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Lava Jato pede prorrogação de prisão de irmão e de braço direito de Dirceu

Polícia Federal e Procuradoria pedem que Roberto Bob Marques, apontado como o 'sombra' do ex-ministro-chefe da Casa Civil (Governo Lula), e Luiz Eduardo Oliveira e Silva, irmão de Dirceu, ambos detidos na segunda-feira, 3, continuem presos

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Por Redação
Atualização:

Bob Marques. Foto: Gabriela Bilo/Estadão

Atualizada às 18h24

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Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba, Julia Affonso e Fausto Macedo

A Polícia Federal e a Procuradoria pediram à Justiça prorrogação da ordem de prisão temporária de Roberto Bob Marques, braço-direito do ex-ministro -chefe da Casa Civil, José Dirceu (Governo Lula). Bob foi preso segunda-feira,. 3, em regime temporário na Operação Pixuleco. O prazo da custódia de Bob termina nesta sexta-feira, 7. O pedido da PF e do Ministério Público Federal é extensivo a outros três investigados, entre eles um irmão de Dirceu, Luiz Eduardo Oliveira e Silva - além de Julio Cesar dos Santos, ex-sócio de Dirceu na JD Assessoria e Consultoria, e Pablo Alejandro Kipersmit. Todos foram presos também por cinco dias.

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A decisão sobre prorrogação ou não da prisão de Bob e dos outros alvos da Pixuleco caberá ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz todas as ações penais da Lava Jato.

"Neste momento, noticia a autoridade policial ter colhido vasto material em endereço vinculado ao investigado (Luiz Eduardo), a partir do qual foi possível inferir a sua participação direta na administração da empresa (JD Assessoria e Consultoria). De grande relevo algumas anotações em folhas com menção a empreiteiras participantes do esquema de cartel e obras da Petrobrás, como UTC e Comperj, e parcelas de valores, além de contratos e notas fiscais com a Engevix, p. ex. Lembre-se que a UTC figurou como a maior pagadora em favor da JD Assessoria", afirma o Ministério Público Federal.

 Foto: Estadão

A Pixuleco prendeu também o próprio José Dirceu - mas no caso do ex-ministro a ordem é preventiva, ou seja, não tem prazo para expirar. Também é este o caso do empresário Fernando Moura, amigo de Dirceu e suposto lobista na Petrobrás.

Ao pedir a prorrogação da temporária de Bob, Luiz Eduardo, Julio Cesar e Pablo Kipersmit, a PF alegou que teve pouco tempo para examinar toda a documentação apreendida. "Cabe destacar a complexa estrutura criminosa investigada na Operação Lava Jato, que já se encontra em sua 17.ª fase. Na atual fase, foram desencadeadas medidas relacionadas a novas pessoas jurídicas e físicas, tendo culminado na apreensão de grande quantidade de suportes de armazenamento digital cuja análise no exíguo prazo de 5 dias resta-se impossível."

Os presos em caráter temporário foram ouvidos pela PF, mas não esclareceram detalhes importantes para a investigação. Bob e Luiz Eduardo negaram qualquer irregularidade ou disseram não se recordar de situações e relacionamentos do ex-ministro e da empresa dele, a JD Assessoria.

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"Dado o curto tempo disponível para a apresentação do resultado das diligências realizadas, sem ser possível no período uma adequada análise face ao quanto já existente indiciariamente, procedemos a uma verificação preliminar no material apreendido em decorrência do cumprimento das medidas judiciais. Foram elencados os principais elementos a serem considerados individualmente a cada investigado, com os principais elementos que reforçam as suspeitas da prática dos crimes que levaram à decretação das medidas judiciais ora cumpridas", assinala a PF.

Os investigadores destacam que ainda restam 'diligências importantes' a serem realizadas, como novos depoimentos de empresários que teriam trabalhado em parceria com Dirceu, além dos depoimentos de pagadores e destinatários de valores da JD Assessoria e Consultoria.

"Tal prorrogação visa possibilitar tempo hábil para ultimar a análise dos elementos já arrecadados, bem como eventuais reinquirições necessárias, visando assim eventual supressão de provas, tão recorrente em diversas ocasiões já evidenciadas no curso da Operação Lava Jato", adverte a PF.

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