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Delcídio só não pode conversar com três investigados da Lava Jato

Ministro do Supremo Teori Zavascki esclareceu dúvidas da defesa do senador sobre as restrições impostas na decisão que revogou a prisão provisória do ex-líder do governo

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Por Vera Rosa
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki esclareceu nesta terça-feira, 23, as dúvidas da defesa do senador Delcídio Amaral (PT-MS) sobre as restrições impostas na decisão que revogou a prisão provisória do ex-líder do governo, na sexta-feira. Em audiência com Teori, advogados de Delcídio foram informados de que a proibição para o senador conversar com investigados da Operação Lava Jato somente se refere a contatos com seu assessor Diogo Ferreira, o ex-banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, e o advogado Edson Ribeiro.

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Diogo também foi solto na sexta-feira e, diante dessa decisão, não poderá mais trabalhar no gabinete de Delcídio. O assessor e o advogado participaram da conversa gravada por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró, que motivou a prisão em flagrante do senador.

No diálogo, Delcídio ofereceu uma mesada de R$ 50 mil mensais para a família de Cerveró, em troca do silêncio do ex-diretor da Petrobrás. Suspeito de planejar com Delcídio a fuga de Cerveró,André Esteves também foi preso em novembro, no Rio. O ex-banqueiro, porém, foi solto em dezembro.

De acordo com a decisão de Teori, relator da Lava Jato, o senador não poderá se encontrar nem fazer contato por telefone ou e-mail com Diogo, Esteves ou Ribeiro.

Teori também esclareceu a dúvida dos advogados relativa ao recolhimento noturno de Delcídio. Alvo de uma representação da Rede e do PPS que pede a cassação do seu mandato por quebra do decoro parlamentar no Conselho de Ética, o petista ainda não foi julgado e poderá exercer suas atividades. O ex-líder do governo Dilma será obrigado a dormir em casa todos os dias, mas, se as sessões de votação forem até tarde da noite, poderá acompanhá-las até o fim.

De 15 em 15 dias, porém, ele terá de comparecer à 12.ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, para “informar e justificar atividades”. Além de Delcídio, há outros 13 investigados pela Lava Jato no Senado.

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