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A arte e a técnica de advogar não serão substituídas pela inteligência artificial

Por Martina Hanna do Nascimento El Atra
Atualização:
Martina Hanna do Nascimento El Atra. Foto: Divulgação

Recentemente, encontramos uma notícia de que o modelo de linguagem GPT-4, lançado pela OpenAi, surpreendeu ao ser aprovado no exame de advogados nos Estados Unidos, e chegou a superar a maioria dos graduados em direito no exame chamado Bar Exam, equivalente ao exame da OAB no Brasil.

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Esse novo modelo chegou a obter a nota 297 na prova, que é superior a 90% (noventa por cento) dos candidatos reais do teste, sendo que os testes realizados anteriormente tinham apresentado um baixo desempenho, demonstrando a rapidez de aprendizagem da ferramenta.

A partir daí, a temática volta a ser pauta quente e muitos passam a discutir e manifestar os seus receios de serem substituídos por uma máquina, e virou assunto frequentemente divulgado por meio de manchetes como "Advogados serão substituídos por "robôs". Mas, analisando todos os avanços tecnológicos desenvolvidos até hoje, temos a convicção que não seremos substituídas pela máquina.

Isto porque, a arte e a técnica de advogar está muito além do ato de acumular um conjunto de conhecimentos. A advocacia tem um caráter extremamente essencial da condição humana que é o sentimento! Advogar vai além da compreensão técnica das leis, doutrinas e jurisprudências.

É fundamental entender que ao advogar o profissional tem em mente que cada caso é um caso e cada cliente receberá uma solução diferente, uma abordagem personalizada que possa atender a sua dor ou demanda, a partir de suas necessidades e características individuais e peculiares.

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Por isso, escolher para qual lado seguir ou qual modelo jurídico adotar, não depende apenas das leis, jurisprudências ou doutrinas e jamais estará adstrito à elementos artificiais de inteligência.

O grande diferencial de um escritório advocatício é exercer seu trabalho de maneira personalizada e individualizada em todas as demandas, ir muito além do conhecimento técnico, pois compreendendo os desejos e anseios dos clientes é possível alcançar o objetivo íntimo e individual de cada um.

Com todo o respeito aos avanços técnicos já alcançados até o presente momento, é certo que a máquina não tem a capacidade de prestar um serviço de forma humana, individual e personalizada, acrescida do sentimento e da empatia, mesmo sendo capaz de auxiliar e agilizar o desenvolvimento de tarefas cotidianas dos seres humanos.

Entendo que novas tecnologias são ferramentas essenciais e que devem ser utilizadas, porém, dentro de seus limites e ética para que a entrega do melhor resultado aos seus clientes, jamais fique prejudicada ou comprometida.

*Martina Hanna do Nascimento El Atra é advogada especialista em Direito Digital pela Fundação Getúlio Vargas - FGV. Coordenadora do Departamento de Direito Digital e Privacidade de Dados da MABE Advogados Associados. Atua com Direito Digital, Privacidade de Dados, Direito Empresarial e Contratual

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