trump e Bob Kennedy Jr., e que poderá forçar uma eleição indireta pela Câmara dos Representantes entre os três candidatos se ninguém vencer no Colégio Eleitoral por maioria absoluta de votos, fato que não ocorre desde 1824.

Luiz Roberto da Costa Jr.

Campinas

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AYRTON SENNA

Após 30 anos da morte de Ayrton Senna, será lançado um documentário que resgata a memória do tricampeão mundial da Fórmula 1, contada em grande parte por ele mesmo em reportagens que ele participou. Uma das mais interessantes é uma entrevista feita pelo Rei Roberto Carlos entrevistando-o a bordo de um conversível ao fim de 1988, ano do primeiro título de nosso tricampeão.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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EMISSÃO DE CARBONO

Em 2023, a Europa reduziu suas emissões de carbono em 15% e nossos jornais nos informam que as nossas indústrias que produzem equipamento para geração eólica estão parando por falta de pedidos das empresas instaladoras. Dá para entender?

Aldo Bertolucci

São Paulo

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MEIO AMBIENTE EM CRISE

Considerando o aquecimento global – provocado pelos gases de Carbono –, a ONU realizou, em 2015, a Convenção sobre o Clima, em Paris. Ante as conclusões dos cientistas, ficou acordado que a temperatura média do planeta Terra não poderia subir mais do que 1,5ºC em 2030, em relação à pré -industrialização. Em 2023, com o surgimento do El Niño, a temperatura média da Terra passou, por alguns dias, o limite estabelecido no acordo. Com as consequências desse aquecimento, mudanças climáticas causaram inúmeras mortes. Constatamos, assim, o perigo real que estamos correndo: de sermos os dinossauros da vez. Mesmo assim, os chefes de Estado de todo o planeta vêm ignorando, em um misto de ganância e ignorância, a realidade apontada pelos cientistas. O presidente russo, Vladimir Putin, resolveu atacar a Ucrânia, sem motivo, guerra que já completou dois anos. No Oriente Médio, depois de receber um ataque sórdido do Hamas – grupo guerrilheiro da Palestina –, resolveu aproveitar a ocasião para expulsar os palestinos e anexar aquele território ao seu país, o que vem fazendo há anos. Nos demais países, a ganância se sobrepôs à própria sobrevivência, por mais absurdo que seja. Em nosso país, o presidente Lula, como os seus antecessores, procura criar projetos escancaradamente fajutos como o “Desmatamento zero na Amazônia até 2030″. Como sabemos, a maior floresta do planeta já contêm áreas de não retorno do desmatamento, bem como o fato das quadrilhas que dominaram o nosso maior tesouro continuarem lá, retirando ouro com equipamentos pesados e envenenando os rios com mercúrio, além de cortarem as árvores para vender ao exterior.

Gilberto Pacini

São Paulo

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ROUBO DE FIOS ELÉTRICOS

Nesta terça-feira, 30/4, pela manhã, em nossa vila (que fica na Vila Olímpia) o fornecimento de energia elétrica foi interrompido das 7h20 ao meio dia. Moradores do local presenciaram a ação de um indivíduo que subiu com muita rapidez no poste da rua, cortou um cabo de energia, conseguiu arrancar alguns metros do fio, enrolou, subiu numa bicicleta e rapidamente deixou o local. Foram 16 casas prejudicadas com falta de energia entre 7h20 e 12h, sendo que uma delas terá que solicitar da empresa uma nova ligação, pois sua fiação de entrada foi avariada. A Enel depois de acionada, enviou equipe de reparo em menos de duas horas, restabelecendo novamente a energia para a quase totalidade das casas, demonstrando responsabilidade e profissionalismo no atendimento, e por essa ação ficamos todos agradecidos. Por outro lado, nestes lados da zona sul (Moema, Itaim Bibi e Vila Olímpia) tem sido frequentes esses casos de ataques rápidos à fiação elétrica para furto de alguns metros de fios de cobre, o que resulta em transtornos, prejuízos, mobilização de pessoas e equipes técnicas para refazer os estragos que atingem dezenas e as vezes até centenas e milhares de moradores da área atingida. Na minha opinião, é preciso que encontremos algum meio racional de enfrentarmos esse problema. Fica o alerta para quem ainda não foi prejudicado pela ação dos guerrilheiros urbanos cujo ataque rápido e preciso à fiação elétrica afeta a vida do cidadão comum que paga seus impostos em dia e com dificuldade. E a polícia? E a prefeitura? E o prefeito? E os vereadores? E os delegados de polícia? Será que estão interessados neste assunto? Parece que não.

José Fernando Banin

São Paulo