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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Governo Lula

Palavras ao vento

Perturbadora a quantidade de palavras ao vento referentes à condução da economia que Lula da Silva vem emitindo neste início de novo mandato. Não contente, por exemplo, em demonstrar certo primitivismo a respeito da política de juros estabelecida pelo Banco Central, critica a atuação da entidade ao citar um descompasso entre os índices da Selic e do IPCA, um dos parâmetros que medem o aumento de preços, acrescentando que “a gente poderia nem ter juros”. É impossível deixar de inferir de suas falas o fato de que não se sente confortável com a autonomia do BC, aprovada pelo Congresso em 2021, medida que protege o órgão da contaminação política e lhe soma um grau de liberdade fundamental para controlar, dentro de critérios técnicos, a quantidade de dinheiro em circulação e avaliar o respectivo impacto nas contas do País. Esperteza de político velho.

Paulo Roberto Gotaç

pgotac@gmail.com

Rio de Janeiro

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Investimento

Depois de quatro anos isolado do mundo, sem receber nem ser recebido por ninguém relevante, o novo governo tem uma intensa agenda de reuniões com os principais líderes mundiais em busca de novos negócios e novas parcerias. Seria muito importante o Brasil apresentar um plano de metas para recuperar o importantíssimo grau de investimento, o selo de qualidade econômica indispensável para que o País possa atrair grandes investidores internacionais. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, perdeu a oportunidade de apresentar em Davos seu plano para recuperar o grau de investimento, o que o País deveria priorizar para sair da lata de lixo dos países de grau especulativo e entrar para a primeira divisão da economia mundial.

Mário Barilá Filho

mariobarila@yahoo.com.br

São Paulo

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O pródigo e o libanês

Lula desautorizar ou contradizer Haddad já virou rotina. Enquanto o comandante propaga ideias rançosas sobre a economia e uso das estatais, o ministro da Fazenda, como timoneiro, tenta equilibrar as contas e mostrar ideias mais contemporâneas para levar o barco até o porto e, obviamente, tornar-se o comandante no futuro. Haddad já disse que seu sangue libanês o faz ter juízo para gastar, mas o problema é que quem manda é o pródigo.

Flávio Madureira Padula

flvpadula@gmail.com

São Paulo

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Judiciário

Suprema Corte

O editorial O STF e a democracia inabalada (18/1, A3) é bastante oportuno e expõe com clareza a vinculação do Supremo Tribunal Federal (STF) com a democracia. Todavia, é frustrante verificar que o STF tem gastado muito de seu tempo como tribunal comum em julgamentos de autoridades com foro privilegiado, e também anulando processos muito bem e arduamente trabalhados em instâncias inferiores, com custos elevados. Um STF mais envolvido com questões mais relevantes para a sociedade é o que se espera.

José Elias Laier

joseeliaslaier@gmail.com

São Carlos

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São Paulo

IPTU

Onde estão os vereadores de São Paulo para coibir os abusos cobrados no IPTU da capital, bem como os juros aviltantes cobrados quando do atraso do pagamento do tributo? Pasmem, por pouco mais de mês de atraso, foram acrescidos ao pagamento cerca de 17% entre multa e juros, prática de fazer inveja a qualquer banqueiro e agiota deste país. Trabalhem, senhores vereadores, porque a população já não aguenta mais tanta omissão e descaso com aqueles que os elegeram e pagam seus salários e mordomias. O poder público esfola o contribuinte com impostos, taxas e juros aviltantes sob o olhar conivente daqueles que deveriam defender a população desses indiscriminados abusos, em todas as esferas oficiais.

Elias Skaf

eskaf@hotmail.com

São Paulo

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Aniversário da cidade

São Paulo, 469 anos de existência. E nunca a cidade outrora pujante e orgulhosa esteve tão mal administrada, abandonada, maltratada, esburacada, mal cuidada, destruída, esquecida, violenta, mal policiada e entregue à marginalidade e à própria sorte. Aniversário sem nada para se comemorar e tudo para se lamentar.

Renato Otto Ortlepp

renatotto@hotmail.com

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL

Quem errou mais em Davos e mostrou ser realmente uma mente brilhante, em qualquer estábulo do mundo, foi o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dizendo para não comprar nada de empresas em que os donos são de direita. Ou será que foi a outra maravilha da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmando que no Brasil temos 120 milhões de famintos? É inacreditável. E, francamente, é sabido até pelas lesmas do Brasil. Não é culpa deles, e sim de quem vota neste governo “brilhante”.

Roberto Moreira da Silva

rrobertomsilva@gmail.com

São Paulo

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MANICÔMIO TRIBUTÁRIO

O polido e cordial vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, disse que “temos um manicômio tributário” ao mencionar o sistema brasileiro de impostos e tributos. Quem já teve que lidar com alguma questão tributária sabe o quão correta está a análise do ministro. A reforma tributária é um daqueles problemas que todos sabem que existem, mas ninguém sabe como resolver. Pode ser que o problema seja outro: enquanto não houver uma reforma federativa, redistribuindo-se as responsabilidades entre os entes da Federação (União, Estados, municípios e Distrito Federal) não haverá como se realizar uma reforma tributária sensata. A Constituição de 1988 foi elaborada por constituintes cuja mentalidade política, jurídica e social foi formada nas décadas de 1960 e 1970. Por isso, distribuiu, à luz da realidade daquelas décadas, as responsabilidades de cada ente federativo, gerando uma incompatibilidade ou desajuste entre os tributos arrecadados e as responsabilidades de cada ente. O manicômio tributário não será solucionado enquanto não se resolver o manicômio federativo, e é por esse problema que a nação deve começar.

Luciano de Oliveira e Silva

luciano.os@adv.oabsp.org.br

São Paulo

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COMENTÁRIO DE ARAS

Não sei como melhor qualificar a fala do procurador-geral da República, Antônio Augusto Brandão de Aras, na reunião do presidente Lula da Silva com os governadores, no dia 9/1. Ouvi abismado um discurso falso, para dizer o mínimo, sobre seu comportamento e o da vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, nos últimos quatro anos, quando foram por inação e absoluta omissão suportes para as más ações do ex-presidente Jair Bolsonaro, enquanto propagava não entrar em jogo político. Apesar de conhecer a facilidade desse tipo de agente público em trocar de lado com a mudança dos ventos, abjeta seria pouco para classificar sua fala. A sociedade não merece tanta pusilanimidade.

Alberto Mac Dowell de Figueiredo

amdfigueiredo@terra.com.br

São Carlos

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BALANÇO DA GESTÃO

A título de contribuição, sugiro que o presidente Lula fale à nação em rede nacional. Seria uma oportunidade de fazer um balanço das ações até aqui, com destaque para o pacote de medidas econômicas do ministro Fernando Haddad, que caberia ser explicitado, em linhas gerais, à população. Isso poderia concorrer para o projeto de unificação do País.

Patricia Porto da Silva

portodasilva@terra.com.br

Rio de Janeiro

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ELEIÇÕES 2026

O Brasil precisa sair do impasse da polarização politica atual, dividido entre as lideranças de Lula e Bolsonaro, inviabilizando as candidaturas de ambos em 2026. A política brasileira muda tudo de uma hora para a outra, como estamos acostumados, mas devemos olhar para um prazo maior de quatro anos, desde já, para o bem do País, neste impasse nacional que estamos metidos. Os últimos acontecimentos de tentativa golpista promovido por bolsonaristas, facilita um processo de cassação dos direitos políticos de Bolsonaro, por chefiar tentativa de insurreição contra a democracia. A ausência do ex-presidente na eleição de 2026, leva Lula a não ter de disputar sua reeleição, como já anunciara. Eleições presidenciais em 2026 só serão pacíficas e em ordem, se nem Lula, nem Bolsonaro participarem. A nação agradece desde já, e novas lideranças poderão conduzir a nação a um recomeço de vida política livre de polarizações fanáticas que podem destruir nossa democracia.

Paulo Sergio Arisi

paulo.arisi@gmail.com

Porto Alegre

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CRISE DA AMERICANAS

A impressionante crise da Americanas é de uma profundidade impressionante, face à inconsistência contábil de R$ 20 bilhões em seu balanço. Tal realidade fez com que seu caixa desabasse de R$ 8 bilhões para apenas R$ 800 milhões. Tal acontecimento deixa o sistema das similares empresas brasileiras com ações na Bolsa de Valores nacional e de outros países, em uma situação de desconfiança muito grande. Precisamos encontrar os responsáveis desse baque financeiro da empresa, como dos atentados em Brasília do dia 8 passado, para que sejam responsabilizados pela Justiça, e assim tenhamos condições de sermos respeitados pelos grandes investidores internos e externos, e possamos assim voltar a desenvolver nossa economia como grande nação que tanto sonhamos e temos condições de ser.

José de Anchieta Nobre de Almeida

josenobredalmeida@gmail.com

Rio de Janeiro

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INVESTIGAÇÃO DA BARBÁRIE

Ainda repercutindo as lamentáveis manifestações do dia 8/1 em Brasília. Passados alguns dias do lamentável episódio, o imbróglio continua, e longe de ser desvendado. Única certeza que se tem é que o patrimônio público “teve grande prejuízo”, segundo explicações “claras e objetivas,” da ministra da Cultura, Margareth Menezes. Para não complicar ainda mais as investigações em andamento, vamos torcer para que pedidos de instalação de Comissões Parlamentares de Inquéritos (CPIs) no Senado Federal e na Câmara dos Deputados, em estágio embrionário, fiquem assim, pois, se seguirem em frente, meus caros, aí sim, nada será elucidado.

Sérgio Dafré

sergio_dafre@hotmail.com

Jundiaí

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MINISTRO DECRETA PRISÃO

O Brasil estava precisando de um ministro da Justiça interessado em manter a ordem no País. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, mais conhecido e temido como “Xandão”, está acabando e liquidando os terroristas de plantão. Milhares foram identificados, presos e responderão, judicialmente, pelos atos de vandalismo – incluindo políticos e servidores públicos. Alguns são contrários ao ministro, mas a grande maioria dos brasileiros apoiam “Xandão” que está colocando ordem no País. Parabéns, “Xandão”.

Júlio Roberto Ayres Brisola

jrobrisola@uol.com.br

São Paulo

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BOLSONARISTAS RECLAMAM DA CADEIA

Causa espécie e repulsa a notícia de que os mais de 1,3 mil radicais bolsonaristas merecidamente detidos em Brasília depois de a abominável e execrável invasão nas sedes dos Três Poderes, em 8/1, no Distrito Federal, reclamam das más condições da prisão, como excesso de lotação numa mesma cela, banho frio, dormir em colchão fino no chão, alimentação ruim e insuficiente, mau cheiro nos sanitários, entre outras condições. Depois dos bárbaros, ensandecidos e injustificáveis atos de vandalismo, depredação e quebra-quebra cometidos contra os símbolos da República, o que eles pensaram que iriam desfrutar dentro das celas? Que sua estadia atrás das grades se prolongue o máximo possível, de modo a terem tempo suficiente para refletirem sobre o absurdo praticado.

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

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RESSIGNIFICAR PRÉDIOS INSTITUCIONAIS

Ressignificar o conceito arquitetônico dos prédios institucionais brasileiros, especialmente, aqueles que configuram os espaços de formação/atuação política e de educação do ser humano (principalmente, as escolas públicas), significa simplesmente romper com ideias antidemocráticas e de lógicas de exclusão, as quais dependem de redes integradas (parcerias) de políticas educacionais públicas e privadas governamentais (municipais, estaduais e federais) de inclusão, sustentabilidade, segurança e lideranças pró-humanidade.

Dagmar Hunger

dagmar.hunger1@gmail.com

São Paulo

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TRUNFO DO SABER NENHUM

Em adendo ao excelente artigo de autoria de Jorge J. Okubaro (Delusão bolsonarista, sensatez institucional, 17/1, A5), que, basicamente, é a postura daquele que se faz acreditar em algo que não é verdade, acredito que é possível apontar uma (ou algumas) causas que dê azo a este “delírio crônico”. Em uma escala ascendente, é possível que, partindo de um “negacionismo epistêmico”, as pessoas rejeitam o (correto) conceito de democracia e patriotismo e, em virtude disso, negam a verdade, ou seja, sabem, mas negam a verdade; em um nível superior, simplesmente desconhecem os conceitos (não sabem) e, por via de consequência, atentando contra o Estado Democrático de Direito, sofrem os efeitos jurídicos da prática de seus atos; e, por fim, no topo da escala, nem sabem que não sabem (Noam Chomsky), uma completa ignorância, é o trunfo do saber nenhum (Alasdair MacIntyre), o que pode revelar uma grave falha no sistema de educação do País.

Andeirson da Matta Barbosa

andeirsonbarbosa@gmail.com

Pouso Alegre (MG)

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MARCO DO SANEAMENTO

Em 2020 o Congresso aprovou o novo marco do saneamento básico, com a obrigatoriedade que não seja somente atingida até 2033 a meta de universalização dos serviços, como também que essas estatais sejam licitadas e administradas por empresas privadas. Neste período de dois anos da aprovação deste importante marco, 21 leilões foram realizados, e os investimentos que entre 2016 a 2020 tiveram média de R$ 17,1 bilhões, subiu para R$ 82,6 bilhões, beneficiando 24 milhões de brasileiros em 244 municípios. E os leilões que devem ocorrer em 2023, podem proporcionar mais R$ 24,4 bilhões em investimentos. Porém, conforme consta no editorial Saneamento no caminho certo (Estado, 15/1, A3), a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que o Brasil, entre 130 países, está na vergonhosa 85.ª posição pelo baixo alcance a população dos serviços de fornecimento da água potável, e na 76.ª posição, em esgoto tratado que corresponde a 49% da população. Ou seja, são 35 milhões sem água e 100 milhões sem esgoto. Estamos pior que países como o Butão ou Senegal, e na América do Sul, atrás de cinco países, entre esses a Bolívia. E o que se espera é que essa meta da universalização dos serviços de saneamento básico seja cumprida. Apesar dos retrógrados ruídos estatizantes dos petistas que desejam modicar esse projeto, talvez para que essas estatais continuem falhas e de vil cabide de empregos.

Paulo Panossian

paulopanossian@hotmail.com

São Carlos

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IPVA 2023

Todo ano pagamos o caro e indigesto IPVA. Nos últimos três anos, os veículos mais que dobraram de preços, tanto os novos como os usados. E o imposto é de 4% sobre o preço dos veículos de passeio. Isso quer dizer que o “governo” está recebendo automaticamente dobrado. Mas não contente, o governo paulista ainda decretou aumento de 10,77% do IPVA. E ainda subiu em mais de 7% o licenciamento. Enfim, é muito abuso e muita exploração com a sociedade. É muito dinheiro arrecadado. Reflexão: e ainda existe a máfia dos radares escondidos, que é uma afronta a moralidade.

Alex Tanner

alextanner.sss@hotmail.com

Nova Odessa

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COMPRAS GOVERNAMENTAIS

Tendo em vista o grande alcance jornalístico deste meio junto aos políticos, gostaria de dar uma sugestão pensando na possibilidade do AliExpress (ou outras empresas do exterior) e o governo federal fazerem um acordo no sentido de se poder realizar compras governamentais. Talvez um acordo que beneficie ambos, como, por exemplo, de que para poder vender para a administração pública no Brasil, aquelas empresas devam ter centros de distribuição no Brasil e uma garantia maior para os produtos vendidos. Seria uma forma de pequenas prefeituras que possuem pouco poder de compra tenham acesso a alta tecnologia por 25% dos preços praticados no Brasil.

Franz Josef Hildinger

frzjsf@yahoo.com.br

Praia Grande

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JACINDA ARDERN RENUNCIA

Em 2019, Jacinda Ardern tomou medidas drásticas com uma rigorosa legislação de controle de armas, após os massacres ocorridos contra muçulmanos em mesquitas. Desde então, as ameaças de morte contra a primeira-ministra da Nova Zelândia triplicaram nestes últimos três anos. Período que coincide com a pandemia de covid-19 e a adoção de severas restrições. Estas geraram revolta no movimento antivacina que ficava divulgando teorias de conspiração. A polarização política e os violentos ataques que Jacinda vem sofrendo nas redes sociais, também contribuíram para sua decisão de deixar o cargo de chefe do governo.

Luiz Roberto da Costa Jr.

lrcostajr@uol.com.br

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