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Toffoli rejeita pedido de advogado preso na Itália para se livrar de ação na Lava Jato

Ministro do Supremo Tribunal Federal afirma que recurso de Leonardo José Muniz de Almeida deve ser apresentado na primeira instância

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Foto do author Rayssa Motta
Atualização:

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou um pedido do advogado luso-brasileiro Leonardo José Muniz de Almeida para se livrar da ação em que é réu por lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato.

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O advogado pediu a extensão da decisão que beneficiou o empresário Raul Schmidt Felippe Júnior. Segundo a força-tarefa, os dois foram comparsas no repasse de propinas de empresas a funcionários do alto escalão da Petrobras e a políticos do antigo PMDB em troca do direcionamento de contratos.

A defesa argumentou que os dois são réus na mesma ação e que, por isso, seria uma quebra de isonomia anular o processo apenas em relação a um deles. Muniz de Almeida nega envolvimento em operações de lavagem.

Em sua decisão, Toffoli afirmou que o advogado levantou questões que “não coincidem com as examinadas na decisão apontada como paradigma”. Por isso, nem chegou a analisar o mérito dos argumentos. O ministro informou que o pedido deve ser apresentado na primeira instância.

“A pretensão deduzida pelo Requerente exige o exame de questões diversas das escrutinadas por esta Suprema Corte na decisão apontada como paradigma, não havendo a aderência necessária ao deferimento do pedido, que poderá ser endereçado ao juízo competente”, diz a decisão.

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Leonardo José Muniz de Almeida, advogado preso na Lava Jato; ele nega irregularidades e diz que foi usado para atingir empresário.  Foto: Reprodução

O pedido teve como base diálogos hackeados de membros da Lava Jato, obtidos na Operação Spoofing, que prendeu o grupo responsável pelo ataque cibernético. Segundo Muniz de Almeida, as conversas indicam que a força-tarefa usou “canais extraoficiais”, inclusive mensagens no Telegram, para buscar provas contra ele junto a autoridades de Portugal.

O advogado chegou a ser preso preventivamente em uma viagem de férias com a família na Itália, em 2022, após ter sido incluído na lista de foragidos da Interpol.

Decisões de Toffoli beneficiaram diferentes réus da Lava Jato. Já foram favorecidos o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os empresários Marcelo Odebrecht, Raul Schmidt Felippe Júnior e Léo Pinheiro, réus confessos, e o ex-governador paranaense Beto Richa (PSDB).

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