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No Jornal Nacional, Lula vai focar em economia para conter Bolsonaro e diminuir rejeição

Ex-presidente será entrevistado nesta quinta-feira; programa já conversou com Bolsonaro e o candidato Ciro Gomes

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Por Eduardo Gayer
Atualização:

De olho na capilaridade da TV aberta no País, o candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, passou por bateria de treinamentos com auxiliares de campanha para sua participação, nesta noite, em entrevista ao Jornal Nacional, na Rede Globo. Ao longo dos 40 minutos de sabatina, que promete ser dura e trazer à tona os escândalos de corrupção da era petista, Lula pretende focar na economia e nas conquistas sociais de seu governo.

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A estratégia mira conter o crescimento do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, nas pesquisas de intenção de voto e diminuir a própria rejeição - o maior empecilho, na avaliação da campanha, para eventual vitória em primeiro turno.

O treinamento mais intenso de Lula para o JN ocorreu na última terça-feira em sala reservada do QG petista instalado na zona oeste de São Paulo. O coordenador de comunicação da campanha, Edinho Silva, prefeito de Araraquara (SP) e ex-ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, foi à capital paulista especialmente para as reuniões de preparação.

Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República, será entrevistado nesta noite no Jornal Nacional  Foto: Douglas Magno

Afastado da coordenação da campanha, o jornalista e ex-ministro Franklin Martins passou o dia com o candidato. Levou no bolso do colete uma lista de potenciais perguntas dos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos, que comandarão a entrevista. Homem da confiança pessoal de Lula, Franklin trabalhou no Jornal Nacional logo antes de deixar a Globo e integrar o governo do PT, em 2006.

Temas

A expectativa é que os entrevistadores questionem Lula sobre mensalão e petrolão. Alvo da Operação Lava Jato, o ex-presidente ficou 580 dias preso em Curitiba e só recuperou os direitos políticos após o Supremo Tribunal Federal (STF) anular as condenações por erros processuais. Para a campanha petista, Lula não será prejudicado pelas perguntas porque a eleição deste ano não teria a pauta da corrupção como central, papel assumido pela questão econômica, considerada um ponto forte do candidato.

O petista está com números da economia na ponta da língua, de superávit primário a desemprego, de inflação a taxa de juros. Sempre que possível, tentará criticar a gestão da economia por Bolsonaro, destacará o crescimento da fome e da inflação, buscará e rememorar o período em que esteve à frente do Palácio do Planalto, marcado por conquistas das classes sociais menos abastadas.

Lula está no Rio de Janeiro desde quarta-feira e fechou a agenda nas 48 horas anteriores à entrevista para se preparar e descansar a voz, que tem ficado rouca com mais frequência. Ele irá à sede da Rede Globo acompanhado pelo seu candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), como forma de provar a firmeza da aliança entre os antigos adversários políticos. A mulher Janja e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, integram a “comitiva”, além de assessores de imprensa e o fotógrafo pessoal Ricardo Stuckert.

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