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Manifestantes pró e contra impeachment deixam a Esplanada sem confusões

Grupos chegaram no início da noite e começaram a se dispersar após as 21h; não houve ocorrências de brigas

Por Victor Martins
Atualização:

BRASÍLIA - Envolto em muita preocupação e após mobilizar um efetivo reforçado de policiais, o encontro de manifestantes pró e contra o impeachment na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, terminou sem maiores problemas. Por volta das 21h30, os dois lados se dispersavam  sem ocorrências de brigas ou confusões.

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Os cerca de de 2 mil manifestantes contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff deixaram a frente do Congresso Nacional e retornaram para o acampamento montado ao lado do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, mais afastado da Esplanada dos Ministérios. O trio elétrico que acompanhava o grupo também retornou para as imediações do estádio.

Do outro lado do muro que divide a Esplanada, os cerca de 400 manifestantes pró-impeachment acenderam velas e iniciaram uma vigília. Aos poucos, esse grupo também começou a se dispersar e, por volta das 21h30, a área à frente do Congresso Nacional estava quase vazia.

Encontro. Após muita apreensão e Manifestantes pró e contrários ao impeachment de Dilma Rousseff dividiram a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na noite deste sábado. Eles ocuparam os espaços previamente separados pela polícia do Distrito Federal, que chegou a montar no local um muro segregando o gramado em duas alas, norte e sul, com o intuito de evitar confrontos. 

O primeiro a chegar foi o grupo favorável à saída da presidente. O grupo de cerca de 400 pessoas fez uma vigília com uso de velas e chegaram  vestidos de verde e amarelo. Semelhante a torcidas de futebol, entoaram cantos e gritos de guerra contra o governo. 

Por volta das 20h30 foi a vez dos integrantes de movimentos sociais, contrário ao processo de impedimento, que desde as 18h30 marchavam em direção à Esplanada. Os manifestantes chegaram acompanhados por um carro de som e instrumentos musicais. 

Discurso. No começo da noite, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) subiu no carro de som dos movimentos na Esplanada dos Ministérios. Ele fez um duro discurso contra o processo em curso contra Dilma. O parlamentar também atacou o vice-presidente da República, Michel Temer e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). 

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"Eles estão rasgando a Constituição", disse Pimenta. O senador Humberto Costa (PT-PE) também subiu ao carro de som. "Estamos na reta final de uma grande caminhada, a caminhada para garantir que o Brasil continue a ter sua democracia", afirmou. 

Revista policial. Antes de entrar no espaço demarcado na Esplanada, todos passaram por uma revista policial. Os manifestantes eram parados em uma primeira linha formada pela tropa de comando de missões especiais (Rotam) na altura do Teatro Nacional. Neste cordão, eles eram separados em grupos, revistados mais à frente pela Polícia Militar. De acordo com o comando da PM do Distrito Federal, cerca de 2 mil manifestantes pró-Dilma seguiram em direção à frente do Congresso Nacional. Eles permaneceram isolados dos manifestantes pró-impeachment por uma cerca de 2 metros de altura e com um espaço de 80 metros de separação entre os dois grupos. No total, 1,7 mil policiais militares trabalharam na operação em toda a área central de Brasília. O Corpo de Bombeiros permaneceu com 364 militares à postos e contou com o apoio de 20 viaturas na área central de Brasília.  

Para evitar conflitos, além do muro, toda a área que concentra os Três Poderes permaneceu isolada com grades. O limite máximo que os manifestantes alcançam é uma pequena rua em frente ao Congresso Nacional conhecida como Alameda das Bandeiras. Até o momento, as manifestações seguem sem registro de brigas ou outros incidentes.

Sem metrô. Alegando falta de segurança para o trabalho, devido as manifestações esperadas para a capital federal, os metroviários de Brasília decidiram ontem suspender as atividades durante todo o domingo.

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O governo do Distrito Federal recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que considerou a paralisação abusiva, mas a direção da Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF) não conseguiu garantir o cumprimento da decisão pela categoria. 

Em nota, o diretor-presidente do Metrô-DF, Marcelo Dourado, alegou que a decisão da empresa tem como objetivo preservar a segurança do passageiro e do patrimônio público. "Avaliamos que há uma imprevisibilidade técnica de efetivo. Não podemos arriscar", reforçou.

O metrô do DF conecta justamente a Esplanada dos Ministérios às regiões administrativas situadas ao Sul da capital. Entre elas, estão Guará, Águas Claras, Taguatinga, Ceilândia e Samambaia, todas elas com grande população. Por meio de nota, a Secretaria de Mobilidade do DF garantiu que disponibilizará uma quantidade maior de ônibus para o transporte da população durante as manifestações de amanhã.

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