Os líderes partidários na Câmara decidiram na noite desta terça-feira transferir para amanhã a pauta de votações que estava prevista para hoje, no plenário da casa. A decisão foi tomada pelo presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), ao constatar que havia unanimidade entre os partidos para esse procedimento. O líder do governo na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP), disse que o objetivo do adiamento foi o de evitar um conflito entre os partidos da base governista, já que o PFL havia decidido não participar de nenhuma votação nesta semana. Segundo Madeira, é possível que, nesse prazo de 24 horas, "baixe a poeira e seja possível algum entendimento para as votações". A conclusão da redação final da proposta de emenda constitucional (PEC) que prorroga a CPMF, prevista para hoje, poderá ser feita até mesmo na mesma sessão em que a matéria será votada em segundo turno no plenário, segundo a assessoria de Madeira. Assessores disseram que, se não houver emenda ao texto final, não precisa sequer haver votação da matéria, pois a ratificação do texto aprovado em primeiro turno já implicará a aprovação em segundo turno. O deputado Walter Pinheiro (PT-BA) criticou a atitude do PFL de obstruir as votações em função do episódio envolvendo a candidata do PFL à presidência, Roseana Sarney. Pinheiro lembrou que o PMDB teve Jader preso pela Polícia Federal e as votações prosseguiram normalmente no Congresso. Ele criticou ainda a exigência do partido para que o governo do Maranhão fosse avisado da decisão da Polícia Federal de fazer apreensão de documentos na empresa Lunus, da governadora do Maranhão. "Quando é para atuar com partidos da oposição, age naturalmente, mas na hora de atuar com partidos da base aliada tem que avisar?", questionou Pinheiro.