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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
8 min de leitura

Poderes da República

‘Não sou obrigado a dizer’

O presidente Lula disse que manterá em segredo o conteúdo da conversa que teve com o presidente da Câmara, Arthur Lira, no domingo, porque foi uma “conversa entre dois seres humanos”. Só se esqueceu de que os dois são também responsáveis pela qualidade de vida dos brasileiros. Já nos cansamos dessas conversas que só emergem quando interessa apenas a eles.

Luiz Frid

São Paulo

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Interesse público

Lula e Arthur Lira têm a obrigação de serem transparentes, pois são funcionários públicos e trabalham para a população brasileira. Uma conversa entre o presidente da República e o presidente da Câmara dos Deputados é de interesse público. As decisões dessas duas autoridades afetam diretamente a vida de cada um dos contribuintes que pagam os seus salários e que esperam que os seus mais sérios interesses sejam tratados de forma ética e moral, sem nenhuma ambição pessoal envolvida. Portanto, se estes dois nobres representantes do povo querem se encontrar num domingo e ter uma conversa secreta, entreguem os seus respectivos cargos e se desvinculem do comprometimento com o povo.

José Carlos Saraiva da Costa

Belo Horizonte

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Jair Bolsonaro

Falácia

Excelente o editorial Não, o Brasil não está sob uma ditadura (Estadão, 23/4, A3). Eu apenas acrescentaria que o juízo próximo do sr. Jair Bolsonaro aqui, na Terra, certamente levará em consideração, na dosimetria da sua pena, esta insistente pregação falaciosa em comícios para seus apoiadores – malgrado ele esteja sob investigação de tentativa de golpe de Estado e rompimento do Estado Democrático de Direito – de que estaríamos vivendo sob uma “ditadura do Judiciário”.

Luiz França G. Ferreira

São Paulo

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Siderurgia

Cotas para aço importado

Em relação à matéria Governo cria cotas e prevê sobretaxar em 25% o aço importado (Estadão, 24/4, B14), mais uma vez assiste-se a um governo fraco cedendo para atender a interesses que, no fim das contas, prejudicam os consumidores nacionais. Se o aço importado está sendo vendido abaixo do custo de produção (prática chamada dumping), então existem canais mais que adequados na Organização Mundial do Comércio para resolver a questão. Por que não foram utilizados? O uso da média de importação utilizando as quantidades importadas no período de 2020 a 2022 para a aplicação das cotas é claramente incorreto, pois foram anos em que a economia e o comércio internacional foram bastante prejudicados pela pandemia. Uma política mais isenta utilizaria as médias de importação levando em conta as quantidades importadas no período de 2017 a 2019, anterior à pandemia. O que vai acontecer daqui a 12 meses? A indústria nacional, por milagre, será mais inovadora, produtiva e competitiva internacionalmente? Ou haverá nova pressão para renovar ad aeternum esses benefícios ou, pior, para criar outros? Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

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Ciência

Valorização no Brasil

A importância da repatriação de cientistas é certamente inquestionável. Incentivos vultosos para atrair os cientistas que deixaram o País são parte da estratégia de sucesso da ciência chinesa, por exemplo. Dito isso, acerta o editorial do Estadão Voluntarismo não é ciência (24/4, A17) quando questiona as condições dadas aos cientistas que estão no Brasil. Afinal, estimular o retorno dos que estão fora sem apoiar a permanência dos que aqui trabalham não faz sentido. A fuga de cérebros é um problema sério para o Brasil. Uma portaria da Capes de fevereiro de 2020 que dispõe sobre os critérios para a distribuição de bolsas de pós-graduação tem como mote o fortalecimento de programas de pós-graduação emergentes e em regiões com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Ainda que, eventualmente, meritória, essa medida está sendo posta em prática às expensas dos programas bem estabelecidos e de notada excelência. A esses dois exemplos junta-se o programa Ciência sem Fronteiras, bem lembrado no referido editorial. A ciência brasileira precisa de mais recursos e planejamento de longo prazo. Cobrir um santo descobrindo outro pode fragilizar ainda mais o nosso sistema.

Hamilton Varela, professor titular da USP e diretor do Instituto de Química de São Carlos

São Carlos

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

FALA DE LULA

Sobre o editorial intitulado O custo político da falta de rumo (Estadão, 24/4, A3), em vez de Lula da Silva criticar seus ministros ele deveria falar menos e trabalhar mais. Lembro do rei espanhol, Francisco Franco, quando se dirigiu ao ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez e disse: “¿por que no te calas?”. Alguém tem que lembrar esse boquirroto, que foi eleito por urna eletrônica, que sua função é trabalhar e não representar. O Brasil não é um palco e você não é e nunca será ator. Portanto, Lula: fale menos e trabalhe mais.

Jose Pedro Vilardi

São Paulo

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POSICIONAMENTO DO PRESIDENTE

Na minha terra a pessoa que fala demais é apelidada de bocão. Lula se encaixa nesse grupo: fala demais e quer ser o Silvio Santos do mundo político. Desastrado, vai acumulando perdas de votos. O Brasil precisa de um líder centrado e com visão de futuro, e não um falastrão que só quer gastar, aparecer e viajar.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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MINISTROS DE LULA

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, doa sua biblioteca e dedica todo o seu tempo às articulações políticas junto ao Senado Federal e à Câmara do Deputados para apressar aprovação de medidas do presidente Lula. Já o vice-presidente, Geraldo Alckmin, corre para exigir imediata concordância do Congresso a tudo o que o Lula deseja ser aprovado. Haddad doa livros. Alckmin voa livre.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre (RS)

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PATAMARES PERIGOSOS

Lula às vezes dá a impressão de que governa sob a iminência progressiva de um ataque de nervos. Admoesta seus principais ministros pelo respectivo desempenho sem, no entanto, liderar um plano de governo consistente que os motive, acreditando mais em bravatas ultrapassadas e pouco convincentes na atualidade. Critica abertamente, em nome da conquista de objetivos políticos, dirigentes e equipes de instituições importantes que precisam de tranquilidade para trabalhar sem necessidade de manter permanentemente a guarda fechada. Por outro lado, não consegue alinhavar um modus operandi construtivo e cooperativo com o Congresso, o que vem prejudicando sobremaneira a materialização de projetos de desenvolvimento que o País tanto busca. Torçamos para que nem os atuais conflitos que ameaçam o mundo nem os rompantes verborrágicos e tensos do timoneiro nacional sejam escalados a patamares perigosos.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO

Sugestão para a assessoria de comunicação do presidente da República: substituir a campanha do Lula lá pelo Lula lê. Como prega o dito de Antonio Costta: ”Ler é enriquecer-se da melhor fortuna, do tesouro mais garantido do mundo: o do conhecimento.”

J. S. Decol

São Paulo

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GESTÃO LULA

O artigo de Eliane Catanhêde intitulado Entre um livro e outro, Haddad tirou 10 na articulação política. E Lula? (Estadão, 23/4, A7), a jornalista, a exemplo dos inúmeros leitores que se manifestaram neste espaço, foi direto ao âmago do problema. Como já o critiquei, também neste Fórum, não adianta o presidente empurrar para os seus colaboradores um erro crasso que vem cometendo desde a sua posse. Acompanho a política nacional e internacional desde muito jovem, por influência da Segunda Guerra Mundial, e não me lembro de nenhum antecessor de Lula que tenha viajado tanto ao exterior, principalmente em início de governo. Quando assumiu a presidência da República pela primeira vez, recebendo a faixa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, disse injustamente que recebeu “uma herança maldita”, o que não era verdade, pois foi naquele governo que se consolidou o Plano Real – iniciado pelo ex-presidente Itamar Franco – que nos livrou de uma inflação inédita, a qual somente quem a vivenciou pode ter ideia do absurdo. Desta vez, recebeu de Jair Bolsonaro – o pior presidente que o Brasil já teve –, realmente uma “herança maldita”. Não só saiu pelo mundo a se intrometer em assuntos que não nos diz respeito, como proferiu várias sandices que, a meu ver, nos envergonharam. Eu trabalhei na administração pública e entendo que o presidente deveria de início organizar o seu governo e, principalmente, a base no Congresso Nacional, aproveitando a moral adquirida para evitar um golpe de Estado que esteve mais próximo do que achávamos. Sei também que esculachar um subalterno publicamente jamais foi produtivo, muito pelo contrário. Principalmente Fernando Haddad no atual governo federal.

Gilberto Pacini

São Paulo

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CRÍTICA AO SUPERÁVIT

Será que é muita ignorância ou má-fé do presidente Lula em querer criticar o superávit primário? Qualquer gasto do governo, seja ele com o social, educacional, saúde, etc.... é gasto. Se extrapolar as receitas vai causar dívidas, ou déficit primário, aumentando a dívida pública e inflação, fazendo com que o Banco Central defina a política monetária.

Tania Tavares

São Paulo

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RELAÇÃO LULA-CAMPOS NETO

Lula mais uma vez foi descortês e mal educado com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto: “quem já conviveu com ele um ano e quatro meses não tem problema em viver mais seis meses”. Pois é, presidente. Quem já conviveu com o senhor um ano e quatro meses infelizmente tem um problema seríssimo porque ainda faltam dois anos e oito meses para o término do seu mandato.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador (BA)

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CONCEITOS ANACRÔNICOS

Diante da realidade econômica e internacional, com a direita crescendo na Europa e agora também na América do Sul, o presidente Lula deveria ajustar-se com Haddad. O ministro é um professor letrado e tem um conhecimento muito superior ao seu chefe, e poderia sugerir a ele que começasse a ler mais livros, parasse de falar bobagens e deixasse seus conceitos anacrônicos da época do primeiro mandato.

Mário Negrão Borgonovi

Petrópolis (RJ)

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DISCURSO DE BOLSONARO

O inelegível Jair Bolsonaro, sem ter o que falar, apresentou sua frase de efeito. Disse que o Brasil está sob uma ditadura do Judiciário. Na verdade, o País quase entrou, sim, numa ditadura, mas do próprio Bolsonaro. Pena que para não ser reeleito, a única opção era um condenado por corrupção e ex-presidiário. Pobre Brasil!

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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ELEIÇÕES PARA O CONGRESSO

Os eleitores brasileiros precisam ter mais cuidado ao votarem em senadores e deputados. A eleição de elementos despreparados para cargos tão importantes tem feito um mal sem tamanho ao País. Não há como melhorar a situação dos brasileiros quando quem ocupa uma das cadeiras das casas do povo não tem nenhum compromisso com a lisura e o respeito à Constituição. Temos andado a galope para o fundo do poço. Isso não dá para tampar com a peneira. Um país tão promissor e rico em natureza e gente honesta não deveria estar à mercê de tais elementos.

Jane Araújo

Brasília

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BÔNUS PARA MAGISTRADOS

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, defendeu o bônus para magistrados alegando que o benefício “não afeta o equilíbrio das contas públicas”. Bem, quando é para eles não afeta, quando é para o cidadão comum, afeta. Depende da ótica e de que lado do balcão se está. Enquanto isso, só para citar um pequeno exemplo, o aposentado viu suas chances virarem pó com a chamada Revisão da Vida Toda. Para atender emendas, conceder bônus e outros benefícios, há dinheiro. Ganha um doce quem adivinhar de onde sai o dinheiro para atender a esses benefícios.

Panayotis Poulis

Rio de Janeiro

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POPULISMO JUDICIAL

O populismo judicial tem que acabar e o exemplo precisa vir de cima para baixo com o fim do uso de constituições genéricas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), uma para cada assunto.

Arcangelo Sforcin Filho

São Paulo

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TARCÍSIO DE FREITAS

Num ato público em 25/02, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou o seguinte sobre Bolsonaro: “Quem eu era? Não era ninguém e meu presidente apostou em pessoas como eu”. Durante um evento com empresários, realizado na capital paulista em 22/4, o governador descreveu o capitão como “o maior líder político brasileiro”. É um fenômeno e precisa ser estudado“. A primeira declaração foi desnecessária, pois atinge em cheio a competência do governador. A última declaração pode ser considerada pura bajulação, pois o que deveria ser estudado é o péssimo desempenho do governo Bolsonaro durante a pandemia da covid-19.

Omar El Seoud

São Paulo

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CÃO JOCA

O caso do extravio do cão Joca é chocante e demonstra uma incrível irresponsabilidade por parte da companhia aérea Gol: não tem explicação e muito menos justificativa. A empresa lamenta e dá uma explicação absolutamente sem sentido. Se fosse um objeto já seria uma incúria. Em se tratando de um ser vivo me parece criminoso.

Nelson Newton Ferraz

São Paulo