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Ministros de Lula divulgaram nota contrária à classificação do Hamas como grupo terrorista em 2021

Documento, assinado pelos então deputados petistas, afirma que classificar o grupo como ‘organização terrorista’ consiste em uma ‘extensão da política colonial britânica’

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Foto do author Natália Santos
Por Natália Santos
Atualização:

Dez deputados petistas divulgaram uma nota, em 2021, se posicionando de forma contrária à classificação do Hamas como “grupo terrorista”. Dentre os signatários, estavam atuais membros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta; e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

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O comunicado foi divulgado após o governo britânico atribuir ao Movimento de Resistência Islâmico-Hamas a designação de “organização terrorista”. Além do Reino Unidos, outros países como Estados Unidos e União Europeia classificam o Hamas como grupo terrorista.

“Os parlamentares, entidades e lideranças brasileiras que subscrevem este documento, expressam o seu profundo descontentamento à declaração da secretária do Interior da Inglaterra, Priti Patel, que atribuiu ao Movimento de Resistência Islâmico – Hamas, a designação de ‘organização terrorista’, alegando falsamente que o Movimento palestino seria ‘fundamentalmente e radicalmente antissemita’”, afirma o documento divulgado pelo GloboNews.

Os outros signatários são os deputados Zeca Dirceu (PT-PR), Érika Kokay (PT-DF), Professora Rosa Neide (PT-MT), Enio Verri (PT-PR), Helder Salomão (PT-ES), Nilto Tatto (PT-SP), Padre João (PT-MG) e Paulão (PT-AL).

Leia a íntegra

“Resistência não é terrorismo!

Todo apoio ao povo palestino na luta por legítimos direitos. Os parlamentares, entidades e lideranças brasileiras que subscrevem este documento, expressam o seu profundo descontentamento à declaração da secretária do Interior da Inglaterra, Priti Patel, que atribuiu ao Movimento de Resistência Islâmico – Hamas, a designação de “organização terrorista”, alegando falsamente que o Movimento palestino seria “fundamentalmente e radicalmente antissemita”. Este posicionamento representa uma extensão da política colonial britânica, em desacordo com a posição da maioria do povo da Inglaterra, que se opõe à ocupação israelense e aos seus crimes. Seu objetivo é claro: atingir a legítima resistência palestina contra a ocupação e o apartheid israelense, numa clara posição tendenciosa em favor de Israel e tornando-se cúmplice das constantes agressões aos palestinos e aos seus direitos legítimos. O direito à resistência assegurados pelo Direito Internacional e Humanitário, pela Carta das Nações Unidas e por diversas Resoluções da ONU, entre elas as de nº 2.649/1970, 2.787/1971 e 3103/1974, reiterando o direito de todos os povos sob dominação colonial e opressão estrangeira de resistir ao ocupante usurpador e se defender. A resistência é um legítimo direito dos palestinos contra a ocupação e as reiteradas violações dos direitos humanos, bem como os crimes de guerra. Direito que os palestinos não abrem mão e para o qual, contam com o nosso apoio e solidariedade à sua causa de libertação e pelo seu Estado nacional palestino.

Brasil, 23 de novembro de 2021.”

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‘Fase aguda da pandemia’

Nas redes sociais, o ministro Padilha afirmou que assinou o documento porque o mundo vivia uma “fase aguda da pandemia”, o que era ainda mais letal para populações que viviam em áreas de conflito no Oriente Médio.

“Assinei esse documento, naquele contexto, porque aumentar o tensionamento com organizações da região tornaria ainda mais difícil garantir ações de cuidado pelos governos locais ou obter ajuda internacional para àquelas localidades, de modo a assegurar cuidados de saúde e água a milhões de inocentes que ali vivem”, disse. O ministro ainda repudiou os atos terroristas que têm ocorrido esta semana.

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