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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia, com Eduardo Gayer e Augusto Tenório

Oposição quer derrubar veto de Lula à emenda de Eduardo Bolsonaro ao Orçamento

Deputado e aliados querem inserir na lei um dispositivo para proibir despesas do governo com ‘ações tendentes a desconstruir, diminuir ou extinguir o conceito de família tradicional’ e outros temas

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Por Eduardo Gayer

Apesar do recesso parlamentar, a oposição deu início às tratativas para, mais uma vez, tentar inserir na lei que rege o Orçamento da União um dispositivo para proibir despesas do governo com “invasão de propriedades rurais privadas”, “cirurgias em crianças e adolescentes para mudança de sexo” e outros temas da pauta de costumes.

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Essa proibição foi aprovada pelo Congresso em dezembro do ano passado, como uma emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de autoria do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), mas foi vetada nesta segunda-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A oposição, agora, quer derrubar o veto.

“Já estamos nos falando. Precisamos trabalhar para derrubar esse veto, é absurdo vetar uma coisa tão óbvia”, disse à Coluna a deputada federal Bia Kicis (PL-DF).

A deputada federal Bia Kicis (PL-DF), que tentará derrubar o veto de Lula na LDO. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Na justificativa de veto, o governo defendeu que o dispositivo aprovado na LDO traria insegurança jurídica. “O texto da emenda também gera forte insegurança jurídica, frente à proposta que trazia, de forma vaga, a vedação a despesas que ‘direta ou indiretamente, promovam, incentivem ou financiem’ várias condutas”, explicou o Palácio do Planalto.

Para Bia Kicis, a argumentação não faz sentido. “É ao contrário,. Se você coloca [na lei] que não pode gastar com isso, todo mundo fica seguro”, afirmou.

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A emenda de Eduardo Bolsonaro à LDO, vetada por Lula, proibia eventuais despesas da União com:

  • invasão ou ocupação de propriedades rurais privadas;
  • realização de abortos não permitidos em lei; cirurgias para troca de sexo de crianças e adolescentes;
  • ações que possam influenciar “crianças e adolescentes, da creche ao ensino médio, a terem opções sexuais diferentes do sexo biológico”;
  • e ações tendentes a desconstruir, diminuir ou extinguir o conceito de família tradicional, formado por pai, mãe e filhos

Como mostrou a Coluna, Lula impôs um novo freio ao avanço do Congresso sobre o Orçamento, ao vetar nesta segunda-feira (02), primeiro dia útil do ano, o calendário de execução de emendas parlamentares. Deputados e senadores da oposição também tentarão derrubar esse veto.

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