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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia, com Eduardo Gayer e Augusto Tenório

Lula é alertado de que PP na Caixa pode afetar ‘joia’ do ministério de Jader; entenda

Pasta do MDB seria negativamente impactada com ‘porteira fechada’ no banco público, afirmam auxiliares do presidente

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Por Eduardo Gayer
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o seguinte alerta de auxiliares: a possibilidade de o PP levar a Caixa Econômica Federal de “porteira fechada” pode impactar os trabalhos do Ministério das Cidades, controlado pelo maior partido do País, o MDB. A pasta está nas mãos de Jader Filho (MDB), irmão do governador do Pará, Helder Barbalho, e filho do senador Jader Barbalho (MDB-PA).

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A preocupação se dá em torno da eventual troca de guarda na vice-presidência de Habitação da Caixa, responsável pelo Minha Casa, Minha Vida. O temor relatado a Lula é o PP indicar ao posto alguém que não tenha afinidade com Jader e possa corroer a atuação do Ministério das Cidades no programa que é seu carro-chefe. As demais obras sob o guarda-chuva da pasta estão inscritas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). E o PAC é gerido pela Casa Civil de Rui Costa (PT).

Hoje, a vice-presidência de Habitação da Caixa está nas mãos de Inês Magalhães, indicação do PT que com excelente relação com o ministro das Cidades.

O ministro das Cidades, Jader Filho. Ele é irmão do governador do Pará, Helder Barbalho, e filho do senador Jader Barbalho (MDB-PA).  Foto: Reprodução Twitter/Jader Filho

Ceder ou não a vice-presidência de Habitação ao PP é justamente o que trava a entrega definitiva da Caixa ao Centrão, negociada no âmbito da reforma ministerial. A substituição da presidente do banco público, Rita Serrano, por sua vez, já está acertada. O PT tenta manter Inês Magalhães, mas o PP quer todas as 12 vice-presidências – justamente de olho nos dividendos político-eleitorais do Minha Casa, Minha Vida.

A potencial ameaça ao poder de fogo de Jader Filho, ao menos na visão de alguns auxiliares de Lula, no entanto, é prontamente descartada pelo líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões (AL). Ele afirma que a Caixa “tem quadros reconhecidos” e regramento rígido. Também diz que o partido não sente “nenhum incômodo” com a possibilidade de o PP controlar a Caixa.

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“Eu não trato de espaços que o presidente Lula acertou. A reforma ministerial é fruto da relação entre o governo e os partidos. O entendimento do MDB com o Palácio do Planalto está perfeito”, afirmou Bulhões à Coluna.

O líder, por outro lado, Inês Magalhães. “É um grande quadro do Brasil. E foi escolha de Lula, não nossa”, declarou o emedebista, em uma sinalização de que é o PT que precisa negociar com o PP a manutenção da vice-presidente de Habitação no posto.

O MDB controla três ministérios do governo Lula: Cidades, com Jader Filho; Transportes, com Renan Filho; e Planejamento, com Simone Tebet.

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