Publicidade

Brasil terá neste ano maior taxa de empreendedores iniciais em 20 anos

Cerca de 25% da população adulta estará envolvida em alguma atividade empreendedora em 2020, diz pesquisa do GEM com Sebrae; falta de vagas no mercado de trabalho e reflexos econômicos da pandemia impulsionam índice

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

O relatório anual Global Entrepreneurship Monitor 2020 (GEM), realizado no Brasil com apoio do Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), indica que 2020 será o ano em que o Brasil atingirá a sua maior taxa de empreendedores iniciais ou donos de negócios com até três anos e meio de atividade, com 25% da população adulta nacional empreendendo.

PUBLICIDADE

O relatório ainda aponta que o índice de empreendedores iniciais aumenta em períodos de crise no País, como entre os anos 2008 e 2009, e também 2014 e 2016, como indica a série histórica da pesquisa, iniciada em 2000. Com os recentes reflexos da pandemia causada pelo novo coronavírus na taxa de desemprego do País, a tendência apontada pela GEM se consolida.

Em 2019, estima-se que 53,4 milhões de pessoas (38,7% da população adulta) no Brasil estão à frente de alguma atividade empreendedora, envolvidos na criação de um novo negócio, consolidados como donos de empresa ou ainda realizando esforços para manter um empreendimento já estabelecido. A taxa de empreendedorismo inicial é de 23,3%, grupo em que estão por exemplo Nelson Soares e Mateus Gomes, criadores da startup do setor imobiliário Flatmatch. Os sócios lançaram o aplicativo há poucos meses e contaram ao Estadão PME sobre como está sendo empreender pela primeira vez em meio a uma crise.

Além dos novos donos de negócios, há ainda quem tem o empreendedorismo no radar, mas não iniciou um negócio de fato. A taxa de empreendedorismo em potencial é de 30,2%, mostrando que, a cada 10 brasileiros adultos que não são considerados empreendedores, três deles gostariam de abrir um negócio próprio nos próximos três anos. 

Nelson Soares (à esquerda) e Mateus Gomes (à direita) são sócios da Flatmatch, startup do setor imobiliário que lançou app no mercado há três meses. Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Cerca de 90% dos empreendedores iniciais brasileiros concordam (total ou parcialmente) que a escassez de emprego é uma das principais razões para empreender. Com recortes de gênero, raça e faixa etária, a GEM mostrou que a falta de oportunidades no mercado de trabalho foi o principal fator que motivou mulheres e negros entre 35 e 54 anos a abrir o próprio negócio. A tradição familiar como razão para começar um novo negócio destaca-se entre os mais velhos, entre 55 e 64 anos.

Sobre os empreendedores estabelecidos, a taxa nacional é de 16,2%, a segunda maior entre os 55 países que participam da pesquisa. 

Cenário atual com a crise

Publicidade

De acordo com o Sebrae, o Brasil tem cerca de 17,2 milhões de pequenas empresas. Em abril, o País atingiu a marca de 10 milhões de microempreendedores individual (MEIs). Com a crise, 12% dos pequenos negócios demitiram funcionários e 44% não estão funcionando no período de isolamento social. Para sobreviver, a digitalização dos negócios foi a saída encontrada para garantir parte do faturamento.

Receba no seu e-mail as principais notícias do dia sobre o coronavírus. Clique aqui.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.