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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
11 min de leitura

América Latina

Eleição na Argentina

Neste domingo, 35 milhões de eleitores argentinos vão escolher os novos presidente do país, governadores das províncias, 257 deputados, 1/3 dos 72 senadores e o prefeito de Buenos Aires. Concorrem à presidência: o ministro da Economia, Sérgio Massa, que representa o peronismo e assumiu a vaga deixada pelo presidente Alberto Fernández, que, atropelado pela inflação de 138% ao ano e pela crise econômica, perdeu prestígio, poder e desistiu de concorrer a um novo mandato; o libertário Javier Milei, do antiperonista movimento Libertad Avanza, que teve o maior número de votos nas eleições primárias e promete acabar com a crise dolarizando a economia e implodindo o Banco Central. A terceira opção é Patrícia Bullrich, herdeira do macrismo, dona de um discurso forte contra o establishment político tradicional, que em alguns momentos tem sido isolada pela polarização e campanhas fortes dos outros dois concorrentes. É difícil, na distância que separa São Paulo e Buenos Aires, de prever o resultado desta eleição. O presidente Lula chegou a enviar recursos e um marqueteiro para ajudar Sérgio Massa. Mas parece que Massa terá dificuldade pelo mesmo motivo que levou Fernández a jogar a toalha. Se vencer Milei ou Bullrich, os argentinos estarão colocando absolutamente no passado o peronismo, que influencia a política argentina desde 1944. Para nós, brasileiros, o mais importante é que a Argentina tenha eleições regulares e aceitas pelo seu povo. Apesar de ter sua preferência, Lula não deve se meter nem envolver o Estado brasileiro na questão. E que a Argentina continue a ser grande parceiro nosso, tanto no Mercosul quanto no comércio bilateral. Sucesso e vida produtiva à Argentina e aos argentinos!

Dirceu Cardoso Gonçalves

aspomilpm@terra.com.br

São Paulo

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Guerra Hamas-Israel

A estratégia do Hamas

Segundo Hussein Ibish, do Instituto dos Estados Árabes do Golfo, em Washington, quando os combatentes do Hamas romperam a cerca da fronteira israelense em 7 de outubro, eles estavam tentando provocar Israel a erros de cálculo impulsionados pela indignação. Por paradoxal que pareça, o que o Hamas realmente objetivava era uma invasão terrestre israelense na Faixa de Gaza. Desde a sua fundação, em 1987, o principal objetivo do Hamas não é combater Israel, mas marginalizar os palestinos seculares no Fatah e assumir o controle do movimento nacional. Ao atrair os militares israelenses de volta ao interior de Gaza, o combate urbano o favorece não só na guerra assimétrica, como também em sua macroestratégia. Ou seja: ao tentar cumprir a promessa de “eliminar o Hamas”, se não conseguir atingir esse objetivo, Israel acabará entregando ao movimento terrorista tudo aquilo que o Hamas objetivava desde o início. Por mais impensável que seja neste momento, Israel precisaria rever sua estratégia, priorizando de todas as formas o contato com os palestinos empenhados em falar com Israel, em oposição àqueles que estão empenhados em atirar em seus cidadãos.

Jorge A. Nurkin

jorge.nurkin@gmail.com

São Paulo

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CPMI do 8 de Janeiro

O relatório

Concordo integralmente com o editorial Sem tolerância com o golpismo (Estadão, 20/10, A3). Os crimes, os criminosos e o modus operandi da tentativa de golpe contra o Estado brasileiro estão claramente evidenciados no relatório da senadora Eliziane Gama. No entanto, a cada vez mais provável condenação e prisão de Jair Bolsonaro não diminui o ímpeto golpista que se alastra pelo País. O bolsonarismo fez escola e novas manifestações que divulgam fake news com pautas retrógradas estão previstas para novembro.

Adilson Roberto Gonçalves

prodomoarg@gmail.com

Campinas

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Jair Bolsonaro

Responsabilidade

Bolsonaro diz desconhecer conteúdo de delação de Mauro Cid e afirma só responder pelo que assinou (Estadão, 18/10). É claro que é preciso ser responsável pelo que se assina! Mas a pequenez de um ser humano não está unicamente na ponta dos dois ou três dedos que seguram a caneta. Ela também se manifesta na articulação de ideias e pensamentos e, até, em afirmações como esta de que um presidente só é responsável pelo que assina. E, como o educador e psicólogo Pierre Weil já ensinava, “o corpo fala”, por meio de gestos e atitudes.

Fauzi Timaco Jorge

fauzijorge@gmail.com

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

PRESIDENTE DA EBC

Conforme noticiado, o jornalista Hélio Doyle, ex-presidente da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), foi sumariamente demitido depois de o Estadão ter revelado sua descabida e condenável mensagem compartilhada no X (ex-Twitter) declarando que “não precisa ser sionista para apoiar Israel. Ser idiota é o bastante”. Como se sabe, a EBC, que pagava a ele um salário de mais de R$ 34 mil, é uma estatal chapa-branca que só faz enaltecer os “feitos extraordinários” do presidente Lula e que dá traço de audiência desde que foi ao ar pela primeira vez.

São Paulo

decoljs@gmail.com

J. S. Decol

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PROCESSO DE APRENDIZADO

Cresci escutando que o brasileiro era um alienado que se interessava apenas por carnaval e futebol, enquanto na Argentina qualquer motorista de táxi era politizado. Mais tarde, cansei de ouvir que quem ficava em cima do muro era tucano e que se tinha de ter um lado. Nos últimos tempos, aparentemente, isso mudou, e o que era exclusividade da esquerda petista passou a ser compartilhada por uma direita bolsonarista, com boa parte da população tendo posições e um lado. Concomitantemente, veio a pandemia e, num período que afetou a todos, passou-se a discutir vacinas, máscaras e se a reclusão seria necessária ou não, além das posturas e responsabilidades dos governos. Na sequência houve a invasão da Ucrânia pela grande Rússia do pequeno Vladimir Putin e, outra vez, os que antes nem sabiam onde o país ficava descobriram um pouco da história e sua importância como grande produtor de cereais e girassóis. Atualmente, o Oriente Médio está em guerra devido ao massacre de israelenses pelo Hamas e a reação de Israel com bombardeios indiscriminados na Faixa de Gaza, que produzem imenso número de vitimas palestinas, fatos que fazem pensar sobre a natureza humana e na falta de limites para sua crueldade. Novamente, uma boa parte da sociedade discute essa realidade, tomando partido a favor ou contra um dos lados, as alternativas possíveis e o envolvimento dos diversos atores, suas razões e interesses. Sem entrar no mérito das posições, assiste-se ao envolvimento geral com essa situação, bombardeados 24 horas por dia por uma mídia que, por sua vez e com as honrosas exceções de praxe, é constituída por pessoas que até momentos atrás não conheciam ou pensavam sobre a causa palestina e Israel, abordando o assunto algumas vezes eivado de incorreções devido ao pouco conhecimento. Tudo acima para dizer que se trata de uma feliz mudança radical de postura de uma sociedade tida até recentemente como alienada e passiva, governada ao sabor de uma elite política ultrapassada, desonesta e pouco republicana. Que esse processo dialético constitua um exercício de conhecimento, cuja prática constante possa conduzir ao aperfeiçoamento sociopolítico com melhoria nas escolhas e à formação de novas lideranças, de que o País está tão carente. Sendo assim, surpreende que esse processo de aprendizado seja incômodo e leve alguns, como o senhor Eugênio Bucci, a escrever o mal-humorado artigo Quando a guerra vira entretenimento (Estado, 19/10, A6), talvez por achar, se bem entendido, que se devesse continuar sendo uma sociedade de carneiros e que os temas importantes devam ser de propriedade exclusiva para a discussão de acadêmicos como ele.

Alberto Mac Dowell de Figueiredo

amdfigueiredo@terra.com.br

São Carlos

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COMENTAR POR COMENTAR

Oportuníssimo comentário do professor Eugênio Bucci. É comentar por comentar. “Estou participando do mundo. Não faço nada, mas comento.” De repente a guerra hipócrita de Putin não tem merecido nem meia página. Parabéns, professor.

Luis Tadeu Ribeiro Dix

tadix@terra.com.br

São Paulo

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COLUNISTAS E ARTICULISTAS

Parabéns ao time de colaboradores do jornal que conta com talentos como Eliane Cantanhêde, Lourival Sant’Anna, Fernando Gabeira e tantos outros. Mas hoje quero destacar os excelentes artigos de Eugênio Bucci, que, com uma erudição que nada tem de arrogante, e uma escrita de fácil leitura, traz reflexões importantes sobre temas diversos.

Henrique Salles Gentil

hsgentil@hotmail.com

São Paulo

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DESEMBARGADOR PLANTONISTA

O escabroso caso do desembargador Luiz Fernando Lima, que concedeu prisão domiciliar ao chefe da facção criminosa Bonde do Maluco, escancarou ainda mais a crise de segurança pública na Bahia. O caso foi motivo de editorial Plantão judiciário a favor do crime (19/10, A3). O texto escancara o ridículo da atitude do magistrado: “A decisão do desembargador plantonista foi revogada horas depois – era um evidente absurdo –, mas o criminoso já havia sido liberado do presídio e não foi mais encontrado”. Duas coisas chamam atenção. A primeira, Ednaldo Freire Ferreira estava preso, condenado a mais de 15 anos, pelos crimes de organização criminosa, associação com o tráfico de drogas, homicídio e tortura, enquanto alguns dos baderneiros do 8 de Janeiro têm penas maiores, de mais de 17 anos. A segunda é que o desembargador foi afastado do Tribunal de Justiça da Bahia, mas, por justiça, ele não deveria estar preso preventivamente “pelos graves danos à segurança pública”? O fato é que a Bahia, que vem convivendo com a violência diariamente, agora tem mais dois indivíduos perigosos à solta: o líder do Bonde do Maluco e o desembargador.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

lgtsaraiva@gmail.com

Salvador

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A FAVOR DO CRIME

O editorial do Estadão Plantão judiciário a favor do crime é muito esclarecedor e identifica as mazelas realizadas pela magistratura brasileira, em conluio com o crime. É verdade que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foi criado para orientar e investigar deslizes dos juízes, mas tem tido dificuldades. Ora, recentemente, o traficante André do Rap foi agraciado com um habeas corpus expedido pelo ex-ministro Marco Aurélio de Mello. Também o fundador da maior facção criminosa da Bahia, Ednaldo Freire Ferreira, o “Dadá”, foi agraciado com a soltura pelo desembargador plantonista Luiz Fernando Lima. Moral: ambos estão em “Lins” – lugar incerto e não sabido. Aliás, todos se lembram de que o também plantonista desembargador Rogério Favreto mandou soltar Lula da Silva, mas não teve sucesso, pois o relator do caso, Gebran Neto, há tempo, determinou a manutenção da prisão.

Júlio Roberto Ayres Brisola

jrobrisola@uol.com.br

São Paulo

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A PERSISTÊNCIA NO SUPREMO

Muito louvável o artigo do professor emérito Celso Lafer Em torno do STF (15/10, A4). Como lembrava outro grande jurista, o professor Lourival Vilanova, o Supremo Tribunal Federal (STF) é a Nação em sua autoconsciência jurídica. Ápice do sistema judiciário com o poder de dizer o justo condicionado pela tradição histórica desde que o País foi nação-Estado, a persistência do Supremo Tribunal é de ordem institucional. Sua permanência institucional no tumulto das agitações políticas demonstra a sua sedimentação histórica. Por ser institucional absorve os descompassos internos; irresistente, se compromete com a eventualidade de algum membro seu desacompanhar o estilo que o define historicamente. Por isso não se trata de simples criação legislativa do constituinte originário. Desde a Constituição monárquica como corte de vértice exerce a função jurisdicional permitindo que a norma de direito seja integrada com a realidade social. No justo exercício do poder, acha-se o seu significado. Seja como corte de controle e de jurisprudência, seja como corte de interpretação e de precedentes, tem a função de dar sentido ao direito e desenvolvê-lo ao lado do Legislativo.

John Ferençz McNaughton

john@mcnaughton.com.br

São Paulo

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ANISTIA ÀS MULTAS DA COVID

Imoral, para dizer o mínimo, a anistia do Estado de São Paulo às multas recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro por descumprir as medidas sanitárias vigentes durante a pandemia de covid-19. Anistiar uma pessoa que não máscara usou uma vez, por provável esquecimento, é uma coisa. Outra é anistiar uma pessoa que debochava do uso de máscaras, colocando em risco a vida de várias pessoas pelo mau exemplo. Se no futuro houver necessidade de medidas sanitárias novamente, qual a possibilidade de se impor sanções a quem não segui-las?

Mário Corrêa da Fonseca Filho

mario@gmocoaching.com.br

São Paulo

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CRACOLÂNDIA

A Cracolândia persiste como uma ferida aberta no coração de São Paulo, um testemunho inegável da incompetência do poder público. A cada gestão, promessas vazias e estratégias ineficazes se sucedem, enquanto vidas se perdem na voracidade do vício. A melancolia do cenário é uma metáfora da desordem burocrática que permeia nossa sociedade. A falta de políticas públicas eficazes perpetua o caos, subjugando os mais vulneráveis. É um triste espetáculo, onde o Estado, em sua inércia, assume o papel de espectador indiferente, ignorando o sofrimento humano. Enquanto isso, a Cracolândia subsiste, cruel e implacável.

Luciano de Oliveira e Silva

Luciano.os@adv.oabsp.org.br

São Paulo

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CONSÓRCIO SUL-SUDESTE

Inexiste provocação aos Estados do Nordeste na ideia de congregar forças regionais no Sul-Sudeste do País (Consórcio Sul-Sudeste, que gerou polêmica por disputa por protagonismo com Nordeste, é formalizado, 19/10). A reunião de governadores aglutinou programas e ideias dos governadores do Paraná (Ratinho Júnior), de São Paulo (Tarcísio de Freitas), de Minas Gerais (Romeu Zema) e do Rio Grande do Sul (Eduardo Leite), além de assessores e servidores públicos. O conclave desponta fortemente na política nacional, porque, sem dúvida, terá grande força reivindicatória, o que não significa superação a outras aglomerações de governadores de Estados. A nossa Carta Magna não veda esse tipo de união ou consórcio.

José Carlos de Carvalho Carneiro

carneirojcc@uol.com.br

Rio Claro

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GIGANTE COM ‘PÉS DE BARRO’

O primeiro passo foi dado. Separatista desde muito jovem, pude comprovar que novos países que se formaram após divisão, de forma pacífica ou não, sobreviveram e evoluíram. O Brasil é um gigante com “pés de barro”, com abissais diferenças socioeconômicas. De forma pacífica e ordeira, com a participação de governo, instituições e sociedade como um todo, o segundo passo para a divisão do Brasil em países menores poderia começar a ser elaborado, de forma lenta, gradual, para que os “novos países”, particularmente os deficitários, pudessem adaptar-se à nova realidade, caminhando com as “próprias pernas”. Sonhar não é proibido.

Maurílio Polizello Junior

polinet@fcfrp.usp.br

Ribeirão Preto

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DERRAMAMENTO DE VINHO

O ataque de 400 viticultores franceses contra caminhões que transportavam vinhos espanhóis, na fronteira entre os dois países, mostra o grau de confrontação num tema tão sensível entre a França e a Espanha. A destruição das garrafas e o derramamento de vinho no asfalto, sob o olhar complacente das autoridades fronteiriças, começa a mostrar um enorme problema de comércio dentro da União Europeia, ecoando temas como protecionismo e nacionalismo que podem influenciar tanto políticas econômicas restritivas como acirrar campanhas eleitorais ainda mais polarizadas nos próximos anos.

Luiz Roberto da Costa Jr.

lrcostajr@uol.com.br

Campinas

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INVESTIMENTO AMBIENTAL

A seca histórica na Amazônia torna ainda mais urgente o combate ao aquecimento global, o Brasil pode fazer muito mais do que tem feito. O País deveria iniciar um programa nacional de recuperação de áreas degradadas e antecipar o fim do desmatamento ilegal, nada justifica tolerar mais sete anos de atividades criminosas na floresta para cumprir a meta só no longínquo ano de 2030. O Brasil deveria enxergar o combate ao desmatamento e demais medidas ambientais como um investimento no futuro e uma enorme fonte de recursos estrangeiros. O mundo todo está disposto a investir na preservação da Amazônia, e o País precisa aproveitar essa oportunidade.

Mário Barilá Filho

mariobarila@yahoo.com.br

São Paulo

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CASAL CORI

No dia 20 de outubro de 1984 faleceu o cientista Carl Ferdinand Cori, ganhador do Nobel de Fisiologia e Medicina de 1947, dividindo o prêmio com sua mulher, Gerty Cori, e o cientista argentino Bernardo Alberto Houssay. A história do cientista, de nacionalidade checa, tem vários ângulos que podemos explorar. Primeiro, como cientista, pelas suas descobertas sobre o metabolismo dos carboidratos e pela criação de métodos de pesquisa que são utilizados até hoje na bioquímica. Nessas descobertas trabalhou sempre com sua mulher e fez questão de valorizar a grande pessoa que não estava por trás dele, mas sim lado a lado. Em uma biografia de Carl, há uma citação assim: “Nossos esforços têm sido amplamente complementares; e um sem o outro não teria chegado tão longe quanto chegamos juntos”. Pode parecer pouco, mas quem conhece história da ciência sabe das várias mulheres cujo papel foi minimizado ou apagado. Por exemplo, apenas seis anos após o Prêmio Nobel ser conquistado pela parceria deles, a cientista Rosalind Franklin foi “esquecida” pelos descobridores da estrutura do DNA, Watson e Crick, descoberta que revolucionou os estudos da biologia e medicina, valendo um Nobel em 1962 (sem Rosalind Franklin). A merecida valorização dada por Carl a Gerty foi bastante pioneira para a época. As descobertas científicas dos Coris foram determinantes na evolução da compreensão do diabetes e do câncer. Quando ambos completaram 60 anos, uma revista científica da área publicou uma edição especial em homenagem ao casal, onde nada mais nada menos que cinco futuros ganhadores do Nobel estavam entre os autores. Gerty Cori faleceu pouco depois (1957), em virtude de uma anemia. Hoje estudantes da área da saúde e da química estudam um ciclo merecidamente batizado com o nome deles (Ciclo de Cori). O legado do casal como cientistas de vanguarda é enorme. Antes de terminar, só uma provocação bairrista: eles dividiram o Prêmio Nobel com um argentino (no total são cinco laureados), e nós aqui, a ver navios.

Marco Machado

marcomachado1@gmail.com

Itaperuna

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RAIVA AÉREA

O artigo de Marcelo Rubens Paiva, sobre a raiva aérea, é pontual e certeiro (Estado, 20/10, C3). Lembrou-me dos meus tempos como comissária de bordo da Varig, onde presenciei cenas inacreditáveis a bordo. Adultos que viravam crianças, embaixadores alcoolizados que ficavam agressivos, disputas por motivos infantis e todo tipo de ocorrência ridícula, muitas impublicáveis. Será o efeito da pressurização, ou o egoísmo humano aflora quando em grupo? Para estudar.

Elisabeth Migliavacca

São Paulo