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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
11 min de leitura

Recursos públicos

Contingenciamento

Educação e saúde são as pastas mais atingidas pelo bloqueio de R$ 1,5 bilhão do Orçamento, é o que dizia manchete do Estadão de 29/7 (B4). Praticamente zero reação de quem quer que seja. Se a memória não me falha, quando no governo anterior medida semelhante foi necessária houve choro e ranger de dentes de tudo quanto é lado. Agora, passada de pano geral. Que vergonha!

Marco Antônio Esteves Balbi

balbi393@gmail.com

São Paulo

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Educação pública

Salário dos professores

Pergunta que não quer calar: por que razão vereadores recebem salários e benefícios que superam os recebidos pelos professores da rede pública?

Luiz Roberto Hirschheimer

luizrobertoh@gmail.com

São Paulo

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Indústria

Mão de obra qualificada

A respeito do editorial Uma indústria ultrapassada (Estado, 30/7, A3), que aborda o processo de desindustrialização do outrora pujante parque industrial do Brasil e a obsolescência de seu maquinário, o que deixa o País à margem do bilionário mercado de exportações de bens industriais pela falta de competitividade de seus produtos, cabe jogar luz sobre um importante aspecto da questão. De pouco ou nada adiantará modernizar o maquinário e as instalações existentes com o que há de mais atualizado no mundo para que o Brasil mude de século e possa competir inserido na quarta revolução industrial, se não forem dadas as mínimas condições de educar a mão de obra para operar os equipamentos. Segundo pesquisa do Sesi/Senai, a educação no País é considerada boa por apenas 9% dos empresários industriais entrevistados, enquanto 45% a consideram regular; 26%, ruim; e 19%, péssima. Muda Brasil!

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

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IBGE

Cargos de confiança

Além da controvérsia sobre a adequação de Marcio Pochmann ao cargo de presidente do IBGE, sem ouvir a ministra do Planejamento, a decisão mostra mais uma vez a necessidade de uma reforma administrativa que reduza ao mínimo, ou elimine, a livre nomeação de pessoas ligadas ao governante para cargos que deveriam ser ocupados por profissionais de carreira. O caso do IBGE é especialmente crítico, pois se trata de uma agência técnica do Estado, destinada a obter dados que orientem o longo prazo do País, e não apenas os próximos três anos e meio do atual mandato. Criou-se no País a cultura de cargos de confiança, que possibilita a nomeação de pessoas ligadas à área política para todos os tipos de cargo com boa remuneração e possibilidades de projeção, nos três níveis de governo, tanto no Executivo como no Legislativo, independentemente de sua qualificação ou mesmo de sua idoneidade, como temos visto em vários casos. Não se conhece o número exato de pessoas que ocupam esses malfadados cargos de confiança no Brasil. Há estimativas de que sejam mais de 600 mil. Só no nível federal seriam 27 mil, que são trocados a cada quatro anos, e às vezes menos, algo que não existe em nenhum lugar do mundo – nos Estados Unidos, por exemplo, o presidente tem o direito de nomear até 100 pessoas de confiança; e em países desenvolvidos da Europa essa possibilidade é zero ou quase não existe. Esperemos que a reforma administrativa a ser discutida e votada no Congresso Nacional elimine essa distorção, que impede planos de longo prazo.

Mario Ernesto Humberg

marioernesto.humberg@cl-a.com

São Paulo

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Mercado imobiliário

Guinada das construtoras

Com relação à notícia da primeira página da edição de sábado, que fala sobre a guinada do mercado imobiliário decorrente da aprovação do novo Plano Diretor da cidade de São Paulo, gostaria de entender a lógica: se o preço dos terrenos deve desacelerar e se cada vez mais os processos de construção se beneficiam da tecnologia, por que os custos das incorporadoras vão aumentar? Se se discute o aumento do uso do transporte público, se o tempo que se perde nos congestionamentos é cada vez maior e se nas grandes cidades já se discute a cobrança de pedágio urbano, até por causa do aquecimento global e das emissões de gases de efeito estufa, por que se vão construir prédios com mais vagas de garagem? Não tem algo dissonante nisso tudo?

Alfredo dos Santos Junior

alyar01@uol.com.br

Serra Negra

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

NOTA DE LOUVOR AO BC

Em resposta à muito bem-vinda elevação da nota de crédito do Brasil pela agência de rating Fitch, o Ministério da Fazenda divulgou nota reiterando “seu compromisso com a agenda de reformas em curso, que contribuirá não apenas para o melhor balanço fiscal do governo, mas também levará à redução das taxas de juros e à melhoria das condições de crédito, ao mesmo tempo que assegurará a estabilidade dos preços”. É preciso colocar os devidos pingos nos devidos is. A estabilidade atual dos preços, que seguramente colaborou para a elevação da nota de crédito, se deve à política de juros do Banco Central (BC) que Lula e o PT tanto atacam e deploram. Se dependesse do voluntarismo petista, a taxa Selic estaria no pé, a inflação, nas alturas, e o Brasil ganharia notas não de crédito, mas de descrédito pelas agências classificatórias. O governo deveria, isso sim, soltar uma nota de louvor ao Banco Central.

Luciano Harary lharary@hotmail.com

São Paulo

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O PT CONTRA CAMPOS NETO

A crítica do PT a Roberto Campos Neto é mais uma tentativa de querer minar o cargo de presidente do BC, que é mandato, e não uma moeda de troca. Essa diretoria é reconhecidamente competente mundo afora, mas, como faz bem ao País, pois coloca um freio na inflação, é ruim para os petistas, que insistem em derrubar Campos Neto e governar o País à moda do toma lá dá cá. É isto que faz um governo sem plano: mira em quem trabalha e cava uma forma de desestabilizar o País. São meros amadores querendo ensinar o Pai Nosso ao vigário. Já vimos esse filme e no que ele deu.

Izabel Avallone izabelavallone@gmail.com

São Paulo

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MARCIO POCHMANN NO IBGE

De acordo com o colunista J. R. Guzzo, Pochmann, o inimigo dos números, é o pior chefe que o IBGE poderia ter (Estadão, 28/7). Será? Como minhas ideias não batem com as ideias do jornalista, não vou criticar a indicação de Pochmann para o IBGE no momento. Até porque, de acordo com outra matéria publicada no Estadão (Qual o currículo de Marcio Pochmann, polêmico economista indicado pelo governo para presidir o IBGE, 28/7), Pochmann tem um bom currículo, com pós-graduação, livros e artigos publicados, além de várias premiações. Enfim, vamos acompanhar o trabalho dele no IBGE e vamos criticar ou elogiar de acordo com seu trabalho posto em prática. E, se o trabalho for ruim, que a ministra Simone Tebet tenha poder para demiti-lo.

Maria Carmen Del Bel Tunes carmen_tunes@yahoo.com.br

Americana

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DE OLHO NOS DADOS

Sobre o editorial Lula insulta o IBGE (28/7, A3) Simples, muito simples de resolver a questão: se o nomeado Marcio Pochmann começar a camuflar dados reais ou manipular dados oficiais, o corpo técnico responsável deve imediatamente denunciá-lo à imprensa séria. Não adianta procurar órgãos do governo, todos na mesma carreta lulista.

José Roberto Iglesias rzeiglezias@gmail.com

São Paulo

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PROVA DOS NOVE

O IBGE nas mãos do PT. Toda informação divulgada pelo IBGE, a partir de agora, tem de passar pela prova dos nove.

José A. Muller josealcidesmuller@hotmail.com

Avaré

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QUAL É O OBJETIVO?

O editorial do Estadão Lula insulta o IBGE critica com razão o presidente Lula, por vários motivos, e, a meu ver, nenhum desculpável. Já se tornou enfadonho lembrar, mas Lula foi eleito pela coalizão de partidos que se uniram para apoiar a sua candidatura no segundo turno, para derrotar Bolsonaro e uma provável ditadura. Recebeu tal apoio pela sua qualidade pessoal. Apesar do PT, que após o péssimo governo de Dilma Rousseff ficou sem condições de eleger alguém para a Presidência da República. Cumpre dizer, mais uma vez, que, se não fosse a participação decisiva da senadora Simone Tebet, que se uniu a Lula até nos comícios, ele provavelmente não teria vencido. Basta lembrar que ela obteve 5 milhões de votos no primeiro turno e Lula venceu no segundo com pouco mais de 1 milhão de votos de diferença para Bolsonaro. Pessoalmente, já estranhei a demora em sua nomeação para o Ministério do Planejamento. Portanto, é indesculpável agora nomear o petista sr. Marcio Pochmann, ainda com as ressalvas relatadas pelo editorial. Ademais, sem comunicar a ministra, que esteve com ele na véspera. Há muito tempo acompanho a política nacional e aprendi que nela não se toma nenhuma atitude sem um objetivo. Agora, se o seu objetivo é fritar a ministra Simone Tebet, o caldo vai entornar. Só para apoiar o sr. Pochmann? O País nunca esteve na situação em que nos encontramos, depois de quatro anos de insanidade. A recuperação da Amazônia, nosso maior tesouro, ainda nem começou e, se não cuidarmos dela nem a reflorestarmos de novo, as demais nações do planeta com certeza irão agir. Mais que um insulto ao IBGE, o presidente insulta todos nós, independentemente da ideologia de cada um. Uma atitude dessa, se levada a cabo, costuma ser fatal para o autor. O presidente não foi eleito pelo PT, aliás, o foi apesar do PT, e o partido já foi bem contemplado neste governo.

Gilberto Pacini pacini0253@gmail.com

São Paulo

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O GRANDE IRMÃO

Lula queimou o filme no campo diplomático ao apoiar ditadores e suas ditaduras, como, por exemplo, Vladimir Putin, na Rússia, e Nicolás Maduro, na Venezuela. O chefão petista não tem mais cacife para almejar o Prêmio Nobel da Paz – seu grande anelo –, pois caiu sua máscara de pacifista democrata e, então, resolveu assumir de vez sua inclinação ao despotismo, candidatando-se ao posto de “Grande Irmão” (Big Brother, em inglês), personagem central de 1984, clássico literário do inglês George Orwell, escrito em 1948 e cada vez mais atual. Visando a transformar o Brasil em Oceânia, país distópico e totalitário descrito no livro de Orwell, foi nomeado por Lula um novo presidente para o IBGE, que, doravante, funcionará como uma espécie de Ministério da Verdade, com a incumbência de eventualmente manipular dados e informações, por meio de uma “novilíngua” estatística, para corroborar uma fantasiosa versão petista da realidade. Em breve o Brasil será inundado de cartazes oficiais com os seguintes dizeres: “O Grande Irmão petista está de olho em você”.

Túllio Marco Soares Carvalho tulliocarvalho.advocacia@gmail.com

Belo Horizonte

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MAU PRESSÁGIO

Serão Marcio Pochmann, para o IBGE, e Guido Mantega, para a Vale, o que foi Oppenheimer para Hiroshima e Nagasaki?

Ely Weinstein elyw@terra.com.br

São Paulo

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GUIDO MANTEGA NA VALE?

É escandalosa a proposta do sr. Lula de querer impor o sr. Guido Mantega na direção Vale (Vale3), como se ela fosse uma estatal. Espero que recusem. Essa é uma imposição autoritária só vista em países onde a “democracia é relativa”, digo, ditadura.

Tania Tavares taniatma@hotmail.com

São Paulo

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NOVO PESADELO

Com muita dificuldade, oito anos depois do desastre de Dilma Rousseff, produzido em conjunto com Guido Mantega, estamos revendo a luz no fim do túnel. E os petistas do governo começam a falar em nomeá-lo na Vale? Muitos votaram em Lula a contragosto para livrar o País do pior presidente da nossa história, mas, se continuar dessa forma, vai virar mais um pesadelo.

Aldo Bertolucci aldobertolucci@gmail.com

São Paulo

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A DOR E O HUMOR DO PRESIDENTE

O presidente Lula vai passar por uma cirurgia no quadril e, sobre isso, afirmou que o desconforto afeta o seu humor e que “ninguém consegue trabalhar com dor o dia inteiro”. Ninguém merece, mesmo, sentir dor, mas relativizar a democracia não está entre os efeitos colaterais de dor no quadril. Também não há registros na Medicina de que dores no quadril produzam alucinações como, por exemplo, culpar o invadido pela invasão. Como sugestão à cirurgia no quadril, o presidente poderia aproveitar e operar o fígado, retirando toda a bile ali produzida e que vem sendo destilada, dia após dia, neste terceiro mandato.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva lgtsaraiva@gmail.com

Salvador

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O RUIM

O messias do agreste está de volta. Não sai do palanque. O seu discurso populista é tão absurdo que poderia ser risível, mas é preferível dizer que é irresponsável. O seu programa de governo se baseia em dar esmolas ao povo (reserva de mercado eleitoral). Ele tem certeza de que ganhou em 2022 por ser o melhor. Ledo engano. O segundo turno da eleição presidencial foi A Escolha de Sofia às avessas. Os candidatos: o ruim e o pior. O ruim venceu. Simples assim.

Joaquim Luiz Bessa Neto jlbessaneto@gmail.com

São Paulo

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PIX PARA BOLSONARO

A matéria do Estadão de 28/7 sobre os mais de 700 mil PIX que renderam mais de R$ 17 milhões ao ex-presidente Jair Bolsonaro me fez lembrar os mais de 700 mil brasileiros que morreram em razão da “gripezinha”. Incompetência, para não evocar outros adjetivos não lisonjeiros, premiada!

João Paulo M. Parreira jpmparreira@hotmail.com

São Caetano do Sul

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RELATÓRIO DO COAF

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) praticamente foi dizimado quando Jair Bolsonaro determinou a sua transferência do Ministério da Economia para o Banco Central. O objetivo do ex-presidente era proteger seus filhos de supostas rachadinhas em seus gabinetes. Mas, como a política dá voltas, o próprio Coaf trouxe a público que Bolsonaro recebeu, só neste ano, a bolada de R$ 17,2 milhões em PIX. E, por coincidência, também nos últimos sete meses seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid movimentou cerca de R$ 3,2 milhões – valor incompatível com seu perfil. Na verdade, quanto mais se mexe na vida do inelegível, mais podridão aparece.

Júlio Roberto Ayres Brisola jrobrisola@uol.com.br

São Paulo

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ROYALTIES A ESTELIONATÁRIO

Não é possível que magistrados do Tribunal Regional Federal (TRF-1) sejam ingênuos ou desconheçam leis. Isso porque uma estranha e inadmissível vitória foi contemplada a um lobista condenado e preso por estelionato, Rubens Machado de Oliveira, que conseguiu liberar dezenas de milhões de reais de royalties para prefeituras de cidades que tampouco produzem petróleo (Estado, 26/7, A6 e A7). Ou seja, fora do que explicita a lei. E esse estelionatário ou lobista conseguiu para a banca que formou de recém-advogados aprovados na OAB faturar R$ 25,7 milhões em honorários. Quem paga esse desvio de recursos públicos? Os magistrados? Até deveriam...

Paulo Panossian paulopanossian@hotmail.com

São Carlos

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AÉCIO NEVES ABSOLVIDO

Mais uma ação da Lava Jato está sendo anulada, como mostrou a matéria Tribunal confirma absolvição de Aécio em ação de propina delatada por Joesley (Estado, 28/7, A11). Parece que a Justiça entendeu que aqueles R$ 2 milhões pedidos por Aécio a Joesley não seriam propina, mas fruto de negociação honesta. Assim, fica claro que Joesley mentiu em juízo e deve pagar por esse crime. Alguém acredita que isso vai ocorrer? Parece que a Lava Jato deve ser aniquilada, e isso é tudo. Os políticos poderosos e os ricaços envolvidos podem mesmo ficar tranquilos.

José Elias Laier joseeliaslaier@gmail.com

São Carlos

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O PSDB E SUA IDENTIDADE POLÍTICA

O Estadão de 24/7 (A8) trouxe à tona a questão existencial do PSDB. Trabalhista na juventude, por admiração ao PTB de Alberto Pasqualini, Fernando Ferrari, João Goulart e Leonel Brizola, após a ditadura militar ter liquidado com o trabalhismo, nossa opção foi pela social democracia do recém-fundado partido de Franco Montoro, Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso, o PSDB. Mas as voltas que a política dá levaram à polarização extremada entre esquerda e direita tupiniquins e o esquecimento do autêntico centro ideológico na política mundial. A social democracia é uma orquídea, que requer cuidados especiais para sobreviver, por ser uma ideia sofisticada que busca conciliar capital e trabalho com liberdade e justiça social. O PSDB é a única solução inteligente em política, que reergueu os Estados Unidos, em 1933, pelo “Estado do Bem-Estar Social” de Franklin Roosevelt e a Alemanha, no pós Guerra, com Willy Brandt, Helmut Schmidt e, agora, Olaf Scholz. Foi o único partido antinazista e anticomunista, na história da Alemanha e do mundo.

Paulo Sergio Arisi paulo.arisi@gmail.com

Porto Alegre

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ERRO

O PSDB, nas suas propagandas na mídia, tenta se enganar não falando que estão saindo do limbo. E apresentar um partido que quase sumiu e tentou se juntar a outros como a solução na política deve ser um sonho de uma noite de verão. Acordar é preciso e enganar eventuais correligionários é mais um erro.

Antônio José Gomes Marques ajgmescalhao@gmail.com

São Paulo

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VETO BRASILIENSE

Moraes decide vetar a remoção compulsória de morador de rua (Estado, 26/7, A17), por pelo menos 120 dias, incluindo àqueles que se aproveitam das circunstâncias e aos infratores às leis penais. Todos os paulistanos convivem com pelo menos cinco tipos diferentes de moradores em situação de rua: os decorrentes da penúria econômica, incluindo famílias; os com dependência química; os com problemas psiquiátricos não medicados; os ladrões e violadores que fazem de conta que são moradores de rua; os traficantes de drogas que fazem de conta que são moradores de rua. Tais cinco definições serão, talvez, incluídas nas medidas exigidas do governo federal, mas, enquanto isso, liberou geral – gerando um atraso no atendimento aos problemas de saúde e de segurança pública, e, assim, todos sofrerão suas consequências nefastas. Temos aqui atenção correta do ministro na proteção à dignidade de cerca de 200 a 300 mil pessoas em situação de rua no País, mas, prevalecendo sobre sua falta de atenção à dignidade e aos direitos subtraídos das dezenas de milhões de brasileiros reféns desta mazela – os quais ainda não foram considerados pelas autoridades acasteladas na capital do País. De fato, informa-se que houve audiência pública realizada em 21 e 22 de novembro de 2022 em Brasília – dirigida a entidades que atuam na área e representantes do poder público – e não publicizada aos brasileiros nos Estados do Sudeste, mais atingidos pela questão e que, portanto, não puderam se manifestar. A decisão monocrática não inclui, ainda, orientação aos Tribunais de Contas Municipais, Estaduais e Federal em sua necessária participação na fiscalização das medidas relacionadas à decisão – anterior e posteriormente – junto da administração pública e das entidades beneficiadas. Cabe ao plenário do STF avaliar a decisão monocrática em apreço?

Suely Mandelbaum, urbanista suely.m@terra.com.br

São Paulo