O senador eleito pelo Rio de Janeiro Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidenciável Jair Bolsonaro, disse nesta quinta-feira, 19, que sua conta no WhatsApp foi reativada depois de ter sido bloqueada. Ele teve a conta no aplicativo suspensa em 11 de outubro e liberada no dia 14 de outubro, cinco dias antes de ele revelar, em sua conta no Twitter que teve o acesso ao aplicativo suspenso. Desde que a conta foi reativada, o senador eleito tem tido acesso a ela, segundo o Estado apurou junto à empresa.
Flávio chegou a cobrar explicações da empresa por meio de sua conta no Twitter no início da tarde e atribuiu a suspensão a uma "perseguição sem limites". No primeiro tuíte sobre o caso, ele disse que a suspensão ocorrera "do nada". No printscreen usado por Flávio Bolsonaro para revelar a suspensão no aplicativo, o horário da tela do celular um horário diferente do da publicação do post no Twitter.
"A perseguição não tem limites! Meu WhatsApp, com milhares de grupos, foi banido DO NADA, sem nenhuma explicação! Exijo uma resposta oficial da plataforma", escreveu.
Horas depois, num segundo tuíte, ele reconheceu que a suspensão tinha acontecido há alguns dias e o serviço tinha sido restabelecido, sem esclarecer as datas nas quais isso ocorreu. Segundo a empresa, o bloqueio ocorreu por comportamento de spam. "Outra conta "pública" que foi banida por spam durante o período eleitoral foi o 'Dilmazap', da campanha da ex-presidente, informou a empresa.
"Meu telefone, cujo WhatsApp foi bloqueado, é pessoal e nada tem a ver com uso por empresas. O próprio WhatsApp informou que o bloqueio foi há dias, antes da Fake News da Foice de SP. Agora já foi desbloqueado, mas ainda sem explicação clara sobre o porquê da censura", disse.
A suspensão veio a público um dia depois de o jornal Folha de S. Paulo revelar que empresas favoráveis a candidatura de Bolsonaro pagaram R$ 12 milhões para disparar mensagens contra o PT no aplicativo. Nesta quinta, o WhatsApp anunciou o bloqueio de centenas de milhares de contas que poderiam estar sendo usadas para espalhar spam ou desinformação. O número de Flávio Bolsonaro, ressalta a empresa, não está entre elas.
Ainda sobre a denúncia, o aplicativo disse que está "tomando medidas legais" e afirmou que já baniu "proativamente" diversas contas desse tipo de empresas de mensagens em massa. "Também estamos tomando medidas legais imediatas para impedir empresas de enviar mensagens em massa via WhatsApp, e já banimos contas associadas a essas empresas", acrescentou o WhatsApp em nota.
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