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Revisão da Moody's reflete realidade da economia brasileira, diz Rands

Economista, e um dos responsáveis pelo programa de governo de Marina, afirma que desconfiança é fator primordial para sinalização de agência de rebaixar nota de crédito do País

Por Daiene Cardoso
Atualização:

O economista Alexandre Rands, um dos responsáveis pelo programa de governo da candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, considerou que a revisão da perspectiva do rating Baa2 do País de estável para negativa não pode ser considerada um "exagero" ou uma "radicalização" da agência de classificação de risco Moody´s. "A Moody´s fez algo compreensível e correto", disse Rands ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado.

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Para o apoiador da campanha do PSB, a desconfiança é um fator primordial para a decisão da agência. Mais cedo, a Moody's explicou que os principais determinantes para a revisão da perspectiva do rating foram a redução sustentada no crescimento econômico, que mostra pouco sinal de retorno ao potencial no curto prazo; a deterioração acentuada no sentimento do investidor, o que tem afetado negativamente a formação bruta de capital fixo; e os desafios fiscais que estes obstáculos econômicos impõem, impedindo a reversão da tendência de elevação nos indicadores da dívida do governo. "(A revisão) reflete a realidade da economia brasileira. E com o governo Dilma, a situação vai deteriorar mais", previu.

Rands criticou o crescimento baixo, o desequilíbrio nas contas públicas e na balança de pagamentos, além da falta de transparência nas contas do governo. "O Brasil precisa de transparência, consistência de longo prazo e adequação da política econômica", concluiu. Em comunicado divulgado nesta manhã, a Moody´s disse que a ação de rating "reflete o risco crescente de que o contínuo baixo crescimento e a piora dos indicadores de dívida sinalizem uma redução na qualidade de crédito do Brasil".

Sinalização. Nesta terça, a agência de classificação de risco Moody's revisou a perspectiva do rating Baa2 do Brasil de "estável" para "negativa". De acordo com a agência, a mudança se aplica a todas as classes de ratings (nota que avalia o risco de investir nos títulos da dívida) do governo brasileiro. Isso significa que, em uma próxima análise, a classificação do Brasil pode ser rebaixada.

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