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Lava Jato vê 'indícios de irregularidades' em R$ 40 mi de prestadora de serviços da Vivo ao grupo de Lulinha

Rastreamento da Mapa da Mina, fase 69 da operação, indica transferência à editora de Fábio Luís Lula da Silva, filho mais velho do ex-presidente, por projeto que teria tido retorno 'extremamente baixo'

Por Paulo Roberto Netto
Atualização:

A força-tarefa da Lava Jato viu 'indícios de irregularidades' em repasses da Movile Internet Móvel, que prestou serviços ao grupo Vivo/Telefônica no projeto 'Nuvem de Livros', ao grupo Gamecorp/Gol, controlado pelo empresário Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho mais velho do ex-presidente Lula. Segundo os procuradores da Lava Jato, entre 2014 a 2016, a Movile repassou R$ 40 milhões para a Editora Gol.

Os procuradores desconfiam do volume de repasses e as causas reais dos pagamentos.

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O Ministério Público Federal afirma que a operadora Vivo tinha relações com a empresa de Lulinha por meio do projeto 'Nuvem de Livros', plataforma virtual para acesso a obras literárias e vídeos educativos.

"Da análise da quebra de sigilo bancário, depreende-se que houve pagamentos da Movile Internet Móvel à Editora Gol no valor total de R$ 40.093.378,64 no período de 15 de janeiro de 2014 a 18 de janeiro de 2016", aponta a Lava Jato.

Fábio Luís Lula da Silva, filho mais velho do ex-presidente Lula. Foto: Alex Silva/Estadão

A parceria foi fechada após encontro entre Lulinha, Jonas Suassuna, sócio do filho do ex-presidente, Kalil Bittar, irmão de Fernando Bittar, e Antônio Carlos Valente, então presidente do grupo Telefônica no Brasil.

A proposta saiu do papel cinco meses após reuniões do ex-presidente com executivos da Telefônica na Espanha, em 2011.

O 'Nuvem de Livros', no entanto, apresentou retorno 'extremamente baixo', segundo relatório sobre assinantes divulgado a integrantes do grupo Gol em 2012.

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Dos 56.418 usuários que receberam login e senha para acessar a plataforma, apenas 48 efetuaram o cadastro e, deste total, 24 estavam pagando pelo serviço por terem passado pela semana grátis de degustação.

Somente em 2013 que o Grupo Gol fecharia acordo com a Vivo para receber pagamentos pelo serviço, que seriam intermediados pela Movile Internet Móvel, com valores retroativos a setembro de 2012.

Até então, o valor dos repasses estava estimado em R$ 152 mil, mas não foi identificado em quebra de sigilo bancário.

Os procuradores ressaltam que a Movile Internet Móvel já tinha dívidas com o Grupo Gamecorp/Gol que, em dezembro de 2013, seriam superiores à R$ 1,5 milhão.

COM A PALAVRA, A MOVILE INTERNET MÓVEL "O Grupo Movile preza pela transparência em sua atuação e está cooperando com as investigações do Ministério Público Federal do Paraná, fornecendo todas as informações solicitadas. A empresa não é o alvo principal da investigação e trabalha em total colaboração com as autoridades.

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A Movile esclarece ainda que, diferentemente do citado no primeiro comunicado oficial emitido pelo MPF-PR, não pertence ao grupo Telefônica/Vivo. Somos um ecossistema brasileiro de empresas de tecnologia, com atuação global".

COM A PALAVRA, A VIVO"A Telefônica informa que a Polícia Federal está hoje em sua sede, em São Paulo, buscando informações a respeito de contratos específicos de prestação de serviços realizados. A empresa está fornecendo todas as informações solicitadas e continuará contribuindo com as autoridades. A Telefônica reitera seu compromisso com elevados padrões éticos de conduta em toda sua gestão e procedimentos."

COM A PALAVRA, O GRUPO GAMECORP/GOLA reportagem busca contato com a Assessoria de Imprensa da empresa. O espaço está aberto para manifestações.

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