O advogado Daniel Gerber, que defende o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), criticou, em peça entregue à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal, a delação da Odebrecht. Segundo os executivos, Padilha seria o 'Primo' nas planilhas do departamento de propinas da empreiteira. Seu defensor pede a 'improcedibilidade' da denúncia.
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'QUANDO INTERESSA'"Quando interessa para a acusação, "PRIMO" seria um terceiro; mas, em um segundo momento, e ainda a depender apenas da "boa vontade interpretativa" do acusador, "PRIMO" passa a ser o Acusado".
O ex-diretor da Odebrecht, José de Carvalho Filho detalhou pagamentos realizados supostamente a pedido do ministro-chefe da Casa Civil entre 1997 e 2014, em um total de R$ 10 milhões. Carvalho apontou datas e locais de entrega de valores. Os repasses teriam sido feitos sob os codinomes 'Angorá' e 'Primo'.
Gerber ainda entende que 'tais contradições demonstram que a denúncia utiliza as contradições e inconsistências dos depoimentos para processar a todos, indistintamente, com escolha de como e onde aplicar as provas genéricas que obteve por meio de acordos de colaboração eivados de ilegalidades'.
O peemedebista é um dos denunciados pela Procuradoria-Geral da República no âmbito do inquérito do 'Quadrilhão do PMDB' na Câmara. O Chefe da Casa Civil, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, e o presidente Michel Temer entregaram suas defesas à Comissão de Constituição e Justiça.
O colegiado fará um relatório a respeito da denúncia, que deverá ser votado pelo Plenário. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) acredita ser possível votar o relatório até 23 de outubro, em Plenário.
No âmbito do 'quadrilhão' do PMDB a Procuradoria denuncia além de Michel Temer, seu ex-ministro Geddel Vieira Lima, seu ex-assessor especial Rodrigo Rocha Loures, seus ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Alves.
Segundo a denúncia, eles praticaram ações ilícitas em troca de propina por meio de diversos órgãos públicos, como Petrobrás, Furnas, Caixa Econômica, Ministério da Integração Nacional e Câmara dos Deputados. Janot atribuiu ao presidente a liderança da organização criminosa desde maio de 2016.
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