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‘Abin paralela’: Investigados continuarão presos depois de audiência de custódia

Manutenção de prisões preventivas foram definidas nesta sexta-feira, 12; prazo para revisão, de acordo legislação atual, é de 90 dias

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Foto do author Heitor Mazzoco
Foto do author Pepita Ortega

Os cinco alvos de mais uma fase da operação Última Milha, que investiga suposto monitoramento ilegal de autoridades públicas e produção de notícias falsas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) do governo Jair Bolsonaro, continuarão presos depois de audiência de custódia realizada nesta sexta-feira, 12. As prisões são preventivas e, portanto, devem ser revistas a cada 90 dias. Os presos são: Marcelo Araújo Bormevet, Giancarlo Gomes Rodrigues, Richards Pozzer, Mateus de Carvalho Spósito e Rogério Beraldo de Almeida.

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Segundo a Polícia Federal, auxiliares do hoje deputado federal Alexandre Ramagem, então chefe da Abin, abasteciam um núcleo chamado “grupo dos malucos” no WhatsApp com informações falsas sobre os integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF), com plena ciência da “desarrazoada desinformação produzida”. Outras pessoas teriam sido monitoradas ilegalmente, como políticos de oposição e jornalistas. Ramagem nega as acusações e diz que a questão é política diante de sua intenção de disputar a prefeitura do Rio de Janeiro nas eleições deste ano. O advogado Jeffrey Chiquini, que defende Pozzer, afirmou que o cliente é “cidadão comum, engenheiro, casado, pai de família” que, nas horas vagas, pesquisava o nome de pessoas públicas em portais de transparência, “exercendo o direito de cidadania na fiscalização do serviço público, moralidade e probidade da administração pública”.

A investigação da Polícia Federal identificou que o sistema FirstMile, utilizado pela Abin teria feito 33 mil monitoramentos ilegais durante o governo do ex-presidente Bolsonaro. De acordo com a PF, “além do uso indevido do sistema, apura-se a atuação de dois servidores da Agência que, em razão da possibilidade de demissão em processo administrativo disciplinar, teriam utilizado o conhecimento sobre o uso indevido do sistema como meio de coerção indireta para evitar a demissão”.

A Operação Última Milha foi inicialmente aberta em 2023, quando a PF prendeu dois servidores da Abin - Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky - que usaram indevidamente o sistema de geolocalização de celulares do órgão para coerção. Na ocasião, a sede da Abin também foi alvo de buscas.

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