PUBLICIDADE

Kassab admite incorporar propostas de adversários

PUBLICIDADE

Por Anne Warth
Atualização:

De olho na possibilidade de conseguir o apoio e os eleitores do PSDB, de Geraldo Alckmin, e do PPS, de Soninha Francine, o prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Gilberto Kassab (DEM), disse hoje que seu plano de governo deverá incluir propostas dos adversários que não foram para o segundo turno e podem se aliar ao DEM nessa etapa das eleições. Kassab não citou nominalmente nenhum dos dois candidatos, mas PSDB e PPS fazem parte da base aliada que sustenta sua gestão na Prefeitura. Além disso, nem Alckmin nem Soninha foram severamente criticados por Kassab no primeiro turno. O prefeito foi alvejado por Alckmin quase sem rebater e dar atenção às acusações. Kassab sustentou que sua campanha a partir de agora seguirá na mesma linha, sem agressões e com foco na apresentação de propostas para o eleitor. "No segundo turno, vamos procurar ampliar essa aliança e incorporar ao nosso plano de governo políticas públicas de outros candidatos que não foram para o segundo turno, debater com mais profundidade os nossos programas e projetos na cidade com a nossa adversária, que foi prefeita, e a população vai perceber que a cidade de São Paulo melhorou muito nos últimos anos", afirmou, após vistoriar o Centro de Educação Infantil (CEI) Parque Novo Mundo, na zona norte da capital paulista, e visitar uma padaria na mesma região. Kassab considerou natural que tenha ultrapassado a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) nas eleições de ontem. Para ele, a avaliação que o eleitor faz de seu governo foi colada à sua candidatura. Cerca de 50% da população avalia a gestão de Kassab como ótima ou boa, segundo as últimas pesquisas. "Nada mais natural que esse eleitor depositar seu voto nessa candidatura. E isso aconteceu." O prefeito voltou a dizer que deu continuidade à gestão iniciada pelo governador José Serra (PSDB) quando assumiu a Prefeitura de São Paulo. "O eleitor está colando nossa imagem a um bom gestor, a uma pessoa séria, a uma pessoa que durante os últimos dois anos e meio deu seqüência ao excepcional trabalho iniciado pelo nosso querido governador José Serra e apresentou para a cidade de São Paulo avanços extraordinários na saúde, ensino, combate à poluição." Apoio Kassab afirmou que ainda não houve entendimento entre o DEM e partidos que integram a base aliada de seu governo, como o PSDB e o PPS, mas tudo indica que haverá conversas entre as lideranças dessas legendas. No caso do DEM, elas serão coordenadas pelo secretário estadual de Trabalho, Guilherme Afif Domingos. Na reunião que deve ocorrer nesta tarde, em São Paulo, com a participação de lideranças nacionais do DEM, Kassab sustenta que serão discutidos temas nacionais, não os apoios para sua campanha no segundo turno. "No DEM hoje o que existe apenas é uma reunião rotineira de suas lideranças nacionais para tratar de assuntos nacionais. Não São Paulo", garantiu. "Nas reuniões com os partidos que nos procurarem, seremos representados por Guilherme Afif Domingos, e temos uma expectativa muito positiva em relação a isso. O Afif irá procurar esses partidos para iniciar os entendimentos", explicou. Kassab ressaltou que nenhum partido entrou em contato com o DEM, até o momento, na intenção de fechar uma aliança para o segundo turno. Kassab disse que o candidato tucano, Geraldo Alckmin, também não telefonou para o parabenizar.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.