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Cármen Lúcia é sorteada relatora da denúncia da PGR que atribui a Moro calúnia contra Gilmar

Ministra do Supremo vai analisar acusação da vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo sobre senador que, durante festa junina, falou em ?comprar um habeas corpus? do ministro do STF

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Por Fausto Macedo
Atualização:
O senador Sérgio Moro. Foto: Gabriela Biló / Estadão

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, foi sorteada relatora da denúncia apresentada pela vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo contra o senador Sergio Moro após viralizar nas redes vídeo em que o parlamentar, durante uma brincadeira de 'cadeia' em uma festa junina, fala em 'comprar um habeas corpus' do ministro Gilmar Mendes.

A ministra vai analisar a acusação e eventualmente pedir para que a presidente do STF, ministra Rosa Weber, inclua o caso em pauta, para que o plenário da Corte máxima decida se coloca ou não o ex-juiz da Operação Lava Jato no banco dos réus por calúnia.

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Na denúncia apresentada ao STF na tarde desta segunda-feira, 17, Lindôra narra que Moro, 'com livre vontade e consciência, caluniou o ministro Gilmar Mendes imputando-lhe falsamente o crime de corrupção passiva, ao afirmar que a vítima solicita ou recebe, em razão de sua função pública, vantagem indevida para conceder habeas corpus, ou aceita promessa'.

"Segundo restou apurado, durante um evento realizado em dia, hora e local não sabidos, diante de um grupo de diversas pessoas, Sergio Moro, ciente da inveracidade de suas palavras, afirmou que: "Não, isso é fiança, instituto ... pra comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes", acusando falsamente a vítima de, em razão de sua função jurisdicional, negociar a compra e a venda de decisão judicial para a concessão de habeas corpus", registrou a peça.

Ainda de acordo com a vice-procuradora-geral da República, 'ao atribuir falsamente a prática de crime' a Gilmar, Moro 'agiu com a nítida intenção de macular a imagem e a honra' do ministro do STF, 'tentando descredibilizar a sua atuação como magistrado da mais alta Corte do País'.

Lindôra lista ainda duas agravantes da conduta atribuída a Moro: o fato de a 'manifestação caluniosa' ter sido dirigida a um agente público com mais de 60 anos; e o fato de o senador ter emitido a declaração em público 'na presença de várias pessoas, com o conhecimento de que estava sendo gravado por terceiro, o que facilitou a divulgação da afirmação caluniosa'.

Moro reagiu à acusação. Chamou a denúncia de 'absurda' e de 'relâmpago', afirmando que não foi ouvido pela PGR antes da peça ser oferecida ao STF. O senador diz ter 'divergências sérias' com Gilmar Mendes, mas que 'nunca o acusou de crimes'.

O parlamentar destacou que 'ainda que possa ser considerada infeliz' sua declaração 'não contém acusação' contra ministro do STF, ressaltando que a mesma se deu durante uma brincadeira de festa junina. Segundo Moro, o 'culpado' pela ofensa a Gilmar Mendes é quem 'editou e divulgou trechos do vídeo com malícia'.

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