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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia, com Eduardo Gayer e Augusto Tenório

Lula pede à Petrobras para ‘fazer contas’ antes de decidir sobre distribuição de dividendos

Técnicos da empresa já começaram a reunir os dados, e uma reunião de integrantes do Conselho da Petrobras está prevista para esta sexta-feira, 5

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Por Eduardo Gayer

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou auxiliares a pedirem à Petrobras cálculos exatos sobre o quanto a estatal pode distribuir de dividendos ainda em abril, mas sem comprometer a execução do seu plano de investimentos. Só com esses números em mãos, afirmam interlocutores, Lula vai chancelar ou não a distribuição de dividendos extraordinários, que está retida. Técnicos da empresa já começaram a reunir os dados, e uma reunião de integrantes do Conselho da Petrobras está prevista para esta sexta-feira, 5.

O Planalto controla a mãos de ferro os votos de seus representantes no Conselho da Petrobras, e, desta vez, pode orientá-los a votar pela remuneração extra aos acionistas na reunião do grupo prevista para 19 de abril. Da última vez, o governo pediu a retenção dos dividendos para tentar melhorar a capacidade de financiamento da Petrobras, garantindo a execução do plano de investimentos. A decisão frustrou o mercado financeiro, e as ações da empresa caíram.

O presidente Lula e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.  Foto: Pedro Kirilos/ESTADAO CONTEUDO

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O vento mudou após uma reunião entre os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), ocorrida nesta quinta-feira no Palácio do Planalto. De acordo com relatos, o chefe da equipe econômica argumentou pela distribuição extraordinária dos dividendos, até porque a União, enquanto acionista majoritária da estatal, precisa do dinheiro para o governo entregar a meta de déficit fiscal zero.

A argumentação de Haddad, que será levada a Lula para a decisão final, é que a Petrobras está com seu plano de investimento todo atrasado e, assim, não precisará de uma capacidade de financiamento tão elevada neste ano. Isso abriria espaço para a distribuição de dividendos extraordinários, o que também é uma demanda do mercado.

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