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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Educação em SP

Seriedade

Ao ser questionado sobre o conflito de interesses envolvendo contratos firmados entre a empresa do secretário de Educação de São Paulo, Renato Feder, e o governo do Estado, o governador Tarcísio de Freitas referiu-se a Feder como “preparadíssimo, estudioso, entusiasmado e idealista”. Verdadeiras ou não, o que está em discussão não são essas qualidades a que Tarcísio se refere, mas a legalidade e, sobretudo, a moralidade de um conflito que, direta ou indiretamente, por mais que se doure a pílula, existe. O que se espera do secretário é que ou se desincompatibilize do cargo público ou saia de vez do privado. A isso se chama seriedade.

Luciano Harary

lharary@hotmail.com

São Paulo

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Reflexão

Considero salutar refletirmos sobre o recuo da Secretaria Estadual da Educação da polêmica decisão de abolir livros didáticos no ensino fundamental 2. Substituir livros didáticos por “slides em PowerPoint” e comparar a aula a “uma grande TV” soa no mínimo esquisito. O editorial A incrível educação que dispensa livros (Estado, 3/8, A3) fez uma análise crítica da decisão do governo paulista. Classifica-a como estultice, desatino, irresponsabilidade, medida disparatada e infeliz canetada. A necessidade de investigar as motivações da inusitada dispensa do governo paulista levou o Ministério Público (MP) Estadual a abrir inquérito. A matéria SP recua e vai imprimir material didático digital (Estado, 7/8, A17) sugere uma explicação parcial da atitude paulista e cita as palavras do governador: “Acho que as coisas, às vezes, são mal comunicadas por nós mesmos”. Vamos esperar o resultado do inquérito aberto pelo MP, mas parece pouco provável que se trate só de problema de comunicação. Toda vez que leio as palavras padronizar e uniformizar, pressinto ameaças à liberdade e à autonomia e, portanto, a uma boa formação humana e emancipadora.

João Pedro da Fonseca

fonsecaj@usp.br

São Paulo

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Poder Judiciário

Rosa Weber

Prestes a se aposentar, a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), deixará um importante legado: a forma como deveria ser a conduta de um ministro do STF. Discreta e avessa aos holofotes, Rosa Weber não gosta de dar entrevista e cumpre com o que deveria ser uma regra: não se pronunciar fora dos autos sobre casos pendentes de julgamento. Cumpre, também, com aquilo que deveria ser protocolar, como não participar de eventos bancados por entidades privadas. Sem falar das mudanças moralizadoras que promoveu no regimento da Corte, como o prazo de 90 dias para devolução de vista de processo e a votação com urgência no colegiado de decisões liminares. É o exemplo de como se deveriam comportar os demais ministros. E não como celebridades. Rosa Weber é um ponto fora da curva.

Deri Lemos Maia

derimaia@yahoo.com.br

Araçatuba

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Fundo eleitoral

‘Apetite insaciável’

Pegando carona no ótimo editorial Apetite insaciável (Estado, 11/8, A8), cerca de 5,6 mil cargos de prefeito e aproximados 58 mil de vereador serão disputados na eleição municipal de 2024. Parlamentares estão pleiteando, para esta campanha, R$ 5,5 bilhões, 10% a mais do que em 2022. Enquanto isso, o governo federal, sem rodeios, bloqueou no Orçamento R$ 332 milhões destinados à área da educação e R$ 452 milhões à saúde, valores que, com outros contingenciamentos, somam R$ 3,2 bilhões – segundo explicações, para não estourar o teto de gastos e para que o senhor presidente não corra o risco de ser impichado. Protege-se o presidente e punem-se dois setores básicos para o desenvolvimento do País, que carecem de investimentos, e, no entanto, são os pilares prontamente atacados e deixados em segundo plano. Portanto, será um acinte se aprovado este descalabro, mas podemos esperar tudo de um governo que até o momento se curvou diante de todas as extorsões vindas do Parlamento.

Sergio Dafré

Sergio_dafre@hotmail.com

Jundiaí

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Eleição em São Paulo

Tarifa zero

Os prováveis candidatos a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos e Ricardo Nunes têm falado em tarifa zero no transporte público. Só acho que nenhum deles está levando em conta que os ônibus correm o risco de se transformar em dormitórios.

Marcos Reis Longhi

mreislonghi@gmail.com

São Paulo

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

PROJETO NACIONAL INCLUSIVO

Mais que oportuno, o editorial O País é um só (8/8, A3) é necessário e urgente. Num ambiente ainda polarizado, intolerante e de ânimos exaltados, a conclusão do editorial é muito bem-vinda: “Articulação política sim; divisão, rixa ou sentimento de superioridade não”. Com ponderação e equilíbrio, o editorialista não embarca num maniqueísmo próprio das polarizações e dualismos de certo e errado, mocinhos e bandidos, nós e eles. Os consórcios municipais e estaduais são excelente proposta na medida em que visam a promover a atuação conjunta, a soma de esforços, a união para a solução de problemas comuns aos municípios e Estados. A divisão, a cisão e o tensionamento não são inerentes a eles. Franco Montoro, quando governou São Paulo, propôs a criação de consórcios intermunicipais para fortalecer os municípios. Também as regiões podem e devem ter os seus consórcios para fortalecimento dos respectivos Estados, a favor de si mesmos e não contra os demais. Para além das disputas políticas e eleitorais, o que realmente importa é o cidadão como sujeito de direitos, que precisam ser atendidos pelo poder público. Com transparência e equanimidade, sem orçamento secreto. Projeto nacional inclusivo já!

João Pedro da Fonseca

fonsecaj@usp.br

São Paulo

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EVENTOS DISPENDIOSOS

O editorial Uma necessária resolução moralizadora (Estado, 9/8, A3) colocou em termos exatos a necessidade de uma disciplina rigorosa a ser seguida pelos nossos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Afinal, o que temos visto atualmente é uma revoada desses julgadores em dispendiosos eventos no exterior bancados por gente muito enroscada na própria Justiça. Uma vergonha!

José Elias Laier

joseeliaslaier@gmail.com

São Carlos

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REVISÃO DA VIDA TODA

As dificuldades enfrentadas pelos aposentados para a chamada revisão da vida toda em suas aposentadorias diz claramente de como, no Brasil, os mais desfavorecidos são altamente prejudicados em seus parcos direitos frente a tantos que se beneficiam, às fartas e indevidamente, do dinheiro público e das tantas vantagens que são concedidas a alguns grupos sociais. É fácil, muito fácil mesmo bater em quem não tem voz e se aproveitar das farturas das injustiças sociais, mas tudo, claro, em nome da governança, da democracia e da má, injusta e perversa natureza humana.

Marcelo Gomes Jorge Feres

marcelo.gomes.jorge.feres@gmail.com

Rio de Janeiro

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CONFIANÇA NA ECONOMIA

O Plano Real, implementado em 1994 e que completou 29 anos, teve um papel crucial na consolidação da democracia no Brasil. Ao controlar a hiperinflação, restaurou a confiança na economia e no governo. Isso fortaleceu a estabilidade política ao promover um ambiente propício para o diálogo e a participação cívica. Além disso, ao melhorar as condições econômicas dos cidadãos, o Plano Real reduziu tensões sociais e contribuiu para a manutenção da ordem democrática. Com uma moeda estável e recuperação econômica, o Brasil viu crescer a confiança nas instituições democráticas, sustentando assim sua trajetória de desenvolvimento político.

Luciano de Oliveira e Silva

Luciano.os@adv.oabsp.org.br

São Paulo

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LER EM PAPEL

Desta vez o senso comum coincidiu com a evidência científica provando que ler em papel é melhor do que em uma tela. Artigos científicos são lidos, hoje, quase que exclusivamente em arquivos digitais, mas trata-se de uma parte muito específica da escrita, não relacionada com material usado para aprendizado básico ou entretenimento geral. Mas, como vemos na política educacional paulista de queima real e virtual dos livros didáticos, nada é tão ruim que não possa piorar.

Adilson Roberto Gonçalves

prodomoarg@gmail.com

Campinas

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LIVRO ‘QUE BOBAGEM!’

Natalia Pasternak subiu ao palco no tempo da pandemia da covid. Foi destaque na discussão do emprego da cloroquina, dentre outros pontos do tratamento da referida infecção. Uma discussão que se deu em contexto de politização, o que comprometeu, até certo ponto, a compreensão da questão em si. A cientista ressurge agora na polêmica levantada por publicação em que atribui a ciências como a psicanálise a pecha de charlatanismo. Não sei se ela apresentou argumentos válidos para as bombásticas afirmações. Não há dúvida, porém, de que conseguiu atrair holofotes e deve ter incrementado bem as vendas de seu livro.

Patricia Porto da Silva

portodasilva@terra.com.br

Rio de Janeiro

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FIDELIDADE A UMA CRENÇA

A entrevista com Natalia Pasternak no Estadão a respeito do seu recém-lançado livro gerou várias reações indignadas, apresentadas em outras matérias, em cartas de leitores, e culminando no injustificado artigo do sociólogo Paulo Delgado (O semelhante cura o semelhante, 9/8, A6). Quantos leram o livro antes de comentar? À farta documentação nele apresentada são contrapostas referências a “sabedorias milenares” que nem são tão milenares e muito menos sabedorias, mas experiências pessoais, um grande mercado para certos tipos de cura e várias teorias da conspiração. Enfim, muita vontade de validar suas crendices ou seu ganha-pão. Quando a fidelidade a uma crença substitui a busca cuidadosa de conhecimento válido, o resultado vai do ridículo à tragédia, mas nunca é bom.

Arnaldo Mandel

amandel@gmail.com

São Paulo

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FUNDAMENTOS DA HOMEOPATIA

Parabéns ao dr. Paulo Delgado pela brilhante exposição dos fundamentos da homeopatia. Os “cientistas” que a criticam, com desconhecimento, talvez sejam servos das indústrias farmacêuticas. A homeopatia tem que ser reconhecida e respeitada, como a medicina que faz uma longa entrevista com o paciente para primeiro conhecê-lo e tratar do doente, e depois da doença, se necessário. Isso tem um nome: anamnese.

Arcangelo Sforcin Filho

arcangelosforcin@gmail.com

São Paulo

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REVISTAS CIENTÍFICAS

É simples mostrar que Natalia Pasternak está errada. Coloquem, por exemplo, o nome do célebre psicanalista britânico na busca da principal revista (maior fator de impacto), o American Journal of Psychiatry, ele assina 16 artigos. Além de Peter Fonagy, vou dar vários nomes de psicanalistas contemporâneos que vocês podem colocar no Google Acadêmico: Mary Ainsworth, Mary Main, Sidney Blatt, Glen O. Gabbard, Jeremy Holmes, Patrick Luyten. Acho que já deu. Vão ver que publicam nas mais importantes revistas científicas e livros de editoras científicas, como American Psychiatric Association, American Psychological Association, Oxford University Press, etc. Seria um absurdo, por definição, afirmar que artigos publicados em revistas e livros de edições científicas não são científicos, na sua grande maioria. Ao passo que as referências bibliográficas do livro de Pasternak são de livros, na grande maioria, antigos, desatualizados, de editoras não científicas, insignificantes.

Wilson de Campos Vieira,

psicólogo psicanalista,

wcamposvieira@gmail.com

São Paulo

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BRINCADEIRA COM A SAÚDE

Todos se lembram da famosa cena em que o então presidente Jair Bolsonaro exibia, sorridente, uma caixa de cloroquina para emas no Palácio da Alvorada. Espetáculo mais patético impossível. A sanção de Lula à lei aprovada pelo Congresso autorizando a ozonioterapia no Brasil não é menos ridícula e estapafúrdia. Se o Parlamento ignorou os pareceres técnicos contrários à liberação do ozônio para fins médicos emitidos pela Anvisa, pela Associação Médica Brasileira e pelo próprio Ministério da Saúde, o presidente deveria demonstrar seriedade e responsabilidade e vetar o procedimento. Não há razões políticas que justifiquem brincar com saúde. Assim como Bolsonaro brincou com a cloroquina, Lula faz o mesmo com o ozônio. E as emas somos nós.

Luciano Harary

lharary@hotmail.com

São Paulo

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TERAPIA ALTERNATIVA

Ozonioterapia, a cloroquina de Lula

Cecilia Centurion

ceciliacenturion.g@gmail.com

São Paulo

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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

Como já não bastassem as inúmeras taxas e burocracia na renovação da CNH, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), através dos senadores Davi Alcolumbre (União-AP) e Fabiano Contarato (PT -ES), aprovou o PLS 98/2015, que altera o Código de Trânsito Brasileiro e torna a avaliação psicológica obrigatória em todas as vezes que a habilitação for renovada para todas as categorias. Enquanto em outros países já existem veículos autônomos dispensando motoristas e facilitação da obtenção de licença para dirigir, aqui inventam exames cada dia mais rigorosos, onerosos e sem nenhuma validade científica ou prática. A sociedade espera que a Câmara dos Deputados engavete o PLS 98/2015 e trabalhe por melhorias em nossa legislação, que exime o Estado de suas obrigações e apenas inventa punições e regras aos contribuintes.

Daniel Marques

danielmarquesvgp@gmail.com

Virginópolis (MG)

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SEMÁFOROS PISCANTES

Não é nenhuma novidade o completo e total abandono da cidade de São Paulo, mas recentemente fiquei muito preocupado com um fato totalmente extemporâneo. Bastaram uns 15 minutos de chuva para que os semáforos, os gloriosos semáforos, entrassem no modo amarelo piscante. Um trajeto que demora, normalmente, em média de 40 a 45 minutos da Vila Olímpia até minha casa ou vice-versa, se tornou um trajeto de hora e meia. O semáforo da Rua Funchal na esquina com a Rua Gomes de Carvalho se tornou uma roleta russa. Funcionando já é péssimo. No cruzamento da Avenida Morumbi com a Rua São Bráulio, outro semáforo piscante e salve-se quem puder. Detalhe, estamos no “inverno” e em agosto. Quanto à Cracolândia, como frequentador da belíssima Sala São Paulo, confesso que fico com muito receio a cada sábado que tenho que me dirigir para lá com minha família. Pergunta: apesar de já sabermos a resposta, não dá para fazer alguma ação, sr. prefeito, se é que temos um? Cereja do bolo: desconfio que os gloriosos agentes da CET (Companhia Engarrafadora de Trânsito) são feitos de açúcar. Bastou chover e eles somem. Para finalizar, um “zeloso” agente de trânsito multou minha mulher por falta de iluminação na placa traseira. É ou não é uma indústria de multas? Quem consegue perceber essa falha?

Renato Amaral Camargo

natuscamargo@yahoo.com.br

São Paulo

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PAIS E FILHOS

A relação entre pais e filhos é algo simplesmente maravilhoso. Via de regra, a relevância de nossos pais e a de nossos filhos para nós supera em muito todo o resto que temos na vida. Trata-se de um amor verdadeiro e intenso que não esmorece com o passar do tempo e muito pelo contrário. A capacidade do ser vivo de se reproduzir construindo futuras gerações o eleva acima do tempo. Numa época em que se questiona o que significa ser homem ou mulher, é especialmente importante celebrar os conceitos de ser pai, de ser mãe e de constituir uma linda família. Especialmente o grande milagre da paternidade e da maternidade na gênese da vida. Reconhecer isso não diminui em nada o imenso valor de quem cria uma criança e a relação familiar que existe nesse caso, apesar de não ter sido o seu progenitor.

Jorge Alberto Nurkin

jorge.nurkin@gmail.com

São Paulo

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LEGADO DOS PAIS

Certamente neste abençoado domingo, 13/8, vamos ter muitas razões para comemorar o Dia dos Pais. Sem esquecer e homenagear aquele pai que já nos deixou, como o meu, para uma vida melhor. Mas aos atuais, que constituíram suas famílias, àqueles que com a mulher grávida aguardam ansiosamente o nascimento do primeiro filho, e aos também importantes pais adotivos. Quando nos casamos nossa experiência é quase zero de como constituir uma família ou de como criar um filho. Porém, o legado que os pais nos deixam é imenso. Foi e é com eles que aprendemos a enfrentar a vida. Também com os erros que eles cometeram, que nos fazem refletir até hoje o que devemos ou não fazer com os nossos filhos. Assim como aprendi e continuo aprendendo com os meus quatro filhos, incluindo pedir desculpas. Parabéns a todos os pais!

Paulo Panossian

paulopanossian@hotmail.com

São Carlos