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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
7 min de leitura

Congresso Nacional

Feriado estendido

Enquanto a maioria dos brasileiros, depois do carnaval, voltou obrigatoriamente ao trabalho ontem (14/2), a casta nobre dos 513 deputados e 81 senadores só voltará a seus postos a partir de 19/2, de acordo com a agenda das duas Casas. Neste macunaímico e carnavalesco país de samba, suor e cerveja, a Quarta-Feira de Cinzas dos congressistas se estenderá até a segunda-feira seguinte, para que suas excelências descansem e curtam um pouco mais os dias de injustificada farra e folga, ao arrepio do princípio basilar republicano de igualdade de todos perante a lei. Vergonha!

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

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Democracia

Esta ‘chata de galocha’

No dia 13/2 (A3) lemos no Estadão o editorial intitulado Autoritarismo juvenil. Imediatamente me veio à mente: a nova geração dá sinais que atestam o flerte com o autoritarismo. Nota-se: basta pensar nos textos brevíssimos feitos pelo WhatsApp, nos vídeos assistidos em velocidade dobrada pelo YouTube, na necessidade do microlearning, na apresentação da notícia em primeira mão independentemente do conteúdo, no desejo de sucesso sem esforço. Tudo isso tem uma duração que é incompatível com a atual juventude; mas o que os jovens não sabem – ou não querem saber – é que precisamos de tempo para apreciar a vida e prudência para atravessá-la. Por isso a democracia se mostra uma chata de galocha para esta juventude imediatista. A democracia pressupõe um tempo que parece não pertencer e atrapalhar os jovens. Assim, é mais fácil flertar com o autoritarismo, pois a juventude busca uma celeridade cega, ainda que a decisão seja autoritária.

Fernando F. Rossi

ffrossiadv@gmail.com

Uberaba (MG)

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Aprendizado

Em Autoritarismo juvenil, o Estadão comenta pesquisas internacionais que relatam a existência de camada de jovens contrários ao regime democrático e que preferem líderes autoritários, partidos extremistas e soluções também autoritárias. Necessário salientar que esses jovens ainda praticamente não experimentaram a vida política dos países onde vivem e não conhecem as mazelas impostas por ditaduras e ditadores travestidas de benesses nacionais. E podem vir a ver, ainda, a ausência da meritocracia nos regimes totalitários e sentir na pele as injustiças praticadas costumeiramente nos regimes ditatoriais. Certamente, diante disso tudo, haveria arrependimento. Mas, então, sabe-se que muito tempo levaria para alcançar novamente a democracia. Esses jovens podem um dia sentir que foram levados a protestos contra o regime democrático pela ação demagógica de populistas ditatoriais, que sabem pintar com cores extravagantes o quadro das suas verdades políticas. Os democratas, portanto, precisam dedicar-se mais aos ensinamentos políticos e sociais para jovens em fase de rebelião e revolta, porque esse tipo de educação serve como combate à demagogia e como ensinamento das realidades políticas e sociais a serem consideradas sob a invocação da História.

José C. de Carvalho Carneiro

carneirojcc@uol.com.br

Rio Claro

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Sociedade

Políticas para a infância

O Tema do dia do Estadão de 13/2 (Construção da autoestima começa na infância, mas impactos são para a vida toda, A5) focaliza a importância da primeira infância e sugere a necessidade de medidas concretas de política pública para o desenvolvimento infantil. Tudo passa pela educação na mais tenra idade. É na primeira infância que se molda o caráter. Cuidar da criança nos seus primeiros estágios de vida é proporcionar a ela os verdadeiros desafios a serem superados na sua formação integral e as oportunidades a serem aproveitadas neste processo de aquisição de competências. A ação de profissionais treinados e bem remunerados num ambiente acolhedor com infraestrutura educacional apropriada, nos dias de hoje, contribui para a existência de adolescentes conscientes do seu papel na sociedade, num futuro não muito distante.

Fauzi Timaco Jorge

fauzijorge@gmail.com

São Paulo

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Jair Bolsonaro

Balão de ensaio

A quem interessar possa: o chamamento de Jair Bolsonaro para manifestação no dia 25/2 é apenas um balão de ensaio, para saber o quanto vale o seu apoio nas próximas eleições. Pode ter uma surpresa desagradável.

Luiz Frid

fridluiz@gmail.com

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

ATO CONVOCADO POR BOLSONARO

Ato público convocado por Bolsonaro para o dia 25 na Paulista é demonstração de força ou fraqueza? (Estado, 13/2). O articulista Carlos Pereira precisa entender que o ato convocado por Jair Bolsonaro não terá apenas a presença de bolsonaristas, mas também de todos os que protestam contra as lambanças inquestionáveis do atual governo ilícito, presidido por um condenado em três instâncias, 12 anos de cadeia, e irregularmente anistiado, que protestam contra as arbitrariedades antidemocráticas do Supremo e, principalmente, contra o silêncio dos omissos. Motivos não faltam para irmos às ruas protestar de forma pacífica, civilizada. E, frente a esse deplorável cenário, Bolsonaro torna-se apenas um detalhe motivacional.

Maurilio Polizello Junior

polinet@fcfrp.usp.br

São Paulo

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DEFESA DO ESTADO DE DIREITO

É patético Bolsonaro convocar seus seguidores para defender o Estado de Direito. Defensor do ódio, da violência e da tortura, conspirou contra a democracia e, agora, sem o menor pudor, conclama para a defesa de tudo o que tentou destruir.

Sylvio Belém

sylviobelem@gmail.com

Recife

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TRAMA CONTRA A DEMOCRACIA

Muitos ainda estão estarrecidos com as minutas de golpe, a reunião dos que tramavam contra a democracia, as eleições e o País. Boa parte ainda não acredita no enredo chulo, grotesco e sem imaginação do líder e de seus componentes de diversas alas. A ala da segurança, comandada por Augusto Heleno, esbravejava querendo o golpe no País antes mesmo da derrota nas eleições. Sábio, ele percebeu que não havia legado dos quatro anos anteriores, exceto se motociata fosse projeto de governo. A certeza da impunidade era tanta que o ex-deputado do baixo clero pouco se importou com a gravação da reunião criminosa. Ele, que sempre conseguiu se safar bem desde os tempos do Exército, das compras de imóveis sem lastro, funcionários fantasmas, ouro no MEC, garimpo ilegal, mortes dos indígenas e das 700 mil vítimas da covid sem vacinas. Não tinham como vencer a eleição, era então dar o golpe ou usar das mentiras, tão comuns no enredo patético da sua vida de soldadinho de chumbo.

Rafael Moia Filho

rmoiaf@uol.com.br

Bauru

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‘AUTORITARISMO JUVENIL’

O destempero de Donald Trump é aprovado, no momento, por maioria dos norte-americanos, mostrando que riqueza pode trazer bem-estar para alguns grupos, mas não produz inteligência. A nação mais rica do planeta consegue ser governada pela mentira extremista, o que dá coragem para outros ratinhos rugirem mundo afora. Não por menos, os jovens passam a acreditar nesse comportamento e apoiar o Autoritarismo juvenil (13/2, A3).

Adilson Roberto Gonçalves

prodomoarg@gmail.com

Campinas

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PROCESSOS COM ERROS

Tribunais de todo o País registram 40 milhões de processos com erros, diz a boa reportagem de Heitor Mazzoco (Estado, 14/2, A8). O mais crédulo dos brasileiros sabe que o Judiciário brasileiro não funciona como deveria. E como diz o texto, ainda serve para a desigualdade social, começando pela garrafinha de água e terminando nos processos sem fim, dentre outros. Como é fato que esse “não funcionar” do Judiciário serve em bandeja de prata e com luvas brancas às conveniências do setor de advocacia. “Se estivesse lá fora ganharia muito mais”, dizem a boca pequena e aos quatro ventos por juízes e funcionários do Judiciário. Digo eu: é calhordice. Fora do Judiciário não há mordomias nem penduricalhos, mais, a concorrência é selvagem, brutal, e não há o mais remoto espaço para lentidão ou quem quer garantias vitalícias. Os 40 milhões citados no texto com erros representam 20% dos processos tramitados nos últimos anos, ou seja, temos 200 milhões de processos em andamento? Que baderna! E o Judiciário fala em remuneração? E nós, cidadãos, como ficamos? Há algum interesse em fazer a coisa andar? Duvido. Bom, esse parece ser o resumo da Justiça brasileira. Estadão, Heitor Mazzoco, obrigado pela esclarecedora reportagem. A quem interessar, recomendo a leitura do processo transitado e julgado de Maria Teresa D’Aprile. Bem esclarecedor das coisas.

Arturo Alcorta

arturoalcorta@uol.com.br

São Paulo

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A IMAGEM DO ANTISSEMITISMO

Diante de um ataque explícito de intolerância contra uma lojista judia na Bahia, muito me admira a reação tardia e protocolar do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, que nem tentou disfarçar a parcialidade da sua narrativa de esquerda no combate ao racismo. Se o ataque de ódio tivesse acontecido com um homossexual ou um negro, garanto que a condenação teria sido imediata e implacável. Como foi contra uma cidadã judia, infelizmente a “solidariedade” é apenas relativa. Antissemitismo é racismo, senhor ministro. E deve ser veementemente condenado.

Sandra Birger Romani

sandrabirger7@yahoo.com.br

São Paulo

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FUGA DE PRESÍDIO

Dois perigosos bandidos do CV, de vasta e perigosa folha corrida, fugiram do Presídio Federal de Mossoró. Lá está o bandido Fernandinho Beira-Mar. Inédito! Primeira fuga de bandidos de presídios federais de segurança máxima de toda a nossa história. Em consequência, tirando o sofá da sala (ou dos gabinetes), aguardemos o discurso dos “especialistas” estatais, paus-mandados e bem-remunerados, defendendo a extinção dos presídios federais, por obsolescência ou qualquer outra narrativa absurda, construída com muita má-fé. Parecendo dever de casa do sistema bem decorado e ensaiado, que busca a implantação por aqui de um regime à moda Nicarágua, Venezuela, Cuba et caterva, em que capítulo da cartilha do crime organizado, braço amigo do poder e da velha mídia, consta essa estratégia? Segue o jogo, tudo certo como dois e dois são cinco! Que venha o estudo do caso.

Celso David de Oliveira

david.celso@gmail.com

Rio de Janeiro

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LEIS QUE ENFRAQUECERAM A EXECUÇÃO PENAL

A mudança temporária, para Santos, do gabinete da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, que engloba os comandos das Polícias Civil e Militar e respectivas estruturas, é mais um esforço do secretário Guilherme Derrite e do governador Tarcísio de Freitas para proteger a população da baixada santista e conter a ação dos criminosos. Mas, além disso, para resolver o problema, é preciso recuperar as leis que enfraqueceram a apuração criminal e a execução penal, destruídas pelos demagogos pós-1985 a título de promoverem a democracia. Para que o trabalho policial forte não seja desperdiçado em audiências de custódia e outras ações de esvaziar cadeia hoje inclusas na lei, o presidente da República deveria editar medida provisória capaz de devolver ao Ministério Público e ao juízo a força de outrora para manter encarcerados os criminosos e deles cobrar os agravos cometidos contra a sociedade. Pontuamos a medida provisória – instituto de competência exclusiva do chefe do governo – por ser o único instrumento legal que entra em vigor imediatamente, no dia de sua publicação, com duração de 60 dias mais uma prorrogação por igual período. Se o presidente Lula da Silva editá-la, estará restabelecendo a eficácia do trabalho policial e judicial, ensejando espaço para que o Congresso Nacional (senadores e deputados) deem andamento aos projetos que tornem as leis penais mais adequadas ao momento vivido pelo País.

Dirceu Cardoso Gonçalves

tenentedirceu@terra.com.br

São Paulo

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ASSASSINATO DE TURISTA

O assassinato de um turista em Cabo Frio, no sábado de carnaval, na Praia do Forte, tem as digitais da omissão do poder público municipal. E não é só em Cabo Frio, não. Em Arraial do Cabo, São Pedro da Aldeia, etc., é igual. Arraial do Cabo estava vazia se comparado a outros carnavais. Nas outras cidades também. Em vez de atraírem turistas, estão os afugentando, com o império da desordem implantado e ditando regras.

Panayotis Poulis

ppoulis46@gmail.com

Rio de Janeiro

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POVO YANOMAMI

O povo yanomami, homenageado pela Salgueiro, na Sapucaí, com o líder Davi Kopenawa em destaque, merece nota 10 no quesito moral, além da extraordinária beleza do desfile em todos os demais quesitos. Um desfile histórico, revelando tanto a beleza de um povo quanto seu sofrimento, pela invasão de seu território por garimpeiros, roubando seu ouro e envenenando seus rios com mercúrio, matando seu povo e desmatando sua floresta.

Paulo Sergio Arisi

paulo.arisi@gmail.com

Porto Alegre