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Entenda o que Joesley disse sobre ‘mesada’ de R$ 200 mil para Marta que Suplicy quer ‘esclarecer’

Na época, ex-senadora que deve compor chapa com Guilherme Boulos na eleição em SP classificou as declarações do empresário como ‘absurdas’ ; nesta segunda-feira, 5, após Eduardo Suplicy resgatar o caso, ela decidiu não comentar

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Por Heitor Mazzoco

O empresário Joesley Batista, da JBS, firmou acordo de delação premiada no âmbito da operação Lava Jato, em 2017, e fez diversas acusações contra políticos sobre, por exemplo, utilização de caixa 2 para campanhas eleitorais.

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Em um dos depoimentos, Batista afirmou ter feito pagamento de “mesada” para a então senadora Marta Suplicy (PT, à época no MDB). Naquele momento, Marta negou recebimento de valores e classificou as declarações de Batista como “absurdas”.

O assunto voltou aos holofotes depois de o deputado estadual Eduardo Suplicy (PT), ex-marido de Marta, ir nesta segunda-feira, 5, à sede da JBS, em São Paulo, para esclarecer a delação de Batista sobre os supostos pagamentos. Batista, no entanto, não recebeu o petista, que conversou com um dos advogados do empresário. Procurada pelo Estadão nesta segunda-feira, 5, a ex-prefeita informou por meio de sua assessoria que não vai comentar o caso.

Joesley Batista, ao centro, durante depoimento no âmbito da Lava Jato | Foto: Reprodução via Youtube Foto: Reprodução

Joesley Batista falou por seis minutos sobre supostos repasses para Marta. “A Marta conheço bem. Nunca teve ato de ofício com ela. Nunca pedi nada para ela, ela nunca pediu nada para mim. Ela foi me apresentada pelo (ex-ministro da Fazenda, Antonio) Palocci na campanha de 2010. Um dia ele me disse: ‘Joesley, a Marta é candidata ao Senado e ficou sabendo que eu te conheço e pediu se eu não podia apresentá-lo’. Ele me conectou com ela e fui no escritório dela e ela pediu R$ 1 milhão de apoio à campanha. Fizemos a contribuição de R$ 1 milhão. Agora, recentemente, vendo os documentos fiquei sabendo que R$ 500 mil foi em dinheiro e R$ 500 mil na campanha oficial”, afirmou em trecho do depoimento, que foi liberado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à época.

Na sequência do depoimento, Batista afirmou que o suposto dinheiro tratado como “mesada” seria utilizado na campanha de Marta na disputa pela Prefeitura de São Paulo. “Agora, 2015 para 2016, ela pediu se eu pudesse dar uma mensalidade para eles e foi pago R$ 200 mil durante um bom período”, afirmou na ocasião. Foram, segundo Batista, 15 parcelas de R$ 200 mil. “Esses R$ 200 mil nós demos pelo fato de ela ser senadora.”

Marta disputou quatro vezes a Prefeitura de São Paulo (2000, 2004, 2008 e 2016) e foi eleita na primeira candidatura. Na última eleição, ela terminou na quarta colocação com 10,14% dos votos válidos.

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