Dilma tem sido 'mais política' que Lula e FHC, diz líder

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Por DAIENE CARDOSO E EDUARDO BRESCIANI

Em seus últimos dias como líder do PT na Câmara dos Deputados, José Guimarães (CE) fez elogios à mudança de postura do Palácio do Planalto nos últimos meses do ano com a base aliada no Congresso. Para ele, a presidente Dilma Rousseff conseguiu ser "mais política" que seus antecessores Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso. "Ela foi mais política do que todos os ex-presidentes juntos nesse segundo semestre. Nem o FHC, muito menos o Lula, que tinha uma relação privilegiada com o Congresso", resumiu. "Ela deu o tom refinado na relação com o Congresso, não só por conta das emendas que se aprovou no Orçamento. Tem o aspecto político, que é muito relevante", emendou.Para Guimarães, num ano em que o governo viveu uma relação tensionada com os aliados no Parlamento, o Executivo conseguiu "mudar a cabeça central", com a presidente Dilma assumindo a liderança da coordenação política e chamando os líderes partidários para reuniões periódicas. O líder ressaltou que a presidente atendeu ao pedido do Parlamento em reduzir o envio de Medidas Provisórias (MPs) e ainda aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) sem vetar o Orçamento Impositivo. "Nenhum governo aceitou o que ela aceitou", avaliou.Em um encontro com os jornalistas para fazer um balanço do ano, o petista também elogiou o gesto de Dilma em levar para o funeral do ex-líder sul-africano, Nelson Mandela, os quatro ex-presidentes da República do período da redemocratização. "O gesto dela foi grandioso", comentou. Outro destaque foi o estreitamento da relação com os demais poderes, simbolizado na festa de confraternização de fim de ano com líderes do Judiciário e do Legislativo. "Acho que é uma atitude republicana", afirmou. Chinaglia Na mesma linha, o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que também reuniu jornalistas para fazer um balanço do ano, afirmou que a participação direta da presidente Dilma Rousseff nas negociações no Congresso mudou a articulação política e contribuiu para reduzir as tensões na base aliada. Para Chinaglia, o formato de reuniões periódicas e com temas específicos permitiu a evolução em debates de mérito e o fechamento de acordos."Quando a presidente vem para a mesa de negociação, ouve, fala, ali acaba prevalecendo as ideias", disse Chinaglia. "Isso foi consequência da percepção dela e da disposição de entrar em campo", complementou.Ele citou como exemplo a negociação sobre a destinação de royalties do petróleo. O governo queria destinar 100% para a saúde e aplicar apenas o rendimento do fundo social, mas alterou a proposta após o debate feito por Dilma com líderes.

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