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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
9 min de leitura

Tensão na América Latina

Referendo na Venezuela

Chavismo declara vitória em plebiscito sobre anexação de área da Guiana rica em petróleo (Estadão, 4/12). O plebiscito venezuelano pela anexação de territórios da Guiana tem o mesmo cheiro das antigas eleições no Iraque em que Saddam Hussein – único candidato – vencia com 100% dos votos. Ficam algumas questões: como o Brasil de Lula (amigo e patrocinador do chavismo) vai se comportar? Vai criticar a invasora Venezuela ou vai condenar a vítima, Guiana, como fez com Israel e a Ucrânia? E a ONU de Guterres, vai fazer algo ou vai naufragar em burocracias, como fez com a invasão russa na Ucrânia? Pelo visto, vamos precisar chamar “a polícia do mundo”, os EUA, para resolver mais essa questão. Em tempo: antes que Lula aja como Putin, em relação à Ucrânia, e a ONU, em relação a Israel, e tente reescrever a verdade, a Guiana é a vítima!

Sérgio Eckermann Passos

sepassos@yahoo.com.br

Porto Feliz

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Tragédia à vista?

A Argentina, na época da ditadura, estava em frangalhos. Para melhorar a imagem do governo, o então presidente resolveu retomar as Ilhas Malvinas, ocupadas pela Inglaterra. Resultado: tragédia inominável! Morreram centenas de soldados argentinos, que passaram fome e foram humilhados naquela aventura irresponsável. Agora, a mesma história se repete com Maduro, que pretende anexar o território de Essequibo, pertencente à Guiana (inglesa). Para os mais jovens, que não conhecem a Guerra das Malvinas, por favor, pesquisem e fiquem estarrecidos.

Walter Rosa de Oliveira

walterrosa@raminelli.com.br

São Paulo

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Guerra no Oriente Médio

A opinião de Macron

O presidente da França, Emmanuel Macron, disse, no sábado passado, que a destruição total do Hamas por Israel acarretaria o prosseguimento da guerra pelos próximos dez anos. Embora Sua Excelência seja autor de uma tese sobre Maquiavel e tenha estudado política internacional na École Nationale d’Administration, confesso ignorar em que elementos concretos se baseou para fazer tal assertiva, mas, mesmo sem acesso aos dados de inteligência nos quais possa ter-se baseado, dele discordo, desde que, evidentemente, não se banalizem num fogo amigo pressões contrárias à defesa do mundo livre. E fico cá matutando, com meus botões, o que seria hoje da França – e do mundo livre em geral, Brasil incluso – caso a liderança da guerra contra os nazistas tivesse cabido não a Winston “sangue, suor e lágrimas” Churchill, mas a Sua Excelência, o presidente Macron, desculpada a comparação anacrônica.

Lionel Zaclis

zaclis@azevedosette.com.br

Itu

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Aquecimento global

Captura de carbono

Não é de hoje que o mundo está cada vez mais complexo. O que significa capturar carbono e, especialmente, utilizando usinas como a que a Califórnia acaba de inaugurar? Nesse sentido, muito bom ler o artigo do escritor Jorge Caldeira (Captura de carbono: Brasil compete ou segue divagando?, Estadão, 3/12, A4) e entender que o Brasil pode concorrer no mercado de captura de carbono com uma tecnologia simples e imediata: a preservação das nossas florestas. Basta se dedicar com intensidade e planejamento, ou seja, para valer. Vamos conseguir fazer isso?

Francisco Eduardo Britto

britto@znnalinha.com.br

São Paulo

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Brasil

Raízes da estagnação

Sou leitor assíduo de Bolívar Lamounier e coleciono todos os seus artigos publicados no Estadão. Em 2/12 (A4), em Sobre a nobre arte de enxugar gelo, ele pergunta onde buscar as “raízes” da estagnação em que estamos enredados há mais de 20 anos. Já no início, o autor descarta consultar o clássico Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, por refletir 1936, época bem diferente da atual. Lamounier entende que somos carentes de uma elite culta e competente e critica o corporativismo no País. São razões que não se formam em poucas décadas, mas são frutos da evolução da nossa história. Quando se lê, em Raízes do Brasil, o trecho “estereotipada por longos anos de vida rural, a mentalidade de casa-grande invadiu assim as cidades e conquistou todas as profissões, sem exclusão das mais humildes”, penso que o livro nos dá resposta à pergunta acima. Apesar desta minha dúvida, seguirei colecionando os brilhantes artigos de Lamounier.

Vivaldo A. Fernandes Russo

varusso@uol.com.br

Campinas

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

DUBIEDADE DE LULA

Não poderia haver maior contradição e dubiedade na polêmica e questionável postura adotada pelo Brasil do que sediar a próxima Cúpula do Clima (COP-30), em 2025, e aceitar o convite feito durante COP-28, em Dubai, de integrar a Opep+. O País, uma reconhecida potência ambiental que defende a urgente e necessária política de sustentabilidade e o combate ao uso de combustíveis fósseis e ao criminoso e ilegal desmatamento da Amazônia, se comporta como aquele que acende uma vela a Deus e outra ao diabo.

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

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FRAUDE ELEITORAL

Se tivermos uma graduação de fraude eleitoral, o governo Lula ganha disparado, porque Jair Bolsonaro, dentro do prometido ao eleitorado, cumpriu boa parte. Realmente este governo é a maior fraude eleitoral de todos os tempos. O presidente Lula viaja para a COP-28 e volta como integrante do cartel da Opep+. Essa é a contribuição do seu governo para a melhoria do clima mundial.

Vital Romaneli Penha

vitalromaneli@gmail.com

Jacareí

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DISCURSOS VAZIOS

A coluna de Eliane Cantanhêde de domingo está irrepreensível e irreparável (Estado, 3/12). Parabéns pelo discernimento e lucidez. Tentar desvendar o que se passa na cabeça do “presidente” Lula é realmente um desafio... Como é possível defender o meio ambiente na COP-28 e, de passagem e com direito a baldeação, fazer antes check-in nos países árabes para assinar a entrada na Opep+? Mais uma vez estamos diante de discursos vazios e que jogam para a plateia (ou para as plateias).

Ruy Alexandre Morel Barbosa

ruy.morel@rumoconsultoria.com.br

São Paulo

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DESCONHECIMENTO DE CONFLITOS

O presidente Lula, convidado a aderir à Opep (grupo dos maiores produtores de petróleo), declara que pregará que países reduzam o uso de petróleo. Melhor seria se ele, Lula, reduzisse declarações sem sentido e evitasse que seu governo lute, na Justiça, para liberar a exploração de petróleo na foz do Amazonas. Ele palpita em tudo o que desconhece, como no caso da guerra entre Israel e Hamas, que para Lula resolve-se em conversa de “botequim” junto a líderes como Rússia, EUA e por aí vai. O desconhecimento da história entre judeus e palestinos nos leva à vergonha mundial. Não por acaso nossas propostas para fim da guerra, apresentadas quando no exercício da presidência do Conselho de Segurança da ONU, foram rejeitadas. Fazer o quê? Ele não se cala e se mete em tudo, e por aqui seu partido aplaude e acredita em candidatá-lo ao Nobel da Paz. Pobre de nós.

Mario Cobucci Junior

maritocobucci@gmail.com

São Paulo

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CÚPULA DO MERCOSUL

A Cúpula do Mercosul, no Rio de Janeiro, terá como temas de debates o enfrentamento da fome e da pobreza e a questão ambiental. Será que teremos de aturar mais uma vez discurso do falastrão Lula da Silva, com suas promessas fantasiosas? Há pouco tempo atrás, Lula foi aplaudido sete vezes ao dizer que falta vontade política para acabar com a fome no mundo, como se não existisse esse problema no Brasil. Ele está no terceiro mandato, a fome grassa e nada de vontade política.

J. A. Muller

josealcidesmuller@hotmail.com

Avaré

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GUERRA EM GAZA

Referindo-se à lamentável guerra em Gaza que está ceifando vidas inocentes, devida ao ataque bárbaro do Hamas, Lula voltou a falar em genocídio perpetrado por Israel. Se Israel quisesse cometer um genocídio, obviamente já teriam perecido centenas de milhares de habitantes de Gaza, e não os cerca de 10 mil como se noticia. De um presidente espera-se coerência com os fatos, que seja lógico, e não ideológico.

Valdemar W. Setzer

www.ime.usp.br/~vwsetzer

São Paulo

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PLEBISCITO VENEZUELANO

As perguntas do plebiscito venezuelano sobre anexar o território de Essequibo (Guiana Inglesa), na cédula, realizado no dia 3 de dezembro, são risíveis. Beiram o ridículo. Direcionadas ao “sim”. Se o “não” vencesse, como ficaria? O presidente Nicolás Maduro aceitaria? Alguém iria abrir mão de uma área rica em petróleo? Vejamos o fim disso. O Reino Unido ainda não se pronunciou.

Panayotis Poulis

ppoulis46@gmail.com

Rio de Janeiro

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ANEXAÇÃO DA GUIANA

Façam suas apostas para quem o presidente do Brasil dará seu apoio na contenda. Acho até que ele irá facilitar a passagem do exército do “cumpanheiro” pelas terras brasileiras. Aguardemos!

Nelson Piffer Jr.

pifferjr86@gmail.com

São Paulo

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VIAJAR SEM PACIFICAR

“Lula não pretende incentivar a ofensiva do presidente venezuelano Nicolás Maduro, mas também não sabe o que fazer se o aliado seguir com a ideia e decidir, por fim, invadir o vizinho”. O presidente Lula ladra muito e morde pouco: por que não vai visitar seu amigo Maduro na Venezuela para evitar uma possível guerra? Ele fica falando de paz e não tem coragem, nem planos, para impedir os conflitos. Viajar é o plano, pacificar não, simples assim.

Roberto Solano

robertossolano@gmail.com

Rio de Janeiro

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GEORGE SANTOS CASSADO

A cassação do mandato do deputado George Santos, filho de imigrantes brasileiros, na Câmara dos Representantes, dos Estados Unidos, é um exemplo vindo da grande democracia mundial que o Parlamento brasileiro não deve ignorar. Ao constatar a realidade das acusações de comportamento impróprio – Santos é alvo de denúncias que vão de mentir sobre currículo até uso indevido de dinheiro de campanha –, seus pares decidiram eliminá-lo do meio no mais típico e popular procedimento de retirar da caixa de frutas o exemplar podre que pode comprometer os demais. É isso que devem fazer os parlamentares brasileiros. Afastar os errantes para evitar que a instituição sofra sanções judiciais ou policiais, como as que levam o Supremo Tribunal Federal (STF) a colecionar em seus gabinetes mais de uma centena de investigações e processos onde os réus são senadores e deputados. Em nome da sanidade do meio, as casas legislativas não devem proteger corporativamente seus membros acusados de crimes ou irregularidades. O aconselhável é extirpá-los (quando se tiver certeza da autoria). Assim, num tempo não muito distante, os poucos processos judiciais relativos a parlamentares deverão ser sobre seus recursos contra a punição recebida, jamais por atos que deslustram seu mandato e emporcalham a imagem do Poder Legislativo.

Dirceu Cardoso Gonçalves

aspomilpm@terra.com.br

São Paulo

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SUPREMA CORTE

É aterrorizante a descrição detalhada que o jornalista J. R. Guzzo faz sobre o que anda acontecendo ultimamente no Supremo Tribunal Federal, especialmente sobre a lavra do ministro Alexandre de Moraes, em consonância com seus colegas, como mostra sua coluna É proibido pensar (3/12, A10). Afinal, uma Suprema Corte contaminada por pirataria para buscar o fim da Lava Jato, sem contar negligenciar o saber jurídico das três instâncias inferiores, já sinalizava que coisa boa não nos esperava.

José Elias Laier

joseeliaslaier@gmail.com

São Carlos

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TRAGÉDIAS AMBIENTAIS

Temperaturas como nunca sentidas anteriormente, tempestades destruidoras, grandes extensões de rios contaminados pela ação de garimpagem e, em Maceió, cinco bairros afundando e 55 mil moradores removidos da área afetada. Todas essas tragédias ambientais recentíssimas não foram suficientes para sensibilizar o prefeito e vereadores de São Paulo da necessidade de preservação de áreas protegidas. Agora, na revisão das normas de zoneamento, ao invés de removerem as invasões e usos não residenciais, querem regularizar o resultado de uma recorrente prevaricação desavergonhada, escandalosa e ambientalmente criminosa. Não são só as milícias que colocam em risco nossas vidas. Certos vereadores, disfarçados de parlamentares, atuam como mestres-sala da destruição ambiental e, para obterem votos, se utilizam da boa-fé de eleitores ingênuos e desconhecedores de normas municipais, incentivando-os à ocupação de áreas ambientais, prometendo regularização posterior. Além das milícias, existem outros grupos colocando nossas vidas em risco: os falsos vereadores.

Honyldo Roberto Pereira Pinto

honyldo@gmail.com

Ribeirão Preto

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MECANISMO DE CRIAÇÃO DE FAVELAS

A área em torno das Represas Billings e Guarapiranga foram decretadas de preservação ambiental, cota zero, onde nada poderia ser construído para proteger os mananciais da cidade. O resultado prático disso foi o surgimento de gigantescas comunidades irregularidades, ilegais, onde hoje vivem milhões de pessoas em moradias precárias, lançando esgoto sem tratamento nas represas que deveriam estar protegidas. Essas áreas em torno das represas poderiam ter sido urbanizadas desde o começo, e hoje seriam os melhores bairros da cidade, com lotes grandes, coleta e tratamento de esgoto, parques públicos, tudo o que existe no entorno dos lagos de todas as principais cidades europeias. O Brasil precisa entender que toda vez que se decreta uma área de preservação ambiental, cota zero, essa área será entregue para a ocupação irregular. O mesmo fenômeno acontece nos morros cariocas e suas gigantescas favelas. Não há nenhum sinal de que o País vai mudar esse mecanismo de criação de favelas.

Mário Barilá Filho

mariobarila@yahoo.com.br

São Paulo

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CIGARRO ELETRÔNICO

Muito estranha a determinação, por parte da Anvisa, de abrir consulta pública para rediscutir a regulamentação dos cigarros eletrônicos. Não é atribuição do público leigo opinar sobre os malefícios do dispositivo. A única instância que tem condições para isso é a comunidade científica, que já atestou exaustivamente que os riscos do cigarro eletrônico para a saúde são tão ou até mais severos do que o cigarro tradicional. Ao que tudo indica, a Anvisa parece estar buscando respaldo popular para ceder a pressões dos fabricantes e, assim, liberar o produto. Essa consulta não é de boa conduta. O cigarro tradicional já mata milhares de pessoas por ano aqui e mundo afora. Não faz sentido a Anvisa colaborar para aumentar esse número.

Luciano Harary

lharary@hotmail.com

São Paulo

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NOVO LIVRO SOBRE CHAPLIN

O novo livro sobre Charles Chaplin mostra que há sempre uma boa história para contar, mesmo de personagens já escrutinados à exaustão (Estado, 4/12, C1). A caça às bruxas norte-americana é conhecida por ter colocado todos que minimamente defendiam algum direito social na mesma pecha de comunista. Nada muito diferente do que ainda hoje ocorre por aqui. Vamos aguardar uma boa tradução dessa obra de Scott Eyman, para evitar a imersão incompleta na língua de Shakespeare.

Adilson Roberto Gonçalves

prodomoarg@gmail.com

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