Forum Dos Leitores

Fórum dos Leitores

Veja mais sobre quem faz

Fórum dos Leitores

Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

exclusivo para assinantes
Por Fórum dos Leitores
10 min de leitura

Yanomamis

A crise se agrava

Em janeiro de 2023, Lula visitou a Terra Indígena Yanomami e se reuniu com lideranças indígenas. Levou, inclusive, uma grande comitiva, que tirou fotos com os indígenas. Eles constataram a grave crise humanitária que assolava a região, terríveis casos de desnutrição infantil, malária e outras enfermidades. O governo Lula decretou estado de emergência na Terra Yanomami e se comprometeu a adotar medidas emergenciais para atender às suas necessidades básicas, como a distribuição de alimentos, medicamentos e água potável. Criou até o Ministério dos Povos Indígenas. Algumas frases de Lula sobre os yanomamis ditas então ecoam até hoje: “Os yanomamis estão sendo vítimas de um genocídio”. “Vamos tratar a questão indígena como questão de Estado.” “Os indígenas são os primeiros brasileiros e têm o direito de viver com dignidade.” Contrariando as expectativas, as mortes de yanomamis em 2023 aumentaram em relação a 2022. Sobraram propaganda e burocracia, mas faltaram soluções concretas. Quando, na reunião do G-20, o Brasil abordou a grave crise humanitária que assola o mundo e a necessidade de ações concretas para reduzir a fome e a pobreza global, especialmente em países em desenvolvimento, tive um sentimento de déjà-vu, como se estivesse vendo uma reprise do modelo adotado por Lula para tratar com os sofrimentos que assolam a humanidade.

Jorge Alberto Nurkin

jorge.nurkin@gmail.com

São Paulo

*

‘Genocídio’

Terra Yanomami registrou 363 mortes no primeiro ano do governo Lula, segundo dados do Ministério da Saúde. Foram 20 mortes a mais do que em 2022. Lula chegou a afirmar que “o genocídio contra o povo yanomami (cometido por Bolsonaro) exige de nós medidas mais drásticas”. Parece que as medidas não foram suficientes e o “genocídio” se agravou. Quando Lula resolver o conflito na Faixa de Gaza, quem sabe ele encontre tempo para olhar pelo povo yanomami.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

lgtsaraiva@gmail.com

Salvador

*

Crise Brasil-Israel

Fla-flu nefasto

O editorial A guerra de Lula (Estadão, 21/2, A3) colocou o dedo na ferida e resolve a questão: Lula está pouco se lixando para o Hamas, Israel ou a ONU, ou para os prejuízos que seus disparates possam causar à nação que governa. Ele quer apenas autopromoção. Sonha em ser o grande líder dos países pobres para poder fustigar os EUA e os demais países ricos, como fazia em Vila Euclides com os “patrão”. Não faz a mínima ideia do quanto desrespeitou a colônia judaica. Não faz ideia do que foi o Holocausto nem está interessado em suas consequências. Só espero que os judeus brasileiros não caiam neste fla-flu nefasto, porque nem Lula nem Jair Bolsonaro estão interessados em fazer do Brasil um país decente. Precisamos juntos encontrar uma terceira via.

Affonso Maria Lima Morel

affonso.m.morel@hotmail.com

São Paulo

*

A tentação ideológica

Sempre que um governante petista tem aprovação em torno de 50%, cai na tendência de esnobar a coalizão que o elegeu e passa a discursar para agradar às bases ideológicas do partido. Ao arrepio do bom senso, das sensibilidades e da consciência dos aliados, radicaliza o discurso sectário e, assim, empurra para fora os apoiadores não dogmáticos. É o caso, por exemplo, de judeus de esquerda, que perdem o lugar tanto nas suas comunidades tradicionais quanto nas esferas concretas da política a que são mais afeitos. É necessário um retumbante repúdio à teimosa insistência dos intelectuais e políticos de esquerda que endossam a fala antissemita de Lula. Deixemos claro: antissionismo é antissemitismo. Antissionismo é um verniz ideológico para esconder um tipo de racismo considerado politicamente correto e aceito dentro da bolha radical de esquerda. Comparar o massacre imposto aos palestinos com o genocídio de Ruanda, por exemplo, é factível. Mas evocar as ações de Hitler é uma banalização do Holocausto e uma desonra à memória de 10 milhões de vítimas do maior crime jamais cometido contra a humanidade e um tapa na cara de judeus, ciganos e outras minorias que sobreviveram e/ou são parentes dos que foram exterminados. Tal evento é um fato, não uma abstração retórica. O Brasil da tolerância, da democracia e da fraternidade não pode tolerar a forma mais profunda de antissemitismo, que é a banalização da memória do Holocausto.

Mário Rogério

mario.mras@gmail.com

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

FUGA CINEMATOGRÁFICA

Como num emocionante e tenso filme de ação, já se passaram dez longos dias desde a espetacular fuga dos dois criminosos de altíssima periculosidade da Penitenciária Federal de Mossoró (RN), a primeira de uma prisão de “segurança máxima” no Brasil. Há vários dias, cerca de 600 policiais acompanhados de cães farejadores treinados, viaturas, helicópteros e drones seguem mata adentro na operação de recaptura dos fugitivos. Não será surpresa se o Comando Vermelho (CV) do qual fazem parte lograr enviar um helicóptero para resgatá-los escondidos possivelmente no interior de uma das muitas cavernas existentes nos arredores da prisão. A ver os próximos emocionantes capítulos dessa fuga cinematográfica.

J.S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

*

‘HAPPY HOUR’ NO ALVORADA

Uísque, pastel e afagos: saiba como foi o ‘happy hour’ de Lula com Lira, líderes e ministros (Estado, 22/2). Esse encontro foi ridículo! Em que país vivem essas pessoas? Enquanto o povo sofre com as inundações, muitos perdendo tudo e até parentes, o rega-bofe acontece! Enquanto isso os dois criminosos que fugiram do presídio de “segurança máxima” já estão foragidos há 10 dias com mais de 500 policiais atrás deles. Qual é o custo dessa operação? Qual o custo real da reforma nas instalações do presídio? Dá para aceitar que o Estado contrate empresas com proprietários laranjas? Desanimador!

Eleonora Franco

eleonora.f@hotmail.com

São Paulo

*

RESPOSTA À TRAGÉDIA NO LITORAL NORTE

Quando da tragédia no litoral norte paulista, todos presenciamos o esforço e a eficiência do governador Tarcísio de Freiras em dar respostas à população afetada por inundações e deslizamentos. Uma obra que demoraria pelo menos três anos foi resolvida em dez meses. Destaca-se ainda a entrega de mais 700 novas moradias em São Sebastião. Sem dúvida, medidas públicas rápidas e seguras para as famílias que enfrentaram perdas, mas foram prontamente abrigadas até o término das obras. No dia a dia o que vemos são pessoas atirando pedras em quem trabalha. Tarcísio provou a sua competência como gestor. Outros estiveram antes dele e nada fizeram. Vide o Rio de Janeiro. Mas é assim mesmo, só leva pedradas árvore que dá bons frutos.

Izabel Avallone

izabelavallone@gmail.com

São Paulo

*

PROLONGAMENTO DA MARGINAL

Prolongar Marginal divide moradores e recebe críticas de especialistas (19/2, A3). Como aponta a matéria, aquela região deveria receber um parque linear, pois chegam a ser criminosas certas decisões da atual administração, que vem procurando adensar a cidade, em detrimento da saúde da população. Os verdadeiros técnicos da área, como urbanistas e engenheiros de tráfego, têm razão. A obra não tem nada a ver com a solução de trânsito e é para atender às imobiliárias, exatamente como a falácia do adensamento. Aliás, o argumento beira ao ridículo, por se tratar de uma região com poucos moradores. Trata-se, na verdade, de um crime contra a população paulistana, que já sofre com a falta da mínima vegetação arbórea estipulada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Gilberto Pacini

pacini0253@gmail.com

São Paulo

*

TRÂNSITO CAÓTICO

O Estadão de 19/2 publicou uma matéria sobre a planejada extensão da Marginal Pinheiros entre as Pontes João Dias e Vitorino Goulart. Trata-se de obra importantíssima destinada a amenizar as agruras por que passam diariamente os moradores e quem trabalha em extensas regiões da zona sul. Lembro que o trecho entre as Pontes do Morumbi e João Dias foi implantado há aproximadamente 50 anos. A obra parou por aí! E foi implantada apenas uma pista, a outra jamais saiu do papel. Por incrível que pareça, a matéria informa que a obra planejada “divide os moradores e recebe críticas de especialistas”. Como é possível isso? Como pode haver vozes contrárias a uma melhoria tão significativa? É preciso acabar com essa mania de certas pessoas de achar que “quem sofre no transito caótico são os ricos”. Absurdo! Quem tem automóvel não é “rico”: é pobre ou da classe média. Rico mesmo anda de helicóptero ou de Mercedes Benz com motorista, e na maior parte das vezes não está sujeito a horários rígidos. Alem disso, se o trânsito fluir melhor, quem está dentro de um ônibus também vai sofrer menos. Sem falar na economia geral, na economia de combustíveis, na menor perda de tempo de todos, na diminuição da poluição, etc. Precisamos ter bom senso e parar com essas ideias estapafúrdias que já resultaram no cancelamento de obras importantíssimas, como a extensão da Avenida Roberto Marinho até a Rodovia dos Imigrantes, o alargamento da esclerosada Avenida dos Bandeirantes e outras.

Paulo Braga Martins

pbmartins42@gmail.com

São Paulo

*

‘BECO CULTURAL’

É com grande preocupação que denuncio a obra irregular a menos de 200 metros do Parque do Ibirapuera. O projeto do “Beco Cultural” nas Ruas Astolfo de Araujo e Pelotas foi imposto sem consulta aos moradores locais, ignorando nossa segurança. Nossa região já enfrenta congestionamentos devido à proximidade de hospitais e colégios. A adição de mais um ponto de acesso limitado a carros aumentaria o risco de incidentes e atrasos no atendimento médico. Exigimos participação na decisão que impacta diretamente nossa segurança e mobilidade. Omissão não é uma opção diante do risco iminente que essa obra representa para nossa comunidade.

Pedro Galvão

pedro.galvao@mirow.com.br

São Paulo

*

‘O BRASIL QUE PRECISA SER CONHECIDO’

Somente uma pergunta: a qual país o articulista Ruy Martins Altenfelder Silva se referiu em seu artigo O Brasil que precisa ser conhecido (20/2, A4)? Nada contra ser otimista e torcer pelo País, mas parece que vivemos em outro planeta.

Dimas Gulin

dimas2304@gmail.com

Presidente Prudente

*

SEM UFANISMO

Belo artigo, mas muito longe da realidade. Temos que ser otimistas, esperançosos, destemidos, sedentos de fé, crença e confiança no futuro, mas tudo tem limites. Temos que partir achando que este país tem muito a ser feito. Vamos ser realistas com tudo o que é negativo. Infraestrutura, saneamento básico, moradores em favelas e palafitas, morte por acidente de trânsito por milhares de habitantes, desigualdade social (1% dos mais ricos dispõem de 80% da riqueza nacional), porcentual de pessoas abaixo da linha da pobreza, 87.º lugar no IDH, educação péssima, desnutrição, saúde com proliferação de doenças, trabalho infantil, etc. A propósito da comparação com a França, é muito forçado. A França é a sétima economia do mundo, com PIB de US$ 3 trilhões e de US$ 46 mil por habitante. São Paulo tem PIB de US$ 600 bilhões e PIB per capita de US$ 7,5 mil. Estamos muito longe. Quisera não. Vamos lá, temos condições de avançar e muito, mas com os pés no chão. Sabendo que o trabalho e o sacrifício serão muito grande. Nada de ufanismo.

Rubens Pellicciari

rubensp@mesquitaneto.com.br

São Paulo

*

ABRAÇAR O ATRASO

Infelizmente, temos um governo que teima em abraçar o atraso, enquanto o mundo segue em frente (O Brasil andando de lado, 21/2, B11). Elogiar ditadores e provocar gratuitamente outros países que investem no Brasil atende aos nossos interesses nacionais? Fazer uma política industrial que é pouco mais do que destinar bilhões e bilhões de reais do cada vez mais escasso dinheiro público a setores ineficientes e pouco competitivos, como a nossa problemática indústria naval, irá realmente desenvolver o País? O resultado da má aplicação dos recursos e dos maus investimentos por parte de Brasília é um governo cada vez mais endividado, uma indústria cada vez menos competitiva, apesar da montanha de dinheiro público que recebe a cada ano, uma infraestrutura capenga e a boa imagem do País derretendo rapidamente como gelo no calor tropical.

Fernando T. H. F. Machado

fthfmachado@hotmail.com

São Paulo

*

AQUISIÇÃO DE TERRITÓRIO PELA FORÇA

O Brasil ingressou com ação contra o Estado de Israel, na Corte Internacional de Justiça, de Haia, nos Países Baixos, alegando desrespeito com a Resolução número 242, da ONU, que enfatiza a inadmissibilidade da aquisição de território pela força. A ação cita a anexação de terras palestinas devido à Guerra dos Seis Dias, de 1967. A Rússia invadiu e anexou a península da Crimeia, em 2014, e deu continuidade à sua expansão territorial em 24 de fevereiro de 2022, incorporando quatro províncias do leste da Ucrânia. Lula da Silva ignorou totalmente esses acontecimentos que ferem o Direito Internacional, já que Vladimir Putin, além de amigo, é um grande defensor da democracia e dos bons costumes. Lula e Putin são farinha do mesmo saco.

J. A. Muller

josealcidesmuller@hotmail.com

Avaré

*

VISCONDE DE TAUNAY

Em 22 de fevereiro de 1843 nasceu no Rio de Janeiro o Xenofantes brasileiro, Alfredo d’Escragnolle Taunay, visconde de Taunay. Junto com Euclides da Cunha escreveu livros que moldaram a identidade nacional brasileira. No seu A Retirada da Laguna, originalmente escrito em francês, relata a dramática expedição das tropas brasileiras a Mato Grosso, pequeno episódio na Guerra do Paraguai (1865 a 1870), o maior e mais sangrento conflito bélico da história da America Latina. Já nas Memórias o jovem visconde de Taunay observa os horrores do final da guerra, com a morte do ditador paraguaio Solano Lopes em 1870, deixando o país derrotado e decimado, com mais de 200 mil mortos, entre soldados e civis – mais de metade de sua população. A Guerra do Paraguai custou a vida de cerca de 60 mil soldados brasileiros, muitos mortos em combates, outros por doenças tropicais e inanição. O povo paraguaio que sobreviveu, velhos, mulheres e crianças, cadáveres ambulantes vivendo nos escombros. É certo que o Brasil saiu vitorioso da sangrenta guerra platina (as forças brasileiras ocuparam o Paraguai até 1879) e até ganhou território novo. Os relatos do visconde de Taunay representam contribuições valiosas para entender uma historia trágica ainda mal contada de uma guerra sangrenta, num passado não tão remoto que infelizmente pode guardar alguma semelhança com os conflitos de hoje em dia.

John Ferençz McNaughton

john@mcnaughton.com.br

São Paulo

*

GRANDES BRASILEIROS

O Brasil está sentindo falta de grandes brasileiros que possam fazer a diferença nestes tempos de radicalização que estamos vivendo e, principalmente, da falta de ideias que mudem o perfil de “eterno país do futuro”. No dia 18 de fevereiro, se foi um deles: Abilio Diniz. Empresário, atleta, visionário, obstinado pelo trabalho e brasileiro de quatro costados. Grande perda.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

lgtsaraiva@gmail.com

Salvador

*

BONS EXEMPLOS

Abilio Diniz fez a passagem. Uma época frequentava uma academia onde eu também ia, sem frescuras. Foi sequestrado, perdeu um filho em 2022. Foi um homem que não veio ao mundo a passeio, trabalhou e ajudou a construir um império. E deu bons exemplos de conduta de vida. É o que se sabe. RIP.

Elisabeth Migliavacca

São Paulo

*

LEGADO DE ABILIO

O Brasil lamenta a morte aos 87 anos do empresário Abilio Diniz, cidadão brasileiro que muito lutou pelo desenvolvimento do nosso país e, com suas empresas, gerou milhares de empregos. Amante do esporte, jogou até nos aspirantes do São Paulo, sua equipe do coração. Deixa um enorme legado. Nossos sentimentos a toda a família. Vá em paz, Abilio Diniz!

Paulo Panossian

paulopanossian@hotmail.com

São Carlos

*

FALHA DE SISTEMA ELETRÔNICO

Não adianta nada instituições construírem prédios “tops”, pura tecnologia, se não tiverem “um plano B” para atendimento quando o tal “sistema cair”, quando essa tecnologia falhar. Fato esse ocorrido dia 19/2/2024, no pronto-socorro do Plano Santa Saúde. Foi um caos, médicos e funcionários sem saberem o que fazer. Foi aproximadamente às 15h30, e tivemos que esperar a boa vontade do sr. sistema. O sistema cai na Farmácia Popular, não tem entrega de remédios. Cai o sistema no banco, tudo parado. Quando as máquinas não nos dominavam, ocorria de modo mais lento, sim, mas funcionava. As pessoas esqueceram que tem também o procedimento manual. Toda instituição deveria apresentar um plano B.

Therezinha Stella Romualdo

there.stella@hotmail.com

Santos