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Ministério Público contesta candidatura de Beto Richa ao Senado

MP ajuiza ações contra 48 candidatos, entre eles o ex-ministro da Saúde, Ricardo Barros, que tenta a reeleição na Câmara

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Por Katna Baran
Atualização:

O Ministério Público Eleitoral do Paraná (MPE-PR) ajuizou nesta quarta-feira, 22, a impugnação da candidatura de Beto Richa (PSDB) ao Senado. Para o MPE-PR, o tucano encontra-se inelegível, porque foi condenado em segunda instância, no início do mês, por uso indevido de verba pública em uma “parada técnica” em Paris, na França, durante viagem oficial que fez com a esposa, Fernanda Richa, em 2015, quando era o governador do Estado.

O ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB) Foto: ED FERREIRA/ESTADAO

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Nas alegações, o Ministério Público argumenta que a causa de inelegibilidade se justifica porque a condenação confirma ato doloso de improbidade administrativa, causando lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito - requisitos previstos na Lei da Ficha Limpa.

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Além do ex-governador, foram ajuizadas ações contra outros 47 candidatos cadastrados na Justiça Eleitoral, entre eles o marido da atual governadora e candidata à reeleição, Cida Borghetti (PP). O deputado federal Ricardo Barros (PP), ex-ministro da Saúde que pretende a reeleição ao cargo, também teve a candidatura contestada. 

O MPE, no entanto, argumenta que Barros está inelegível até janeiro de 2024, por causa de uma condenação por doação acima do limite legal por uma empresa a campanha eleitoral da filha dele, Maria Victoria (PP), à prefeitura de Curitiba, em 2016. “Deste modo, os dirigentes da pessoa jurídica (entre eles Ricardo Barros) incidiram na causa de inelegibilidade”, alega a instituição.

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A maior parte dos outros pedidos decorrem de condenações por atos de improbidade administrativa, crimes contra o patrimônio público e privado, contas reprovadas no exercício de outros mandatos públicos, mandatos cassados, doações eleitorais acima do limite legal, e falta de comprovação de filiação partidária à sigla pela qual pretendem concorrer nas eleições de 2018.

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Mulheres. Quatro chapas aos cargos proporcionais no Paraná também foram impugnadas pelo MPE do Paraná por terem apresentado porcentual de mulheres candidatas inferior ao mínimo previsto pela legislação, de 30%. As coligações proporcionais apoiam para o governo os candidatos Ratinho Junior (PSD), Jorge Bernardi (REDE) e Dr. Rosinha (PT).

Em nota, Richa alegou que "não sofreu qualquer condenação por suspensão de direitos políticos, quiçá, por improbidade, como sugere a ação proposta". A condenação apontada pelo MP, segundo o candidato, se refere apenas ao ressarcimento ao Estado da verba usada indevidamente e, assim, ele se encontra apto a concorrer o pleito.

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O deputado Ricardo Barros afirmou, por meio de nota, que "não se encontra inelegível". Alegou que o processo mencionado envolve doação de pessoa jurídica da qual Ricardo Barros era apenas quotista, e não dirigente. Além disso, apontou que a inelegibilidade por excesso de doação somente se aplica a casos mais graves e, no caso, trata-se de doação de pequeno valor, sobre a qual se aplica "o princípio da insignificância".

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