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Caravana de Padilha tem homenagem às pressas

Pré-candidato do PT, ex-ministro da Saúde recebe título de Cidadão de Igarapava, aprovado a toque de caixa; temor é que viagens configurem campanha antecipada

Por Ricardo Galhardo
Atualização:

Impedido por lei de fazer campanha, o ex-ministro da Saúde e pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, começa hoje uma série de caravanas pelo Estado para se manter em evidência até julho, quando começa formalmente a disputa eleitoral. O temor de que as caravanas configurem campanha antecipada, no entanto, tem desafiado a criatividade da equipe de Padilha e das autoridades das cidades por onde ele vai passar.Na segunda-feira, a Câmara Municipal de Igarapava aprovou a toque de caixa o decreto legislativo que concede ao ex-ministro o título de Cidadão Igarapavense. A entrega da honraria, às 9 horas de hoje, será a primeira atividade da pré-campanha de Padilha depois de atravessar a ponte que divide São Paulo de Minas Gerais, na qual antepassados seus combateram pelos paulistas na Revolução de 1932.O decreto, aprovado por unanimidade, é vago ao justificar a homenagem "pelos relevantes serviços prestados" e "pela atuação exemplar na vida pública". "Como ministro, ele prestou relevantes serviços a Igarapava", explicou o presidente da Câmara, argumentando que na gestão dele foram construídas "duas ou três Unidades Básicas de Saúde e um Centro de Especialidades Odontológicas".Três dias. Até ontem, a equipe de Padilha tinha em mãos apenas a programação dos três primeiros dias da caravana, que visitará 13 cidades em uma semana. Hoje à noite, ele estará em Ribeirão Preto, onde se encontrará com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em jantar oferecido pelo empresário do agronegócio Maurilio Biagi - cotado para ser seu vice - em um luxuoso hotel da cidade.Amanhã, Lula e Padilha estarão com militantes do PT. Em Campinas, ponto final da caravana, Padilha será recebido na Faculdade de Medicina da Unicamp, onde se formou.As viagens serão feitas a bordo de um moderno ônibus que tem facilidades como mesa de reuniões e acesso sem fio à internet. Para evitar problemas, o ônibus não terá o vermelho nem as estrelas do PT. O segredo sobre o veículo é guardado a sete chaves. Segundo uma fonte, a pintura foi inspirada na bandeira de São Paulo. Fabricado no Rio Grande do Sul, o ônibus custou R$ 600 mil em 24 parcelas ao PT paulista, que deve desembolsar outros R$ 150 mil mensais com despesas de locomoção, hospedagem e alimentação.

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