O setor aéreo registrou, em abril, o pior mês em toda a sua história. A redução da demanda em todo o mundo, medida por passageiros-quilômetros transportados pagos (RPK), foi de 94% na comparação com o resultado de um ano antes, segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês). A oferta de assentos diminuiu 87%.
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É mais uma comprovação de que o setor de serviços de turismo, do qual o transporte aéreo é parte fundamental, é um dos mais duramente atingidos pela paralisia da atividade econômica em escala mundial como consequência das medidas de enfrentamento da pandemia de covid-19.
Mas o pior resultado da história pode ser o marco de mudança na tendência, para melhor. Já há dados sobre o desempenho do setor em maio que surgem como luz para a saída do túnel em que as companhias aéreas em todo o mundo mergulharam.
“Tudo indica que o ponto mais baixo para o setor aéreo se deu em abril”, disse o economista-chefe da Iata, Brian Pearce, ao apresentar dados mais recentes. “Em maio, o setor começou a se recuperar, principalmente na região da Ásia-Pacífico, ajudado por uma mistura de tarifas mais baixas e relaxamento das normas de isolamento social em alguns mercados.”
O número de voos no dia 27 de maio, incluídos os de transporte de carga, foi 30% maior do que o registrado em 21 de abril, considerado o pior dia da crise por que passa o setor. É muito provável que, como observou Pearce, o mês de maio foi melhor do que abril também para o transporte de passageiros.
Para reforçar sua avaliação, Pearce apresentou dados da pesquisa no Google segundo os quais as buscas por viagens aéreas aumentaram 25% em relação a abril. A queda dos preços das passagens – de cerca de 23% para os voos domésticos, segundo a Iata – deve estar atraindo mais passageiros.
Ainda assim, o setor opera em condições bem piores do que as de antes da pandemia. Mesmo com aumento em maio, as buscas continuam 60% menores do que as registradas em janeiro deste ano.
E as companhias aéreas continuam em dificuldades, apesar do apoio dado por alguns governos, entre os quais o brasileiro. Na América Latina, todas as empresas estão em dificuldades e duas estão em recuperação judicial, lembrou o economista-chefe da Iata.