PUBLICIDADE

Publicidade

Engenheiro desenvolve aparelho que promete devolver mobilidade a vítimas de AVC

Projeto produzido dentro da Universidade de Harvard deve chegar aos pacientes nos EUA em 2019

Por Vivian Codogno
Atualização:

Foram necessários quatro anos dentro de um laboratório na Biologically Inspired Engineering, na Universidade de Harvard, em Boston, até que o modelo definitivo do dispositivo do engenheiro biomédico irlandês especialista em robótica Conor Walsh ficasse pronto. A dedicação, que faz jus à veia empreendedora do cientista, envolveu testar nele mesmo todas as versões desenvolvidas para o exosuit, aparelho que tenta devolver movimentos a vítimas de acidente vascular cerebral (AVC) que ficaram com algum tipo de restrição motora. 

Conor Walsh e sua equipe trabalham em exoesqueleto em Harvard Foto: Inovação pretendedevolver mobilidade

PUBLICIDADE

O sistema desenvolvido por Walsh, que deve chegar aos primeiros pacientes nos Estados Unidos em meados de 2019, passa agora pelo processo que aproxima a ciência do negócio, que é colocar um produto inovador no mercado, com todos os desafios que isso envolve. O diferencial do produto de Conor será que o paciente poderá levar para casa o sistema de tratamento, antes restrito a laboratórios e centros especializados. 

“Assumimos, por aqui, o alto risco da pesquisa em robótica. Uma vez que conseguimos mostrar os primeiros resultados para a solução de problemas, o passo seguinte é estar apto a partilhar essas descobertas com a indústria”, explica Walsh. “As tecnologias precisam traduzir para a sociedade um impacto positivo na vida das pessoas”, avalia o cientista. Pelo trabalho com o exosuit, Walsh conquistou o prêmio Rolex de empreendedorismo, pleito que analisa todos os anos, desde 1976, projetos inovadores como o do cientista. Com a premiação, o pesquisador levantou um investimento de 100 mil francos suíços para trabalhar no seu projeto.

Nos Estados Unidos, trabalhos como o de Walsh, desenvolvidos pela universidade, são tratados em patamar de igualdade ao de novas empresas que tenham como escopo a tecnologia e a inovação. Para se ter uma ideia da representatividade da academia no empreendedorismo norte-americano, o relatório anual da organização governamental de fomento à pesquisa National Science Foundation (NSF) aponta que cerca de 5 milhões de empreendedores daquele país tiveram algum envolvimento com tecnologia já na faculdade e são responsáveis pela geração de 16,5 milhões de postos de trabalho. A própria NSF injetou, no ano passado, US$ 5,8 milhões em desenvolvimento de pesquisa avançada.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.