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Aécio prevê parceria com PMDB 'num futuro próximo'

Por Christiane Samarco
Atualização:

Convidado a inaugurar um painel fotográfico das grandes personalidades do PMDB, como o avô Tancredo, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), foi recepcionado pela cúpula do PMDB logo na entrada principal do Congresso hoje à noite. Mas antes de fazer a alegria do PMDB, ao prever uma parceria "num futuro muito próximo", desfilou seu melhor estilo de fazer política. Desvencilhou-se dos afagos de peemedebistas ilustres, como o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), e deu "uma passadinha rápida" na liderança de seu PSDB. "Não poderia chegar à liderança do PMDB, sem antes passar aqui na minha casa", disse Aécio a pouco mais de três dezenas de tucanos que se espremiam na sala do líder na Câmara, José Aníbal (SP), para abraçar e tirar fotos ao lado do governador. Pouco antes, ele afirmara que estava "muito confortável no PSDB", mas que não escondia ter suas "amizades no PMDB. E acho que o PSDB e o PMDB têm todas as condições de buscar a construção de um projeto comum". Dez minutos depois, diante de uma platéia peemedebista, foi ainda mais explícito: "Não vejo como, num futuro muito próximo, não estaremos juntos, construindo um grande projeto para o País, sem ódios e sem rancores". Foi o suficiente para fazer o ministro Hélio Costa e o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), gargalharem de satisfação. Saudado pela presidente da CPI dos Cartões, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), Aécio destacou que era ali que o partido mostrava sua cara e sua força. "Há o momento da disputa, mas a unidade da bancada é nosso maior patrimônio", afirmou, em uma referência velada à briga pela liderança, em que o governador paulista José Serra apoiou outro candidato e perdeu. A despedida dos tucanos deu-se em meio a fartos apupos e saudações "a nosso candidato" em 2010. "Contem comigo em todos os momentos porque o Brasil vai precisar da nossa força e da nossa garra", disse o governador de Minas. Antes da passagem pela liderança tucana, ele já havia desmentido a intenção de trocar de legenda e se mudar para o PMDB. Ao final da cerimônia com os peemedebistas, Aécio saiu propagandeando seu gosto pelo diálogo, pela discussão de idéias e pela construção do consenso. "O Brasil está um pouco desacostumado às conversas políticas, em que dois partidos se sentam para pensar o futuro. Vou estar muito no Congresso, conversando inclusive com outras lideranças de outros partidos", anunciou. Dali, seguiu para um jantar com líderes do PMDB a convite do ministro Hélio Costa, com quem está se recompondo depois de fechar uma aliança com o PT mineiro. Atende, assim, os apelos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo entendimento e o diálogo entre os aliados. Em tempos de CPI dos Cartões, tudo o que o Planalto não quer é criar problema com o maior partido da base governista no Congresso.

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