Atualizado às 20h57
O promotor de Justiça José Carlos Blat, acusador do ex-presidente da Bancoop, João Vaccari Neto, afirmou taxativamente nesta quarta-feira, 4, que valores desviados da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo abasteceram 'campanhas partidárias'. Os desvios teriam ocorrido na gestão Vaccari, entre 2004 e 2008. Segundo o promotor, os repasses em período eleitoral ocorreram por meio de cheques.
Blat fez alusão à Operação Lava Jato, que desmantelou sólido aparato de propinas instalado na Petrobrás entre 2004 e 2014. Ele declarou que 'a organização criminosa da Bancoop é um embrião dos esquemas de corrupção conhecidos atualmente'.
O promotor assinala que esses esquemas são 'movidos com empresas fantasmas, lavagem de dinheiro e outras práticas para abastecer o caixa 2 de campanhas eleitorais e enriquecer os envolvidos'.
Vaccari foi interrogado na 5.ª Vara Criminal de São Paulo. Ele é réu no processo que aponta desvio de R$ 70 milhões dos cofres da Bancoop, durante sua administração. Ele foi escoltado pela Polícia Federal desde Curitiba, onde está preso como alvo da Operação Lava Jato.
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Na audiência, Vaccari negou desvios na Bancoop. Seu advogado, o criminalista Luiz Flávio Borges D'Urso, afirmou que não houve cheques da Bancoop para 'campanhas partidárias'.
"Inexiste qualquer doação da Bancoop para partidos políticos. Isso é um sonho do Ministério Público, que reconheceu os erros constantes da sua própria denúncia."